CAPÍTULO CINCO

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 Sabina sentou-se nas macias almofadas do salão particular de sua mãe, um delicioso aroma de incenso estava por todo o lugar enquanto uma animada musica árabe soava no salão. Luna e Sofya repetiam os passos da conhecida coreografia tantas vezes ensinadas por sua mãe. 

A marquesa estava em pé, olhando as duas filhas dançarem, enquanto vestia uma típica bata árabe que seria considerada impropria em qualquer casa da aristocracia londrina. 

Enquanto Sabina não conseguia tirar o encontro com o conde da cabeça. Pelos céus, repreendeu-se pela milésima vez, estava a três dias nesse estado! Bastava um minuto sozinha para lembrar do olhar verde dele a avaliando, o homem a essa hora já deveria estar voltando para sua propriedade quase na Escócia e Sabina não conseguia o tirar da cabeça, era um tola. 

- Com licença, miladys. - uma criada chegou a porta da sala trazendo um enorme buquê de jasmins nas mãos. 

- São pra mim, Helen? - Luna correu até a criada com um enorme sorriso no rosto. 

A risada de sua mãe ecoou no local. 

- Luna querida, não creio que sejam para você. - a marquesa falou carinhosamente. 

Luna fez m pequeno beicinho. 

- São para Lady Sabina. - a criada falou ainda segurando o riso. 

  Sabina levantou a vista para o local onde estava. Não era incomum chegarem flores para ela, mas sempre depois de algum baile, como a temporada não havia começado e como não esteve em nenhum baile recentemente aquilo era estranho. 

- Não vai levantar para pegar, Sabina? - Sofya perguntou com um sorriso. 

Sabina levantou-se mecanicamente e pegou o enorme buque que a criada segurava. 

  Um fino cartão estava no topo do embrulho, onde seu nome aparecia escrito em letras firmes. Sentou-se novamente nas almofadas enquanto colocava delicadamente o buque ao seu lado para que pudesse ler o cartão. 

"Senhorita Hidalgo 

Para agradecer e tranquiliza-la em relação a minha filha

seu servo 

Conde de Orange"

Sabina piscou enquanto as palavras tomaram forma a sua frente. 

- Quem é Orange? - a voz de Luna soou muito perto e só ai Sabina percebeu que a diabinha tinha lido sua nota. 

- Luna! Não seja mal-educada. Era de se esperar que já tivesse aprendido alguma coisa na escola para damas. - repreendeu sua irmã. 

- Ele é seu pretendente? - ela perguntou sem dar ouvidos a sua reclamação. 

- Luna Maria Hidalgo. - a voz da marquesa fez com que Luna fechasse os olhos antes de virar-se para a mãe. 

- Perdoe-me mamãe, não lerei mais os bilhetes alheios. - ela fez uma ensaiada cara de inocência que arrancou risos de Sofya. 

Luna estava no seu primeiro ano na escola para damas, mesmo com seus treze anos a jovem ainda era mimada por todos na casa. 

- Falaremos sobre isso depois. - a marquesa continuou com o tom serio. - Sofya, desça com Luna e se encarregue que a Senhora Morgan não lhe sirva nenhum doce pela tarde. 

- Claro mãe. - Sofya saiu do salão levando uma triste Luna com ela. 

- Não sabia que conhecia o Conde de Orange. - sua mãe falou se aproximando e sentando-se ao seu lado. 

Sabina teve impulsos de desviar o olhar dos avaliativos olhos da marquesa. 

- Eu não o conhecia , até antes de ontem à tarde. 

 Sua mãe continuou em silencio e Sabina sabia que ela queria que continuasse a historia. 

- Eu acabei presenciando uma situação inconveniente entre a filha do conde e sua babá e interferi. 

- Ah sim? - sua mãe perguntou arqueando uma sobrancelha. 

Sabina desviou os olhos antes de continuar. 

- A babá da menina a estava tratando mal, eu interferi até o momento em que o conde retornou. 

 Aguardou pela repreensão de sua mãe, mas a marquesa apenas a olhou por um longo momento com aquele olhar de quem podia ver mais do que os outros. 

- Fez o certo, querida. Agora deveria guardar suas flores antes que murchem. - ela falou levantando-se e dando por encerrada a conversa. 

- Claro. - Sabina saiu do salão de sua mãe quase correndo e foi até seu quarto com o coração ainda acelerado. 

A prestativa criada já havia deixado um vaso com água na mesinha ao lado da sua cama e Sabina colocou as belas flores lá. 

Ele está apenas agradecendo como qualquer cavalheiro faria, tentou acalmar seu tolo coração. 

Abriu mais uma vez o cartão que trazia na mão, lendo as poucas palavras que haviam ali e mesmo assim um sorriso bobo e surgiu em seus lábios. 

Então ele ainda estava em Londres, pensou esperançosa ainda sem entender como um único encontro com uma pessoa poderia fazer com que ela não saísse dos seus pensamentos. 

Ou então ele apenas mandou as flores e partiu em direção a sua propriedade. todos sabiam que o Conde de Orange não frequentava a sociedade, mesmo antes de que sua condessa morresse durante sua fuga com seu amante. 

As palavras de Sofya voltaram a sua mente "O cunhando de  Any Morris é um grande amigo do Conde e ele lhe disse que nessa temporada, o conde procuraria uma esposa." 

Se ele estivesse realmente atrás de uma esposa? Fazia vários anos que ele era viúvo, era mais do que compreensível que ele procurasse por uma, ainda mais tendo uma filha pequena e nenhum filho homem parar herdar seu titulo. 

Afastou aqueles pensamentos da cabeça, isso não lhe interessava. Disse a si mesmo controlando a expectativa de que poderia se encontrar com ele mais uma vez e se encontrasse nem haviam sido apresentados formalmente. Ele já havia lhe agradecido por sua ajuda, não deveria alimentar falsas esperanças de que poderia ter algum tipo de relação com ele. Céus, ele não era nem o tipo de homem pelo qual Sabina se interessava. Não que tivesse um tipo especifico, durante suas três temporadas anteriores se tivesse escolhido entre um adas propostas que teve, mas definitivamente o conde de Orange era sombrio demais para ela. Ele quase nunca sorria, tinha certeza disso. 


 

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Aiai esse Conde 

APAIXONADA POR UM CONDE - urridalgo versionOnde histórias criam vida. Descubra agora