"Canção"

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Neal: Não existem coincidências. Tudo que acontece foi planejado e não podemos fazer nada a respeito. Forças superiores conspiram
para fazer isso acontecer. Chame de destino, chame do que quiser. A questão é que talvez tenhamos nos conhecido por um motivo.

(Once Upon a Time)

[•••]

Acordei sem a menor noção de onde me encontrava. Minha cabeça estava zonza e eu precisava
desesperadamente ir ao banheiro. Porém, ao abrir os olhos e ver a cor do teto, verde, tudo voltou.
  Olhei para o lado depressa e notei que não tinha o menor sinal da peroladazinha. Aliás, parecia que ela nem mesmo tinha se deitado ali, provavelmente havia saído assim que eu caí no sono.

De repente ouvi uma música sendo tocada e vozes de pessoas cantando. Me levantei depressa, disposto a ir até a varanda, para descobrir de onde vinha aquele som. Só que, assim que cheguei a porta que ligava o quarto à sacada, tomei um susto. Já era noite!

Pelos meus cálculos, a degustação tinha durado cerca de uma hora, ou seja, eu havia caído na cama às quatro da tarde...
Eu tinha dormido tanto assim?

Levei a mão ao bolso traseiro da minha calça e vi que meu celular continuava lá. Eu o puxei rapidamente, torcendo para que não tivesse quebrado, por eu ter dormido em cima dele. O aparelho estava inteiro, mas vi as horas e até esfreguei os olhos para conferir se eu tinha enxergado certo. Meia-noite?!

Olhei para os lados depressa, mas avistei apenas os vinhedos
e uma enorme lua cheia iluminando tudo. A música parecia vir do outro lado da casa. Voltei depressa para dentro do quarto, tomado por vergonha.

O que o pai da Hinata ia pensar? No
mínimo que eu era um dorminhoco, um preguiçoso! Aliás, ela também ia pensar isso...
Resolvi descer depressa. Quanto mais eu ficasse ali, pior seria a situação. Mas, ao passar pelo banheiro e me ver no espelho, percebi que, se eu aparecesse naquele estado, aí sim ia passar
uma má impressão!

Eu estava com o cabelo atrapalhado, com a blusa amassada, isso sem contar no gosto de cabo de guarda-chuva
que estava na minha boca, provavelmente por causa de todo aquele vinho.
  Voltei para o quarto, peguei minha mochila e entrei no chuveiro, disposto a tomar o banho mais rápido da minha
vida.

Provavelmente consegui, pois em menos de 10 minutos eu estava com o cabelo lavado, os dentes escovados e vestido com uma roupa limpa.
Desci as escadas e notei que a música ia ficando cada vez mais alta. Fui andando devagar, a casa estava completamente deserta e escura, mas acabei me deparando com uma porta aberta, que dava para os fundos, um local aonde eu ainda não tinha ido.

A medida que me aproximava, constatei que o som vinha mesmo
dali. Apressei o passo, mas, no minuto em que passei pela porta, trombei em alguém que fazia o caminho inverso.

- Você acordou _ apesar de estar escuro, reconheci aquela voz no mesmo
instante. Agradeci mentalmente por ter sido a Hinata, mas ao mesmo tempo fiquei preocupado, pois a topada tinha sido forte.

Ela acendeu a luz e vi que estava esfregando o nariz.
- Machucou? _ perguntei depressa, segurando o rosto dela para verificar o estrago, já que o meu peito, onde ela havia batido, também estava dolorido.

- Por que você me deixou dormir tanto?

- Eu estava agora mesmo indo lá em cima para ver se você tinha se levantado, percebi que a luz do banheiro do quarto estava acesa. E eu ia te acordar mais cedo, mas você estava dormindo tão bonitinho... Fiquei com pena!

- Mas eu queria aproveitar o dia com você... _ falei puxando-a para mim, depois de conferir que o nariz dela estava intacto.

- Vamos aproveitar a noite _ ela disse me dando um beijo e em seguida me puxando para o local de onde tinha vindo. - Está tendo uma festinha aqui. Não é nada de mais, só os vizinhos,
que são praticamente da família, e a namorada do meu pai. Ela está louca pra te conhecer.

𝑴𝒆𝒖 𝑫𝒂𝒓𝒍𝒊𝒏𝒈 (𝐍𝐇)Onde histórias criam vida. Descubra agora