Mach sentiu-se em uma espécie de transe, estando em um estranho estado de consciência e inconsciência. Mas diferente do estado de REM que ele raramente experienciava em seus sonhos e em alguns casos, quando estava prestes a acordar. A sensação era como se ele estivesse anestesiado por horas a fio e o efeito estivesse se dissipando aos poucos, o que lhe deixava tão aéreo ao ponto de ele pensar que ele estivesse apenas alucinando sob o efeito da anes. Ele tentou respirar fundo enquanto observava aos arredores, tentando saber onde ele estava. Ao perceber que ele estava estonteado demais para realizar onde ele estava, ele desistiu e decidiu deixar de lado, tentando se recompor. Mach respirou fundo e deixou o ar entrar em seus pulmões, enquanto tentava recuperar o foco. Escutando o som abafado e fraco que pareciam vozes, ele tentou se focar no som daquelas vozes enquanto tentava se manter acordado.
— O ...chael... está...
— Sim... le... não...
Mach se esforçou para escutar com mais atenção, tentando se manter acordado para ouvir com mais clareza. Ele pensou em até tentar em levantar-se novamente, mas desistiu após sentir seu corpo fraquejar novamente e a sua consciência ameaçar a esvair-se de seu corpo. Sentindo o seu corpo cada vez mais letárgico, ele tentou manter-se acordado, enquanto sentia sua visão se distorcer ainda mais, ficando cada vez mais nevoada.
— Ent... dizer q...
— ...im... ele...
Mach começou a sentir a sua consciência se esvair de sua mente e ele tentou com todas as suas forças se manter acordado. Em um breve relance, ele viu duas silhuetas familiares, mas quais Mach tentava reconhecer, mas não conseguia devido a sua visão turva.
— ...em certeza?
— ...absoluta.
Mach sentiu a consciência lhe abandonar de vez, lhe levando rumo ao vazio. Em meio ao seu breve período no inconsciente, as estranhas vozes ecoavam em sua cabeça, vozes nas quais lhes eram familiares e que ele conhecia muito bem. Várias horas depois Mach acordou e ele grunhiu em cansaço enquanto tentava se levantar. Se forçando, ele tentou se levantar, mas quase caiu da maca quando perdeu o equilíbrio, mas ele foi amparado por Cherry, que o pôs de volta a maca.
— Pode ir parando seu teimoso. Está fraco demais para se levantar. — Cherry disse em repreensão.
— Onde... eu estou? — Mach perguntou confuso.
— Na mansão Santa Clara. Você desmaiou, lembra?
— Eu desmaiei...?
— Sim. Você tropeçou no meio da corrida de testes, ao menos foi o que aparentou. Você desmaiou e perdeu o controle, caindo no meio da pista. — Cherry respondeu com certa fúria em sua voz. — Seu idiota. No que você estava pensando? Podia até mesmo ter morrido.
— A gente tem que saber o meu limite...
— E se matar no processo? Michael, você não pode tentar fazer coisas nas quais você não pode fazer. Tem certas coisas que não dá para realizar por nós mesmos.
— Mas mãe... A gente tem que fazer. É as nossas vidas que estão em jogo...
— Eu sei, mas precisamos reconhecer que nós temos nossos limites. Tem certas coisas que não podemos mudar. — Cherry respondeu com um tom mais brando. — Michael, lembra da oração da serenidade?
Michael sorriu ao ouvir aquilo.
— Lembro. A senhora me ensinou para entender melhor como é a vida.
— Sabe, quando você estava no hospital, eu orei essa oração por você.
— Sério?
— Sim. Você lembra dela?
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Mach
General FictionMichael Moreira Pittsburgh Grand está vivendo o seu auge. Tendo uma família amorosa, ele vivia em harmonia com seus pais, Jacob e Cherry e sua irmã Lana, e sua vida no colégio também não deixava a desejar, sendo um aluno exemplar em vários aspectos...