CAPÍTULO VINTE E UM

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O  jantar por fim chegou, Sabina havia passado o dia na companhia de sua filha. Sim, precisava pensar em Joalin assim. A menina não titubeou em nenhum momento em chama-la de mãe e trata-la como tal, e Sabina por mais que adorasse a garota teria que tratar a menina como sua filha agora. E ela simplesmente a encantava, era tão doce e alegre e tão cheia de bondade. 

Assim que desceu as escadas Sabina encontrou seu marido a esperando, por mais que estivessem no campo ele ainda se vestia com as roupas da cidade. Ele a observou por um momento, como sempre fazia assim que colocava os olhos nela, e isso sempre a deixava em expectativa.

- Querida. – Ele falou se aproximando e lhe dando um carinhoso beijo na bochecha, e em seguida lhe oferecendo o braço

Sabina aceitou e ambos caminharam em direção ao salão de jantar.

- Problemas resolvidos? – Perguntou assim que chegaram ao salão e ele lhe ajudava a se sentar.  Ele levantou a vista diante da sua pergunta como se não entendesse ao que se referia.  - O senhor Petter, falou-me que foi resolver algo com os arrendatários. – Falou desviando a vista dele e dando atenção ao criado que passou a servir aos dois  

- Sim, não há nada como o que deva se preocupar. – Ele falou com os olhos presos ao dela enquanto dispensava o criado com a mão

Sabina quis corrigi-lo, não queria ser uma esposa alienada que não sabia de nada que acontecia a sua volta. Sua mãe sempre estava por dentro de tudo que acontecia em Sormesan. Mas por momento resolveu ficar calada.

- Recebi uma carta de Londres. A preceptora que escolhi para Joalin já está a caminho. Deve chegar em alguns dias.

- Ótimo. Depois passe para Colin todo o assunto burocrático e sobre os valores que combinou com ela.

Sabina assentiu.

- Qualquer outra coisa que deseje mudar na casa, faça ao seu gosto. – Ele completou enquanto voltava a atenção ao seu prato. 

- Eu estive em uma das salas da galeria. Há muitos quadros por lá, pensei que pudesse coloca-los no salão de visitas. – Falou tentando soar desinteressada aguardando uma reação da parte dele.

E veio, ele levantou rapidamente a vista como se soubesse muito bem a que quadro estava se referindo. Segurou o seu olhar no dele por um longo momento.

- Joalin não reconheceu a mãe dela. – Disse a ele sabendo que era inútil negar a qual quadro estava realmente se referindo.

Viu como ele serrava o maxilar, único sinal de que estava alterado.

- Joalin não tem porque reconhecer essa mulher. – Ele falou perigosamente baixo.

- Ela tem o direito de conhece-la. – Sabina tentou continuar, mas ele a impediu.

- Este assunto está encerrado, Sabina. O quadro de Savannah não sairá de lá. – Ele voltou a atenção para o prato a sua frente e Sabina controlou a língua, esse assunto não estava de forma alguma encerrado.

Terminaram o jantar em silencio e ele a acompanhou a uma sala privada onde bebia whisky e Grace fingiu que lia um livro. Não aguentando mais o silencio, virou-se para ele que estava próximo a janela.

- Por quanto tempo acha que vai poder esconder a verdade dela? – Falou e pelo olhar que recebeu soube que ele estava contrariado.

- Sabina... – Era uma advertência.

Sabina já havia recebido muitas desse tipo do seu pai e do seu irmão, isso não a abalou.

- Joalin é minha responsabilidade agora, eu quero o melhor para ela. – Continuou.

- Se quer o melhor, mantenha essa história longe dela. – Ele falou colocando o resto da bebida no aparador.

Sabina e levantou-se incomoda.

- Como quiser, Milorde. – E saiu sem olhar para trás

Escutou ele lhe chamar enquanto subia as escadas furiosa, mas não escutou o barulho de passos a seguindo. Entrou no seu quarto batendo a porta, assustando sua donzela que se levantou da poltrona na qual a esperava

Meia hora mais tarde estava deitada em sua cama tentando em vão ler um livro, mas as letras da página a sua frente dançavam em sua visão. Fechou frustrada o livro. Como ele queria que ela se responsabilizasse pela criação de uma criança se ele não escutava seus argumentos? Por mais que a primeira esposa de Noah tivesse feito o que fez, Joalin tinha direito de pelo menos conhecer a mãe. Uma hora ou outra ela acabaria se inteirando do que aconteceu. Crianças podiam ser más as vezes, e a pobre Joalin acabaria sabendo dessa história da maneira errada.

O barulho da porta se abrindo chamou sua atenção. Noah entrava no quarto vestido com uma bata de ceda, os olhos negros procuraram os seus assim que ele fechou a porta atrás de si

Sabina sentou-se ereta na cama.

- Podemos conversar? – Ele perguntou ainda da porta.

Sabina virou o rosto.

- Agora está disposto a conversar? – Perguntou sem olhar para ele e assustou-se quando em segundos ele esteve ao seu lado sentado na cama. Ele segurou o seu queixo virando seu rosto para ele.

Ele acariciou o espaço entre suas sobrancelhas e Sabina virou viu a sombra de um sorriso no quase sempre sério rosto.

- Você tem razão, cedo ou tarde terei que contar a verdade a Joalin. Mas ainda não, sim?

Sabina não conseguia pensar direito quando ele a tocava com tanto carinho.

- Esperemos mais um pouco, para que tenha idade para compreender. – Ele continuou ainda a acariciando. A mão que esteve em seu rosto descia por seus braços enviando sensações prazerosas por todo o seu corpo.

- Você também tem razão, ela ainda é muito nova para entender. Mas ao perceber que ela nem mesmo conhece o rosto da mãe me impressionou. – Sabina falou ainda apegada a razão.

- Eu mostrarei o quadro a ela. – Ele disse enquanto se aproximava e beijava seu rosto, muito próximo a boca.

Sabina derreteu-se com a carícia e soltou um gemido de satisfação quando ele por fim a beijou. Retribuiu o beijo com ânsia tentando o trazer para mais perto. Em minutos ambos estavam nus na enorme cama consumidos pela paixão.

Sabina não conseguiu controlar o gemido quando ele esteve dentro dela e nem os sons incoerentes que saiam de sua garganta quando era alagada pelo prazer a cada investida dele. O corpo dele duro e forte a envolvia enquanto ele movimentava-se cada vez mais rápido dentro dela

Não aguentando mais a tensão que se criou dentro dela, gritou quando uma onda de prazer a envolveu. Sentiu suas forças saírem de seu corpo quando era sacudido pelos espasmos do êxtase. Ainda nublada pela paixão escutou o gemido rouco de Noah quando ele caiu por cima dela satisfeito, trazendo o corpo dela para junto do seu

Sorriu satisfeita quando sentiu o coração dele acelerado contra o seu ouvido. Céus, era tão bom estar assim. Mas o sorriso sumiu do seu rosto quando ele novamente beijou a sua testa, vestiu o roupão

- Boa noite, querida. – Ele disse antes de voltar para o seu quarto

APAIXONADA POR UM CONDE - urridalgo versionOnde histórias criam vida. Descubra agora