"Você é um sonho?"

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Castle: Como você sabe que está apaixonado?

Beckett: Todas as música fazem sentido

(Castle)

O céu estava muito azul, sem nenhuma nuvem, e dos dois lados da estrada podíamos avistar paisagens lindas. Dessa vez, a Hinata estava dirigindo. Ela usava um vestido curto
de bolinhas e seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, que deixava vários fios escaparem e a franjinha perfeitamente alinhada cobrindo as sobrancelhas. Parecia bem mais nova do que realmente era, mas, agora, eu já sabia de tudo que havia passado, tinha a vivência de uma pessoa até mais velha.

Ao perceber que eu a observava, ela me deu um sorriso, ligou o rádio e começou a cantar baixinho. Sorri de volta e abri a janela, deixando que o sol e o vento batessem no meu rosto.
A noite anterior havia sido... intensa. Não fisicamente, claro que não. Após ler aquele relato, não havia clima para isso, mas passamos horas conversando sobre tudo. Fiquei feliz de saber que, depois da mudança para Konoha, ela havia se recuperado e se tornado aquela pessoa que eu estava gostando tanto de conhecer.

Uma garota divertida, animada e disposta a amar outra vez. Ela me contou que, depois do
Toneri, namorou outros caras. Nada sério, mas o suficiente para que ela concluísse que não
tinha ficado com nenhum trauma. Em vez disso, ela agora sabia o que queria e, especialmente, sabia reconhecer quem merecia a sua companhia.

- Você nunca mais o viu? _ perguntei, ainda na noite anterior.
- Quem dera... _ ela respondeu. - A cada vez que viajo para Paris, Toneri dá um jeito de descobrir onde vou estar e aparece! Eu até parei de ir a cafés ou bares com as minhas antigas colegas do balé. Tive que passar a ir à casa delas ou chamá-las para a minha. Eu não tinha a menor ideia de como ele sempre sabia onde me encontrar. Até que, na última vez, eu tive essa resposta...

Fiquei olhando para ela, curioso.
- Lembra quando nos conhecemos? _ ela perguntou. - Eu te contei que voltei de viagem antes, porque havia brigado com a minha mãe.

Claro que me lembrava da noite em que eu havia chegado no meu (suposto) quarto da pousada e me surpreendido com ela em cima da minha (suposta) cama!

- Pois é... _ a Hina continuou, assim que assenti. - A minha mãe, apesar de tudo que passei, nunca me considerou totalmente certa. Ela acha que o Toneri só foi agressivo porque eu o provoquei e, durante muito tempo, insistiu que eu o perdoasse. Mas, um dia, ela parou, achei que tivesse finalmente entendido que isso nunca iria acontecer. Só que, nessa minha última viagem, ela disse que ia fazer um jantar para alguns amigos... E adivinha quem ela convidou? _ Nem respondi, eu já sabia a resposta.

- Quando o Toneri chegou, eu nem acreditei. Ele parecia tão à vontade, como se a gente não tivesse terminado. Logo vi que, durante esses três anos, desde o nosso término, ele e minha mãe nunca perderam o contato. Era ela que passava todas as informações pra ele, que contava onde eu ia estar, como poderia me encontrar... Eu fiquei muito brava e magoada, Naru. No mesmo instante, arrumei minha mala e fui pro aeroporto. No dia seguinte, peguei o primeiro voo pra Konoha. E o resto você já sabe: você chegou e eu
estava lá.

Balancei a cabeça, sem saber o que dizer. Eu não podia imaginar uma mãe como a dela. A minha, certamente, me apoiaria em todas as minhas decisões, mesmo que não concordasse com elas; tive até vontade de rir ao imaginar como ela agiria nessa situação.
Provavelmente colocaria a polícia atrás do cara e o expulsaria com uma vassoura, caso ele ousasse aparecer na porta de casa.
Em certo momento da noite, perguntei

𝑴𝒆𝒖 𝑫𝒂𝒓𝒍𝒊𝒏𝒈 (𝐍𝐇)Onde histórias criam vida. Descubra agora