CAPÍTULO TRINTA E OITO

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  Sabina viu a carruagem se aproximando ainda da janela do seu quarto, na mansão de sua família em Londres.

Os Hidalgo haviam decidido ir até a cidade porque seu pai tinha assuntos urgentes para tratar. E sua mãe se recusou a deixa-la em Sormesan como Sabina queria ficar.

Seu coração começou a bater acelerado no mesmo instante em que reconheceu o Brasão que havia nela, Sabina saiu do quarto em direção a entrada principal.

Ainda no topo das escadas pode escutar a aldrava da porta batendo, anunciando a chegada do visitante.

Parou na entrada do salão no mesmo momento em que o mordomo abria a porta e Noah entrava. Com sua postura imponente, o seu querido Conde, perguntou diretamente ao mordomo em sua poderosa voz que Sabina estava morrendo de saudades de ouvir.

- Onde está a minha esposa?

Um sorriso satisfeito apareceu em seu rosto diante da pergunta dele.

O senhor Aldanis olhou para o homem por alguns momentos como se pensasse no que fazer nessa situação.

- Noah. - Sabina disse o nome dele e rezou para que sua voz transmitisse o tanto que estava feliz em revê-lo.

Esses dias longe dele tinham sido uma verdadeira tortura. Não poderia negar mais a si mesma que amava a esse homem com todo o seu coração e que em cada noite antes de dormir pediu aos céus que essa situação fosse resolvida.

Os olhos dele foram direto aos seus, um sorriso apareceu no bonito rosto dele no mesmo instante em que ele se aproximou dela.

Ele parou a alguns passos, com os inquietantes olhos a avaliando por completo, como se para verificar se alguma coisa havia mudado nela.

Sabina viu pelo canto do olho como o mordomo abandonava a sala silenciosamente deixando os dois a sós.

A mão de Noah foi até o seu rosto, o acariciando quase com reverência.

- Estava com saudades de ti. - A voz grave dele enviou uma sensação calorosa por seu corpo.

- Eu também. - Sua voz saiu regada de emoção enquanto aproximava o rosto da mão dele que continuava a acariciá-la.

- Venha. - Ele a segurou pela mão. - Leve-me a um lugar onde poderemos conversar.

Sabina piscou por um momento e depois o conduziu até uma das salinhas de visita que haviam na parte de baixo da mansão.

Entrou no local e continuou em silêncio, com medo de perguntar, com medo da resposta dele.

Não era boba, seu pai havia lhe explicado que diante da atual situação seu casamento com Noah era considerado inválido.

Mas queria saber por ele, mesmo sem querer uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Não queria perder a Noah, não queria perder sua nova família.

- Ei, porque choras? - Ele perguntou por fim a abraçando. Sabina inalou o cheiro dele e deliciou-se com a sensação de estar entre os braços dele mais uma vez.

Não conseguiu falar, mas tinha tanto para dizer. Dizer que o amava, que não queria que o casamento deles fosse invalidado. Que queria continuar ao lado dele e de sua filha.

- Sabina. - Ele se afastou para que pudesse olha-la nos olhos. - Nosso casamento não será considerado inválido.

Ele disse acariciando agora o seu cabelo. Sabina piscou aturdida.

- É um longa história amor, que te contarei assim que a poeira baixar. Mas por hora o que precisa saber é que o único casamento inválido é o meu com Savannah. Ela já era casada Sabina, quando eu me casei com ela.

Sabina sabia que estava com a boca aberta. Sua mente fervilhava de perguntas.

- O que? - Perguntou não acreditando nos seus próprios ouvidos.

- Nosso casamento é real, amor. Em todos os sentidos da palavra.

Sabina sorriu e respirou aliviada como se não fizesse isso a mais de três semanas, quando essa maldita confusão havia começado.

Foi preenchida por um sensação de alívio tão intensa que quando viu já havia se jogado nos braços de Noah.

Escutou a risada dele, enquanto ele a apertava tão forte contra ele quanto era possível.

O beijo que ele lhe deu demonstrou a fome que um tinha pelo outro. Beijaram-se como se suas vidas dependessem disso.

- Eu amo você. - As palavras saíram tão naturalmente de sua boca, assim que ele terminou o beijo, viu os olhos dele sobre si a olhando com tanta ternura que a derreteu.

Ele segurou o seu rosto entre as mãos.

- Diga de novo. - A voz dele estava rouca pelo desejo.

- Amo-te Noah.

Ele a abraçou mais uma vez, sentiu a respiração acelerada dele antes dele voltar o olhar para o seus olhos mais uma vez.

- Obrigada Sabina, obrigada por ter entrado em minha vida, por ter me feito enxergar o quanto eu estava errado. Obrigada por ensinar a amar de novo.

O coração de Sabina bateu descompassado diante dessas palavras, nessa tão rara demonstração de afeto dele.

- Eu amo você, Sabina. - Ele disse a envolvendo pela cintura. - Vamos enfrentar isso juntos.

Abraçaram-se por um longo momento, em silêncio. Um sentindo a presença do outro. Enquanto ele acariciava o seu cabelo.

Depois do que pareceu uma eternidade ele se afastou e olhou para ela sério.

- Temos que pensar em Joalin. Voltarei a Orange e contarei tudo o que descobri a Savannah. Ela não terá outra saída, mas não quero que essa história se espalhe. Meu casamento com Savannah sendo anulado fará com que minha filha...

Ele não continuou, mas Sabina sabia muito bem o que ele queria dizer. Joalinseria considerada uma bastarda. E isso era um carma pesado demais para uma menina carregar.

- Eu entendo. - Falou se aproximando dele querendo o seu contato.

Ele a abraçou mais uma vez.

- Falarei com ela, darei o dinheiro que eu sei que ela veio atrás para que volte para o local do qual jamais deveria ter saído.

- Mas você voltará comigo para casa, não ficarei mais nenhum dia longe de ti. - Ele continuou conciso.

Sabina pensou em tudo o que poderia dizer para negar essa proposta, que o melhor seria não voltarem a ficar juntos até que essa situação fosse totalmente resolvida, mas minutos depois já estava em seu quarto arrumando suas coisas.

APAIXONADA POR UM CONDE - urridalgo versionOnde histórias criam vida. Descubra agora