Mach 0 - 0Km/h

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Mach acordou e percebeu que seu corpo estava restringido em um espaço confinado em que limitava seus movimentos. Ele tentava se mexer sem sucesso naquele lugar pequeno e apertado. Ele escutou vagamente algumas vozes, mas que não as conseguiu reconhecer. Após vários minutos tentando sem sucesso, Mach desistiu cansado. Ele novamente ouviu vozes, ainda fracas, mas dessa vez eram reconhecíveis.

Michael... Michael... Por que...?

Mach...

"Lana? Lince?" Mach tentou chamar, mas ele percebeu que não saiu nenhum som de sua boca. Mach tentou se mexer sem sucesso até que ele percebeu que ele não havia controle sobre seu corpo, o que lhe deixou aflito. Tentando se mexer novamente ele escutou as vozes de sua irmã e de seus pais, e para sua surpresa eles estavam chorando.

Michael... Por que...? Por que? Por que que você teve que morrer?

"Mãe? ... Eu... Eu estou morto?" Mach se questionou mentalmente. "Isso não é possível... Eu estou vivo. Não estou...?"

Mach tentava mover o seu corpo inerte enquanto sua mente se debatia em vão. Enquanto o pastor fazia o seu sermão sobre a morte, Mach sentiu um calafrio e de repente ele se viu em frente de si mesmo. Vendo os seus pais e Lana ele tentou os tocar sem sucesso e para seu choque completo ele os atravessou. Eles também não o conseguiam ver e ele sabia que aquilo não era possível.

"Para... Isso não é real."

Todos ali choravam e Mach tentava a todo custo chamar por eles, porém nada que ele fazia adiantava, pois ninguém ali o podiam ver. O caixão foi erguido e levado para um local sem rumo onde ele apenas ouviu o som de um veículo o levando para algum lugar. Ao sentir o carro funerário parar, Mach percebeu aonde o mesmo estava. Ele tentou se mover mais uma vez para poder se libertar, enquanto sentia as pessoas erguerem o seu caixão e o levarem em direção a sua cova. Mach sentiu seu espírito se desprender de seu corpo e se viu-se prestes a encarar a sua morte súbita ao ser enterrado.

-Parem! Eu estou vivo! Me tirem desse caixão! — Mach implorou para. Os seus gritos não podiam ser ouvidos e ele não conseguia retomar o controle de seu corpo. O seu caixão foi baixado para dentro da cova e começaram a jogar terra nele para fechar a cova.

-Para! Para! — Michael gritou em vão enquanto fechavam a cova e o mesmo se angustiava com a falta de ar. — Para! Para!

Michael... Michael...

-Para!

-Michael acorda!

-Para!

Mach acordou pulando institivamente de sobressalto e ele sentiu uma pontada de dor repentina em seu braço esquerdo e nas pernas. Olhando para o ambiente ao redor, ele percebeu que estava na verdade em um leito de hospital completamente imobilizado. Olhando ao redor, ele percebeu que seu pai o encarava genuinamente surpreso, como se não esperasse tal reação. Observando mais atentamente, Mach finalmente notou que havia talas em seu braço esquerdo e nas pernas, os três membros suspensos por um sistema de suporte, além se sentir um colete cervical em seu tronco que limitava seus movimentos.

-Onde... Onde eu... estou? — Mach perguntou ofegante, se sentindo confuso com tudo aquilo.

-Hospital Saint Helena. Quarto 325. — Cherry respondeu do lado direito de Mach também surpresa. Mach tentou olhar para a mãe e percebeu que não tinha a visão do olho direito.

-O que... houve com meu... olho?

-Você quase perdeu a visão e a audição do lado direito no acidente. Por um milagre que seu globo ocular não sofreu danos que afetassem a sua visão, mas isso ainda tem que ser visto pelos médicos. — Jacob explicou após se recompor do susto, se levantando de sua cadeira e ficando do lado esquerdo do filho.

MachOnde histórias criam vida. Descubra agora