CAPITULO UM

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Londres, Mil oitocentos e....


  Sabina Hidalgo controlou a vontade de revirar os olhos quando sua irmã Sofya quis entrar em mais uma loja. Porque mesmo se oferecera para acompanha-la? Perguntou enquanto pedia paciência aos céus. Sof, como sua família a chamava carinhosamente, debutaria nessa temporada e ela estava empolgada demais para querer visitar todas as lojas da Bond Street.

- Oh não, Sof? Mais uma? - perguntou a irmã perdendo a paciência.

Sofya que olhava a vitrine encantada onde um tecido verde claro estava a amostra. Sofya adorava cores alegre e se pudesse vestia-se com os trajes típicos do país da mãe delas, de todos os filhos da marquesa ela era a mais apegada a cultura árabe.

- Sabina! Não seja estragas prazeres. Passei tempo demais naquela escola para damas usando aquele uniforme sem graça. É a minha chance de melhorar o meu guarda roupa. - Ela se queixou colocando uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha, por fim lhe dando atenção.

- você já entrou em todas as lojas da rua, e tem roupas suficientes para abastece-la por três temporadas. - falou tentando trazer a razão a irmã.

Agora foi a vez de Sofya revirar os exóticos olhos azuis. Todos os seus irmãos haviam herdados os olhos de sua mãe, somente Sabina havia herdado os olhos amarelados de seu pai.

- Tudo bem, Sabina. Se não quer entrar, me espere aqui. Será um momentinho, prometo. - Ela usou o mesmo tom que usava com o pai delas, para convencê-lo a fazer suas vontades.

Pelos céus! Pediu paciência mais uma vez. Nunca mais acompanharia a irmã ás compras, saíram de casa a tanto tempo que com certeza sua mãe já deveria estar preocupada.

- Você vai entrar de qualquer jeito. - falou desistindo. - Mas não demore mesmo, ainda temos que visitar o Will.

Sofya acenou rapidamente com a cabeça enquanto entrava sorridente na loja.

Não poderia culpar Sofya por estar tão empolgada, já que ela iria para sua primeira temporada. Escolher modelos, tecidos, costureiras, acessórios poderia ser bem deslumbrante no começo. Já Sabina não aguento mais essa agitação, para falar a verdade não aguentava mais ficar em Londres nessa época do ano, onde todos esperavam mais uma vez que ela por fim encontrasse um marido.

Não é que não tivesse propostas, pelo contrário, perdera a conta de quantos pretendentes haviam pedido permissão ao seu pai para corteja-la e de quantos pedidos de casamentos lhe haviam sido feitos, o problema era que ela não havia encontrado o homem com quem quisesse se casar. Observar o casamento dos seus pais a fez querer esse tipo de amor, esse tipo de união. Ainda mais depois que sua irmã Sina e seu irmão Joshua tiveram a sorte de encontrar casamentos assim. Eles eram absurdamente felizes em seus casamentos, assim como seus pais.

Já Sabina, iria para sua quarta temporada sem nenhuma expectativa de por fim encontrar o noivo ideal, senão um homem que a amasse, mas pelo menos alguém que um dia pudesse amar. Sabia que muitas vezes o amor só vinha depois do casamento, como no seu caso de seus pais. Mas mesmo assim, nesses três anos que havia passado na sociedade, havia conhecido odos os solteiros elegíveis, e nenhum deles havia despertado o seu interesse.

Um pequeno soluço a tirou dos seus pensamentos, a princípio Sabina pensou que era um gatinho, mas ao olhar para o lado deparou-se com a cena.

Uma luxuosa carruagem estava parada, Sabina demorou um momento até entender realmente o que estava acontecendo até que seus olhos se estreitaram com ira. Ali na carruagem, uma mulher tentava tirar uma pequena menina a força enquanto a menininha soluçava agarrando-se a porta da carruagem. A odiosa mulher falava palavras em voz baixa, com o tom ameaçador.

Sabina não pensou duas vezes antes de se dirigir ao local, ao se aproximar, pode escutar com clareza a voz da mulher.

- Não chore, está me ouvindo? ou ficará sem o seu jantar e solte essa porta antes que eu perca a paciência.

- Isso não são ameaças para se fazer a uma criança. - Sabina falou assim que chegou ao local da cena e tentou se controlar, quando sua vontade era puxar a mulher pelo cabelo da mesma forma que ela fazia com o corpinho da menina. não se importava se ela fosse mãe da criança.

A mulher levou um pequeno susto diante da sua intromissão, soltando a menina e olhando rapidamente para os lados antes de lhe responder.

- Oh senhorita, não se preocupe. Joalin é uma menina muito malcriada tenho que ter pulso forte com elas as vezes.

Sabina pode deduzir rapidamente que a mulher era uma espécie de babá da menina e não se deixou enganar pelas palavras dela, vira com seus próprios olhos como ela estava tratando a criança.

- Isso não é motivo para trata-la como estava tratando, a menina está aterrorizada! - Sabina endureceu a voz ganhando total atenção da mulher.

- A senhorita entendeu errado, Joalin gosta de birra. - a mulher falou tentando dar encerrada a conversa. - Vamos Joalin! - ela falou mais uma vez tentando tirar a menina de dentro da carruagem. A pequena arregalou os olhos mais uma vez segurando-se na porta da carruagem.

Sabina não aguento mais, colocou-se entre a mulher e a criança não se importando da cena que estavam armando no meio da rua. As pessoas começaram a prestar atenção ao que estava ocorrendo.

- A menina não quer ir! Não a puxe desse jeito acabará machucando-a. - usou seu tom mais autoritário, o mesmo que sua mãe usava quando queria dar uma ordem.

Viu como o rosto da mulher era tomado pela ira e Sabina percebeu que ela também estava se controlando.

- Senhorita, não permitirei que interfira na forma como trato a menina, sou responsável por ela há anos. - a mulher falou levantando a voz.

A pequena encolheu-se diante da voz da mulher e soltou outro soluço. Ela não devia ter mais do que cinco anos, tinha cabelos loiros e olhinhos azuis adoráveis, agora tomados pelas lágrimas.

Sabina controlou-se mais uma vez.

- Eu é que não permitirei que trate essa criança dessa maneira na minha frente! onde estão os pais dessa menina? - Sabina falaria com a mãe da menina imediatamente, como ela ainda não havia percebido a forma como a babá tratava a criança?

Foi justo nesse momento que uma voz grave chegou até ela e Sabina virou-se segurando a respiração da presença do homem mais intimidante que tinha visto.

- Posso saber o que está acontecendo aqui? 

APAIXONADA POR UM CONDE - urridalgo versionOnde histórias criam vida. Descubra agora