Finalmente era o dia de Barnes partir, todavia, ao contrário do que ela mesma pensara, S/N não havia decidido o que faria sobre a relação com Benjamin.
Apesar de divertirem-se pela última vez, os dois não dividiram a cama durante a madrugada, o clima era tenso e estressante, a noite anterior não havia saído como o planejado e, agora, não tinha como o tempo ser recuperado. Só restava a Ben partir e dar espaço para aquela por quem se apaixonara decidir.
- Bom dia. – em tom baixo, a garota o cumprimenta, surgindo desarrumada de seu quarto. Em resposta, o homem apenas assente e bebe mais um gole de seu café matinal. Seu ego fora magoado.
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– Bennie... – aproxima-se. No entanto, ele recua.
- Por favor, não me chame assim. Eu entendo que queira o seu tempo, mas achei que, depois de tanto tempo envolvidos, nós evoluiríamos. Não me julgue por querer mais. É a primeira vez em dez anos que levo um fora. – tensiona a mandíbula.
Seu olhar era divagante, aparentava procurar em suas memórias a explicação mais plausível para não estar comprometido com a mulher ao seu lado, todavia, ele não conseguia entender, ele acreditava que, mesmo após a tola discussão ciumenta, estariam juntos ao final, assim como estavam em sua cama. A imaturidade que ele tanto lutava contra crescia em seu peito.
- Barnes, você não entende mesmo? Não foi um fora, eu só quero aproveitar esse tempo para pôr as coisas em seus devidos lugares. Nós começamos com o pé errado, estamos morando juntos antes mesmo de namorarmos, você escondeu de mim o porquê de querer tanto voltar aos Estados Unidos, escondeu que era por causa dela. – desabafa.
- Não, não me venha com justificativas vazias. Eu não quero partir estando brigando contigo. Sobre a peça, ela é minha amiga e cabe a mim decidir o que falarei ou não, eu não menti, eu omiti, é diferente, não achei que faria tanta diferença. – um riso odioso é solto pela dama.
- Não achava? E o que você diria se eu falasse que daqui um mês tenho a obrigação de ir ao Brasil, para uma oportunidade incrível de emprego e você achasse que seria ao seu lado, mas, na verdade, tudo envolveria voltar à minha vida antiga ao lado de alguém, não sei, como o Júnior? O que me diria?
- Não a compare com o seu amiguinho. Eu e ela nunca tivemos qualquer envolvimento, somos amigos a oito anos.
- Eu não estou te impedindo de ir ajudá-la ou voltar ao país que mora, eu só queria sinceridade e transparência, eu não posso iniciar uma relação sem isso e, infelizmente, não sei se você pode me dar algum dia. – os olhos de Benjamin arregalam, ele achava a fala de S/N inacreditável e petulante, um gemido advindo dos sentimentos ruins que pairavam sobre os dois é solto.
