CAPITULO DOZE

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Noah percebeu como ela estava deliciosamente corada, ela quebrou o contato visual de ambos e olhou rapidamente para os lados como se para verificar se mais alguém o tinha ouvido. Não se importava com isso, nunca se importou com a opinião da sociedade. A única opinião que lhe importava era a da mulher a sua frente.

 Ela estava magnífica essa noite em um traje azul no mesmo tom de um céu brilhante, era uma mulher bela sem sombra de dúvidas. Esteve por dias ansioso e para não dizer nervoso, com a possível resposta que ela tinha para dar a sua pergunta.

Respirou aliviado aquela mesma manhã quando havia recebido uma nota dela falando que lhe daria a resposta no baile dessa noite e esteve esperando ansiosamente por isso.

E se ela negasse? Depois que havia feito a proposta viu que havia sido muito precipitado, eles mal se conheciam, mas essa preocupação era em relação a reposta dela, porque ele tinha mais do que certeza de que a queria como esposa.

Havia decidido que se ela aceitasse sua proposta, alongaria o tempo de cortejo ao máximo que as suas responsabilidades permitiam para dar a ela tempo necessário a se acostumar com a ideia.

- Quer que eu o responda aqui, Milorde? – Ela arqueou uma sobrancelha enquanto lhe mostrava um belo sorriso.

Segurou a respiração, isso era um bom sinal não era? Se ela estava sorrindo poderia ser que ela aceitasse a sua proposta. Agarrou-se a esse argumento enquanto ofereceu seu braço a ela.

- Um passeio pelos jardins, senhorita Hidalgo?

 Ela não olhou mais para os lados antes de aceitar, deu passo decidida em sua direção e colocou o braço dela sobre o seu.

 Saíram ao jardim em silencio por uma das portas laterais, alguns casais passeavam pelo lugar, levou-a a rota com menos pessoas até chegarem a um pequeno nicho onde poderiam conversar com a devida privacidade, algumas ramas estavam estrategicamente posicionadas e permitam que as pessoas que estivessem ali não fossem vistas pelas demais. Afastou-se dela e ficaram frente a frente, ela focou os seus belos olhos nos seus.

- Qual era a sua proposta, Lorde Urrea? – Ela perguntou calmamente com os olhos ainda presos aos seus.

Noah franziu o cenho diante dessa pergunta. Como qual era a proposta dele? Ele a havia pedido em casamento. Ela pode ter entendido sua indagação pois apressou-se em responder.

- Creio que esse é o momento de colocarmos as cartas na mesa já que estamos cogitando entrar em um casamento.

Bem, aquilo o surpreendeu. Já que já havia deixado claro tudo isso quando lhe fez o pedido. Mesmo assim repetiu.

- Necessito de uma esposa, tenho uma filha pequena e nenhum herdeiro masculino para o meu condado. Mas uma vez lhe digo que não usarei falsas palavras, apenas acredito que nos daremos bem, prometo te honrar e respeitar e garantir o seu conforto. Infelizmente não poderemos fixar residência em Londres pois tenho bastante responsabilidades em minha propriedade, mas garanto que poderá vir sempre que desejar. Como Condessa de Orange terá liberdade e dinheiro para fazer tudo o que desejar. Só peço que honre esse compromisso assim como irei fazer.

Observou os belos olhos dela em busca de uma reação e pode jurar que viu um brilho de decepção ali.

- Um casamento de conveniência. É isso que eu devo esperar? – Ela perguntou calmamente. 

Como ela poderia estar tão calma quando ele se sentia nervoso?

Sim, um casamento de conveniência. Deixaria isso bem claro no começo.

- Quer saber se eu estou apaixonado por você Sabina? Não estou. Aprendi a algum tempo que o amor pode fazer tanto o mal como o bem em uma relação. Eu sinto por ti uma grande admiração, és uma mulher forte e decidida, deixou-me isso bem claro quando defendeu a minha filha. E a algo mais que sinto por ti, Sabina. Eu a desejo.

 Viu mesmo a pouca luz como um agradável rubor tomou conta do rosto dela, mas fora isso ela não demonstrou mais nenhuma reação ao seu último comentário.

Ela ficou calada por muito tempo como se considerasse suas palavras.

"Talvez almeje o amor."

 As palavras de Collin voltaram mais uma vez a sua cabeça e pediu que não fosse isso porque se fosse ela recusaria sua proposta nesse mesmo momento. Não soube que esteve segurando a sua respiração até o momento em que as palavras doces dela chegaram até ele.

- Eu aceito o seu pedido, Lorde Urrea.

Algo dentro de Noah criou vida, uma enorme sensação de triunfo tomou conta dele diante da ideia de que ela havia aceito sua proposta. Não pode esconder um sorriso quando voltou a falar com a mulher que estava a sua frente esperando uma resposta da parte dele. Sua noiva.

Deu mais um passo em direção a ela diminuindo a distância entre ambos, percebeu que a respiração dela não estava tão calma.

- Então selaremos essa proposta, Sabina. – Não resistindo mais levou a mão ao rosto dela, era tão macio quanto pensou que seria. Viu satisfeito como ela fechava os olhos aproximando o rosto do seu toque. A respiração dela era doce e acelerada.

E não resistiu mais. Olhou a delineada boca e soube que esteve esperando por esse momento por muito mais do que quis admitir.

Cobriu a boca dela com a sua. Beije-a devagar. Alertou a si mesmo, mas o primeiro toque nos lábios quentes e macios dela lhe provaram não seria capaz de resistir a isso. Ela era sua noiva, poderia beijá-la! Usou a língua para abrir caminho entre os lábios fechados dela e ela lhe permitiu a passagem com um gemido rouco. Beijou-a como queria fazer, desfrutando do gosto doce dela e explorando todos os caminhos da sua boca. Sentiu as mãos dela no seu pescoço enquanto ela se empenhava em participar do beijo. Trouxe o macio corpo dela para junto de si, apertando-a junto a si. Céus! Era tão bom! Não soube quanto tempo estiveram se beijando, controlou o impulso de descer com a boca explorando o bronzeado corpo. Já estava decidido a se afastar, antes que o desejo tomasse conta da razão quando escutou uma voz grave as suas costas.

- Tire suas mãos de cima da minha irmã Urrea ou eu as arrancarei do seu corpo agora mesmo! 


***

Alguém vai levar uma surra

APAIXONADA POR UM CONDE - urridalgo versionOnde histórias criam vida. Descubra agora