CAPÍTULO VINTE E TRÊS

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Sabina já havia falado com a governanta sobre os assuntos pendentes e acompanhado a lição de Joalin com a nova professora, a senhora Rochins estava se saindo muito bem com a menina. Via-se sem sombra de dúvidas que ela tinha bastante experiência no assunto. Já haviam se passado quinze dias em sua nova vida, parou no hall de entrada da mansão enquanto seus pensamentos voavam para a noite que teve com seu marido.

Como um homem podia ser tão apaixonado em um momento e tão distante em outro? Como sempre no desjejum ele a saudou com um cumprimento formal enquanto a única coisa que Sabina queria era arrancar um pouco de emoção daquela dura fachada.

Mal o via durante o dia, mas durante as noites ele sempre ia visita-la. Pouco se falavam quando a paixão tomava conta de ambos e logo após estarem juntos ele sempre voltava para o seu quarto.

Sabina que a esse horário ele estaria no seu escritório, já havia aprendido a rotina dele. Depois do desjejum ele sempre visitava Joalin e depois se trancava no escritório e só saia na hora da refeição, na parte da tarde ele saia pela propriedade fiscalizando tudo ou se necessário voltava mais uma vez para o escritório.

Franziu o cenho ao pensar na distância que havia entre ambos, ele era quase sempre formal quando se encontravam, como conseguiria conquistar um homem que não lhe dava oportunidade para isso?

Bem, talvez deveria lhe fazer uma visita. Era dever de uma esposa zelar pelo bem-estar do marido não era? Talvez precisasse de chá. Caminhou até o escritório dele e hesitou antes de bater na porta, mas bem, eram casados!

Não havia problema nenhum uma esposa querer ver a seu marido, disse a si mesma quando na verdade queria apenas estar perto dele. Ele mantinha-se tão afastado quando não estavam no quarto, durante a noite ele era tão apaixonado, mas durante o dia voltava a ser o frio Conde. Enchendo-se de coragem bateu na porta.

- Entre. – Escutou a voz abafada do seu marido por trás da porta.

Sabina entrou no local tratando de colocar um belo sorriso ao rosto. E parou assim que entrou, ele não estava sozinho como chegou a pensar Collin estava ao seu lado e uma mesa com numerosos papéis estava na frente de ambos.

- Oh! perdoem-me, não sabia que estava acompanhado. – Sabina falou desconcertada.

Seu marido levantou a vista dos papéis e a observou por um momento como se não entendesse o que estava fazendo ali, e ambos os homens levantaram.

- Algum problema, querida? – A voz dele soou séria e a Grace não lhe passou despercebido que ele não a chamou pelo nome, e para ela o querida no tom que ele utilizava soava quase como um Milady. Tudo bem que estavam na presença de outra pessoa, mas pelo que pode entender esse homem era além de administrador, amigo dele.

- Não. Só vim saber se precisavam de alguma coisa. – Falou controlando a vontade de desviar a vista.

- Senhor Hartwhey – Cumprimentou o amigo de seu marido diante do atento olhar dele.

- Lady Watson. É um prazer revê-la. – Daniel lhe respondeu sorrindo. Bem, pelo menos ele parecia feliz com sua presença, ao contrário do seu marido.

- Estamos bem, não se preocupe com isso qualquer coisa chamarei Petter – Harry falou como se estivesse aborrecido por sua interrupção.

Sabin piscou diante da clara dispensa da parte dele. Fora um tola por ter ido até ali. Olhou de um homem para o outro enquanto pensava em uma maneira de sair dali que não fosse correndo tomada pela vergonha. O administrador do seu marido a olhava com um rastro de um sorriso.

- Eu posso voltar em outra hora, não é nada urgente. – O Senhor Keefe falou começando a mover-se.

Mas seu marido levantou uma mão o impedindo. Aquilo foi um banho de água fria nas boas intenções de Sabina.

- Não é necessário Senhor Keefe, eu só estava passando por aqui e resolvi saber se precisavam de alguma coisa. – Sabina mentiu desesperadamente. – Com sua licença senhores

Sabina não aguentava mais aquela situação, agradeceu por ao menos ter conseguido sair da sala sem demonstrar o quanto estava contrariada

Bem, ao menos uma coisa ficou bastante clara, seu marido não fazia questão da sua companhia

***

Naoh continuou olhando a porta sem entender muito bem o que tinha acontecido ali, sua esposa veio até o seu escritório, era a primeira vez que ela tomava a iniciativa de visita-lo.

Todos os criados sabiam que não deviam atrapalhá-lo quando estava com seu administrador a não ser que fosse estritamente importante e se precisasse de alguma coisa o prestativo mordomo lhe atenderia instantaneamente. E como sua própria esposa havia dito, ela não tinha um motivo específico para ter ido ali.

Depois teria uma conversa com Sabina sobre sua rotina e sobre os momentos que não gostaria de ser incomodado.

- És um asno. – A voz de Collin chegou até ele o tirando dos seus pensamentos.

- Como diz? – Deu a ele um olhar autoritário, mas que nunca funcionava como devido no seu velho amigo.

- És um asno, não ficaste claro para ti que a dama veio a procura da sua companhia? – Ele perguntou como se aquilo fosse obvio.

- Ela teve a minha companhia durante o desjejum e ela mesma disse que não tinha nenhum problema. – Falou carrancudo.

- Vocês estão casados a apenas duas semanas, homem. É mais do que natural que a dama queira estar contigo.

- Não tenho tempo para uma lua de mel, Collin. E sabes bem disso, há assuntos urgentes que precisamos resolver. Passei muito tempo em Londres longe das minhas obrigações. Minha esposa tem a Joalin e a dezenas de criados para atende-la.

- Continuas sendo um asno. – Collin repetiu calmamente enquanto voltava a olhar os papéis.

- E tu perdeste a noção do perigo? Sou teu patrão, trate-me com respeito. – Noah soou autoritário e aquele tom teria feito tremer a qualquer outra pessoa, menos Collin, o desgraçado.

Ele deu de ombros, como se não tivesse ouvido sua ameaça.

- Se eu fosse tu, não sairia do quarto por um bom tempo.

Aquilo irritou Noah.

- Pois trate de arrumar uma esposa e pare de se meter no meu casamento.

Noah não queria mudar seus hábitos, tinha uma esposa novamente, mas aquilo não alteraria sua rotina. Sabina deveria se meter nos assuntos da casa e dar assistência a Joalin. Ele estava com ela durante todas as refeições e a noite sempre ia ao quarto dela.

Não pode negar que essa era a parte do dia que ele mais ansiava, quando a tinha debaixo dele tomada pela paixão, mas não permitiria que isso saísse do quarto. Tinham um casamento de conveniência, não era um tolo apaixonado que não podia ter as mãos longe de sua mulher. E trataria de deixar isso claro para sua esposa.

Vão conferir minha Heyosh no perfil oficial👍🏻

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APAIXONADA POR UM CONDE - urridalgo versionOnde histórias criam vida. Descubra agora