CAPITULO DEZ

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- Sabina, o que acontece contigo? Está ausente desde o seu passeio com o Conde e olhe que já fazem dois dias. Sofya tirou dos seus pensamentos, ambas estavam no quarto de Jas escolhendo o vestido que ela usaria no baile de hoje à noite. 

Sabina desviou a vista do olhar da irmã, céus! Se Sofya estava percebendo isso como conseguiria disfarçar na frente da sua mãe? Não havia falado a ninguém sobre a surpreendente proposta do Conde. Nem mesmo conseguia acreditar que aquele encontro tivesse realmente acontecido.

Somente o tom frio e prático em que a proposta havia sido feita é que lhe dava a certeza de que havia sido realmente real. Se tivesse sonhado que o Conde havia lhe pedido em casamento com certeza ele usaria um tom mais apaixonado.

 Sacudiu a cabeça, não era mais uma mocinha com tolas ideias românticas, sabia muito bem que quase toda a aristocracia tinha casamento de conveniência. Que seus pais e seus irmãos tivessem casamentos baseados no amor era uma enorme sorte. Até mesmo seus pais casaram-se assim, mal suportavam-se no início e hoje eram o modelo de casal feliz para toda a sociedade. Porque o dela não daria certo? Mesmo não amando o Conde tinha certeza que poderia chegar a fazê-lo. Não negaria a si mesma que ele foi o único homem que conseguiu despertar nela as mais variadas emoções. Céus, estava realmente considerando a proposta dele? Se ela tivesse sido feita por qualquer outro homem teria recusado na hora, mas havia sido ele.

Ele foi bastante prático enumerando os seus motivos para querer uma esposa, teve que dar crédito a ele por lhe dizer a verdade. Já havia recebido propostas pomposas que no final tinham o mesmo objetivo

Talvez depois do casamento um sentimento mais duradouro surgiria entre eles, assim como no caso dos seus pais.

- SABINA! – Sofya a chamou mais uma vez. – Se soubesse que iria ficar falando sozinha não teria pedido a sua ajuda. – Sua irmã falou com uma cara de desgosto.

- Perdoe-me Sof. – Falou saindo dos seus pensamentos. – Deixa eu ver, entre quais vestidos estava em dúvida?

Sofya lhe deu um olhar avaliador antes de apontar para os dois vestidos estirados na cama, um verde claro e outro azul. Sorriu diante dos gostos de sua irmã, era de se esperar que jovenzinhas como ela usassem apenas branco e tons muito claros nos bailes, mas Sofya sempre havia tido um gosto mais alegre, como uma boa descendente árabe sua irmã adorava todos os tons chamativos. Sua mãe havia lhe permitido escolher vestidos com cores mais vivas, haviam coisas que a Marquesa de Beauchamp não abria mão e suas tradições eram uma delas. Que seus filhos fizessem questão disso a deixava muito feliz.

- O verde. – Falou decidida. – Combinam com seus olhos.

Sofya lhe deu um sorriso vitorioso e logo depois foi até ela.

- Agora que temos o vestido escolhido, me contará de uma vez o que aconteceu no seu passeio com o Conde para que você ficasse o dia todo com a cabeça nas nuvens.

Sabina rezou para não corar enquanto fugia do olhar da irmã.

- Não aconteceu nada. – Mentiu.

- Eu não acredito em você Sabina Ambar Hidalgo, por acaso o bonito conde a beijou? – Sofya perguntou em voz baixa como se aquilo fosse um enorme segredo.

- Não! – Sabina falou se afastando da irmã e só aí isso lhe veio à cabeça. Estava seriamente considerando casar-se com um homem que nem sequer a havia beijado? 

O olhar avaliador de Sofya voltou a Sabina.   

- És uma péssima mentirosa. Reze para que mamãe não perceba que está assim, porque com certeza ela descobrirá o real motivo apenas com um olhar.  

