CAPITULO TRÊS

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- Oh meu Deus! - Sofya exclamou ao seu lado, enquanto ambas caminhavam em direção a carruagem que as esperavam com o Brasão do Marques de Beauchamp.

Bem, Sabina sabia que seu comportamento foi improprio, mas como já havia falado não permitiria que aquela odiosa senhorita Phillerman continuasse a tratar mal a pequena Joalin bem debaixo do seu nariz. A pequena estava aterrorizada, sabe-se lá o que aquela mulher já havia feito aquela criança passar.

- Eu sei que meu comportamento foi improprio, Sô, mas eu não poderia deixar aquela mulher tratar mal a menina.

Sofya parou no meio do caminho e focou a atenção em Sabina. A irmã tinha o cenho levemente franzido e só ai Sabina se lembrou que ela não havia presenciado a cena desde o inicio.

Contou a Sofya tudo o que tinha presenciado e recebeu o olhar de horror da irmã.

- Eu teria feito a mesma coisa, quer dizer, eu não pensaria duas vezes antes de batê-la com a minha sombrinha! - Sofya falou tomada pela ira.

E Sabina não duvidou nenhum momento que a irmã faria isso mesmo, mesmo com a aparência angelical, Sofya era a mais estressada de todas as suas irmãs e ficava aterrorizante quando estava com raiva.

- Pois bem, eu não entendendo como o pai da menina nunca havia percebido que a babá tratava a pequena tão mal. - continuou a falar a irmã enquanto ambas retomavam o caminho em direção a carruagem.

Com certeza era um daqueles pais ausentes que viam os filhos como aborrecimento, mas lembrou-se do olhar preocupado quando percebeu o que estava acontecendo. Bem, talvez ele só fosse muito ocupado e não tivesse tempo para acompanhar a menina, mas e a mãe dela? Onde estava que não percebeu o que estava acontecendo sabe-se lá á quanto tempo. Como a própria baba havia falado, ela trabalhava com a menina há anos. A ira mais uma vez a invadiu e arrependeu-se por não ter feito o que Sofya disse que faria, a odiosa mulher sem sombra de dúvidas merecia.

- Oh meu deu! - Sofya parou mais uma vez no meio do caminho e a segurou pelo braço. Sabina parou de andar olhando para irmã.

- Esta ficando repetitiva, Sof. - provocou a irmã que agora olhava de um lado para o outro.

- Saby, eu ia falar isso na primeira vez que use essas palavras! - Sofya se defendeu. - De qualquer forma, não me faça esquecer o que ia falar de novo.

- Você pode falar enquanto andamos, Sofya. - Sabina tentou caminhar em direção a carruagem.

- Sabina, você não escutou o nome pelo qual o pai da menina se apresentou? - Sua irmã perguntou ainda parada.

Sabina parou mais uma vez olhando a irmã.

- Muito bem, eu tenho certeza que já ouvi o sobrenome dele, mas não lembro onde. - Isso era verdade, apostava que era da nobreza, mas não sabia a que família pertencia.

Sofya deu a ela um sorriso vitorioso, e Sabina sabia que a irmã já havia descoberto sobre a identidade do homem.

- Sabina. - irmã segurou pelo braço e voltou a caminhar em direção a carruagem. - Ele é Noah Urrea, Conde de Orange.

Agora foi a vez de Sabina parar, Oh meu deus! Quase exclamou como a irmã havia feito.

- Conde de Orange? - perguntou mais uma vez.

- Sim! - Sofya falou triunfante.

- Tem certeza? - perguntou mais uma vez a irmã.

Sofya fez gesto de impaciência e revirou os olhos.

- Sim. Any Morris fez uma lista com todos os solteiros elegíveis no marco matrimonial e o nome dele é o primeiro da lista. O cunhado dela é um grande amigo do Conde e ele lhe disse que nessa temporada, o Conde procuraria uma esposa. - Sofya explicou.

Mesmo não sendo ligada em fofocas, haviam coisas que as pessoas da alta sociedade londrina sabiam por osmose e a historia do escândalo de Orange era uma delas. Quando Sabina havia estrelado na sociedade o escândalo havia acabado de acontecer e mesmo tendo sua residência no campo relativamente longe de Londres e o Conde não sendo um assíduo frequentador da sociedade todos ficaram sabendo o que aconteceu.

Sua bela esposa, Lady Savannah Urrea, havia fugido com outro homem e morrera durante a fuga. Deixando o marido e a filha que mal tinha aprendido a andar. Segundo os comentários, o conde havia arrasado pela traição da sua esposa que se afastara de tudo e de todos.

- Oh meu Deus! - Sabina exclamou não aguentando mais, quando enfim subiram na carruagem.

- Não imaginava que ele era tão bonito. - Sofya comentou trazendo em palavras os mesmo pensamentos que Sabina teve quando viu o conde pela primeira vez.

- Sofya, você esta se saindo uma ótima mexiriqueira! - repreendeu a irmã enquanto sua mente fervilhava.

Sofya deu a ela um olhar indignado.

- Saby, não fale assim. Eu sei muito bem que você esta se corroendo de curiosidades sobre o pai da pequena Joalin. Eu vi como você olhou para ele.

Grace sentiu o rubor subir ao seu rosto e desviou o olhar da irmã.

- Não fale besteiras, Sofya.

O sorriso da irmã chegou até ela e Sabina a repreendeu com o olhar.

- Se seguirmos a ordem Sabina, é sua vez de casar. - o sorriso de Sofya alargou-se enquanto o rubor queimava o rosto de Sabina.

- Pare com isso, sim? Eu apenas intervi como qualquer pessoa de bom senso faria. E ficou bastante claro que o Conde não mostrou nenhum interesse em mim.

- Não foi isso o que eu percebi. - Sofya falou misteriosa.

Sabina voltou a olhar para a irmã, esperando que ela continuasse, não era tola a ponto de acreditar que o conde poderia estar interessado nela por causa de um simples encontro. Mas seu bobo coração deu um pequeno salto com essa possibilidade.

Sofya lhe deu um sorriso complique e demorou propositalmente para falar.

- Ele olhou para você, Sabina. Por um bom tempo. - Ela falou ainda sorrindo.

- Tolices. - repreendeu Sabina tentando soa desinteressada.

Provavelmente não voltaria a ver o conde de novo, sempre foi claro para a sociedade que ele era um recluso, muitos falam que esse foi um dos motivos de sua bela esposa ter fugido dele. Porque ela se viu presa em uma enorme propriedade nos confins da Inglaterra, muito longe de todo o movimento de Londres.

Voltou sua atenção a janela enquanto tentava acalmar seu acelerado coração. 

APAIXONADA POR UM CONDE - urridalgo versionOnde histórias criam vida. Descubra agora