CAPITULO OITO

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- Sabina, não olhe agora, mas ele está vindo para cá. - Sofya falou tranquilamente, ambas estavam em uma roda com Sina e o cunhado delas, o duque de Grenville, Senhor Wang.

O coração de Sabina deu um salto e começou a pular descompassadamente no seu peito. Não precisava perguntar a sua irmã sobre quem ela falava, com toda certeza era sobre o Conde de Orange.

Controlou o impulso de levar a mão ao cabelo para verificar se havia alguma mecha fora do lugar, não permitiria que ele percebesse o quanto lhe afetava.

- Wang. - a poderosa voz soou atrás dela enviando calafrios por seu corpo, virando-se para ele tentando não soar apreensiva.

Mas o olhar do homem estava centrado no duque.

- Urrea, é um prazer vê-lo depois de tanto tempo. - Sabina viu como os homens trocavam cumprimentos.

Seu cunhado havia comentado momentos antes que conhecia o conde, mesmo estando afastado de Londres por tanto tempo, algumas vezes ele vinha a cidade apenas para cumprir com suas obrigações com o parlamento. Local que o pai de Sabina e o cunhado também ocupavam.

Não restando alternativa o duque teve que fazer as apresentações.

- Permita-me apresenta-lo minha esposa, Lady Sina Wang e minhas duas cunhadas, Ladys Sabina e Sofya Hidalgo.

Sabina segurou a respiração quando ele passou a cumprimentar suas irmãs e deixou ela por ultimo.

- Senhorita Hidalgo. - ele falou com os olhos verdes presos ao dela enquanto levava sua mão aos lábios. - É um prazer vê-la novamente. - Sabina sentiu o rubor se espalhar pelo seu rosto enquanto tentava desviar o olhar do dele, apenas para encontrar o olhar avaliativo que seu cunhado e sua irmã mais velha lhe davam.

- Já se conheceram antes? - Krystian, o duque de Grenville perguntou estreitando o olhar.

-Sua cunhada foi de grande ajuda em um incidente com minha filha, alguns dias atrás. - o conde falou com a atenção voltada ao duque.

Krystian deu a ela um olhar avaliador, mas aquela explicação pareceu o suficiente para ele.

- Senhorita Hidalgo, conceder-me-ia a honra da próxima dança? - ele perguntou diretamente a ela, como se as demais pessoas ao lado deles houvessem sumido.

Céus! Rezou para que não estivesse corada diante do olhar intenso que ele lhe dedicava.

- Claro. - Sabina aceitou o braço que ele lhe oferecia e amos saíram em direção a pista de dança.

Chegaram a pista de dança no momento em que a orquestra se preparava para a próxima musica. Os acordes de uma valsa ecoaram no local e Sabina quase pulou quando sentiu a mão do conde em sua cintura. Ele lhe deu um olhar avaliativo enquanto se aproximava mais dela.

- Estou roubando a dança de algum pretendente insistente? - ele lhe perguntou com aquela voz que lhe enviava arrepios, Sabina por um momento chegou a cogitar que ele estava brincando, mas como o sempre o rosto dele estava inexpressivo.

Os acordes da valsa soaram no salão e ele a conduziu com uma maestria na dança, sua mão forte apertava sua cintura enviando sensações por todo seu corpo.

- Oh não milorde, eu quase nunca tenho o cartão todo preenchido. - agradeceu por sua voz ter saído firme.

E rezou para que não corasse como uma donzela tímida diante do insistente olhar dele. Céus, ele poderia desconcertar qualquer mulher a olhando assim.

- Bom, isso é uma surpresa que uma dama tão bela não tenha seu cartão de danças todo preenchido.

Sabina soube que falou miseravelmente em não corar quando sentiu um quente rubor em seu rosto. Oh céus! Não era a primeira vez que era elogiada, mas comportava-se assim. Talvez porque foi a primeira vez que ele a elogiou.

Abaixou a vista tentando fugir do avaliador olhar antes de lhe responder.

- Como está Joalin? - tentou mudar o assunto.

Sabina percebeu como um brilho cálido vinha aos olhos dele diante do nome da filha.

- Está muito bem, graças a você percebi o tipo de tutora que tinha com minha filha. Mas já me encarreguei de que a senhorita Phillerman não consiga mais esse tipo de trabalho.

Sabina assentiu e quase teve pena da mulher em questão pois sabia que a conversa que ela teve com o Conde depois da cena da rua não havia sido nada fácil, mas depois lembrou-se de como ela havia tratado a pequena Joalin e soube que foi mais do que merecido. Nenhuma criança merecia cair nas mãos daquela odiosa mulher mais uma vez.

- Fico feliz por isso, milorde. Poderia levar a sua filha meus cumprimentos? Ela é uma menina adorável.

Ele a olhou atentamente antes de lhe responder.

- Tenha certeza disso, senhorita Hidalgo. Ela tem falado muito sobre você.

Sabina sorriu, realmente tinha gostado da pequena, Joalin parecia ser uma menina doce e amável, que ela ainda falasse dela lhe deu uma grande alegria, mas e o pai dela o que achava disso?

- Leva você muito jeito com crianças, Senhorita Hidalgo. – Ele falou mais uma vez, sua voz grave a envolvendo.

- Oh sim. – Falou não escondendo sua empolgação.- Tenho quatro irmãos, Milorde, duas delas mais novas que eu e um sobrinho de apenas três anos. – Sorriu mais uma vez ao lembrar das travessuras que ela e Sof aprontavam e dos apuros que Luna sempre se colocava. Já com o pequeno Will, todos na sua casa voltavam a ser crianças quando ele estava presente, era uma menino muito esperto e cheio de energia.

- Bem, então tens uma carga muito grande de experiência nesse assunto. – Ele falou ainda sério com seu olhar avaliador.

Sabina tinha a estranha sensação de que estava sendo testada.

Assentiu em resposta enquanto ficava em silencio, ser o constante alvo de atenção de um homem como aquele era desconcertante. Seu tolo coração ainda batia acelerado.

- Então, ficará por toda temporada? – Quase mordeu a língua por ter dado voz a sua curiosidade, mas a pergunta já havia sido feita e estava ansiosa demais para a resposta. A ideia que continuasse a vê-lo lhe encheu de uma tentadora apreensão.

Ele a olhou intensamente enquanto a aproximava mais dele durante uma volta da valsa.

- Isso dependerá de você, senhorita Hidalgo.

Sabina quase perdeu o passo e o olhou atentamente, esperando mais alguma palavra da parte dele.

- Perdão? – Falou bobamente, não entendia como ela poderia influenciar na permanência dele em Londres.

Ele pelo contrário não se alterou, focou mais uma vez os inquietantes olhos nos seus.

- Permita-me acompanha-la em um passeio ao parque amanhã Milady.

Sabina abriu a boca e fechou diante do convite, ele nem ao menos tinha respondido sua pergunta. O olhou por um momento e soube que não se negaria a estar na presença dele mais uma vez.

- Será um prazer, Milorde.

***

Boa noites🤰🏻

APAIXONADA POR UM CONDE - urridalgo versionOnde histórias criam vida. Descubra agora