Sabina virou-se em direção a porta, não queria continuar sobre o avaliador olhar da irmã

- Prometi a Yoon que iria visita-la. – Falou mudando de assunto e fugindo do quarto de Sofya.

- Ele o que?! – Heyoon perguntou quase pulando da confortável cadeira, na casa que morava com seu marido Joshua

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- Ele o que?! – Heyoon perguntou quase pulando da confortável cadeira, na casa que morava com seu marido Joshua. 

Sabina não estava mais aguentando guardar isso só para si e foi visitar sua cunhada e amiga. Após o casamento deles, Josh e Heyoon haviam ido morar em uma das numerosas mansões que pertenciam ao Marques a poucas casas da residência oficial da família.

- Pediu-me em casamento. – Sabina repetiu não acreditando que havia dito aquelas palavras em voz alta, mas era isso ou enlouqueceria. Precisava falar com alguém sobre isso, mas não estava pronta para falar com sua mãe ainda. 

- Mas vocês mal se conhecem. – Heyoon disse o obvio.

- Eu sei, ele foi muito prático Yoon. Disse que não iria me iludir com falsas palavras, disse que estava à procura de uma esposa e que eu tinha todas as qualidades que ele procurava em uma, e que não pretendia estender sua estadia em Londres tempo a mais que o necessário.

- Mas que arrogante, ele deve estar muito acostumado a comandar as pessoas. - Heyoon falou concisa. Sabina ficou calada enquanto sentia o olhar da amiga sobre si. - Oh não! – Yoon continuou depois de observa-la. – Você não está considerando essa proposta não é mesmo, Saby? 

Sabina ficou calada mais uma vez antes de responder.

- Sou uma grande tola por isso não sou? Mas eu estou Yoon.

- Céus! – A amiga saiu da cadeira que ocupava para sentar-se ao seu lado no sofá. - Você gosta dele.

Não era uma pergunta, mas os termos em que a amiga expos a deixou em alerta.

- Eu não sei, sei apenas que ele tem a capacidade de fazer com que meu coração bata descompassado. Eu nunca senti isso por ninguém Heyoon, tenho quatro temporadas! Tenho medo de que deixe essa oportunidade passar e não volte a encontrar alguém que me faça se sentir assim.

Sentiu as mãos de Heyoon acariciarem seu cabelo.

- Definitivamente você gosta dele. – Disse mais uma vez enfática.

- Céus, eu mal o conheço! Como eu posso gostar de uma pessoa em tão pouco tempo? – Sabina perguntou a Heyoon, mas na verdade fazia essa pergunta a si mesma.

Sua amiga continuou acariciando o seu cabelo.

- O problema Saby, é que é muito perigoso entrar em um relacionamento assim, principalmente em um onde os termos já foram deixados tão claros. Poderá você viver assim? Logo você que cresceu em um lar onde o amor sempre esteve presente.

- Meus pais. – Foi a única coisa que Sabina conseguiu pensar e agarrava-se firmemente a esse exemplo.

- Seus pais são a mais bela exceção, Saby. – Heyoon falou tristemente.

- Mas isso não quer dizer que não possamos nos amar um dia. Eu o acho um homem bastante agradável e ele me trata muito bem. Sei que poderemos evoluir depois do casamento, só precisamos de tempo, faremos o caminho inverso enquanto vocês encontraram o amor e depois se casaram, eu irei me casar e depois encontrar o amor.

Viu como Heyoon considerava suas palavras antes de responder.

- Eu não sei o que te falar, Sabina. Tenho apenas medo de que chegue a acreditar que possa obter mais que um casamento de conveniência e se frustre.

- Eu pensarei sobre isso. – Sabina falou, quando sabia que não conseguiria tirar isso da cabeça até ter dado uma resposta ao conde.

APAIXONADA POR UM CONDE - urridalgo versionOnde histórias criam vida. Descubra agora