— Você vai aonde?! — o grito advindo de Eduarda fora agudo ao ponto de ensurdecer Catarine e S/N. — Como?!
— Calma, OK? Eu não sei como, mas eu vou. — convicta de seus planos, a garota responde. — Eu já confirmei o meu interesse na vaga de Londres, mas eu preciso estar lá para tudo ser resolvido. Eu só... Queria que me ajudassem.
— Depois de tudo, agora é simples, fale a verdade. — Catarine sugere.
— Qual verdade? A verdade de que dormi com um ator inglês, o universo descobriu e, agora, para acobertar, irei estudar e estagiar em Londres? — o cinismo na fala da garota fizera a outra interiorana rir.
— A verdade de que uma grande oportunidade surgiu e, agora, seu pai não deveria se preocupar mais com mídia, sua mãe deveria ter orgulho de ti e, bom, às escondidas, Ben Barnes ainda estaria ali... — seu tom, ao mencionar o nome do artista, era brincalhão e baixo, referindo-se ao segredinho podre que S/N carregava.
— Catarine, eu nunca viajei sozinha na minha vida, você realmente acredita que meras palavras serão suficientes? — em resposta, a paulista dá de ombros.
— Não custa tentar.
E fora assim que a discussão entre as amigas acabara. S/N temia qualquer desaprovação ou intervenção de seus pais, por isso, ela sabia que palavras soltas não seriam suficientes, ela tinha que agir.
Nesse momento, a garota levanta a tela de seu laptop e busca passagens aéreas de São Paulo direcionadas à Londres no intervalo dos próximos cinco dias. Estranhamente, ela encontrara uma passagem com apenas uma parada por um preço abaixo do comum. O destino a amava.
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Compra concluída.
Olhando para a sua conta bancária não tão movimentada, a garota que, apesar dos grandes mimos, aprendera a economizar e, agora, possuía cerca de dez mil reais, procura casas de conversão mais próximas e "baratas" que aquelas encontradas nos aeroportos. No site de conversão do Banco do Brasil, a menina conseguira mudar seus bons reais por míseros mil trezentos e trinta e cinco libras esterlinas, quase chorara em frustração. Espera que aquilo seja o suficiente para alugar alguma pequena locação.
Ao procurar os melhores flats próximos à faculdade que cursaria, percebera que todos os preços eram exorbitantes, apenas um pequeno studio, equivalente a "kitnet" no Brasil, estava no orçamento de S/N. Seria esse.
Apartamento alugado, passagem comprada e apenas 300 libras para sobreviver ao primeiro mês, a garota entendia que faria o necessário por seu sonho e pelo bem de sua imagem. Seus pais não tinham poder dessa vez.
Descendo as escadas procurando não explodir em tensão, a jovem procura seus pais por cada cômodo da grande casa. Ela avista-os no escritório, uma pequena sala encoberta de paredes e móveis em tons amadeirados.
