Mach 0.1 - 122,5Km/h

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-Você está indo bem Michael. Continue.

Mach caminhava sobre uma esteira, fazendo os exercícios que o fisioterapeuta lhe ordenava, sendo acompanhado junto de Wilson que checava o seu progresso e fazia anotações em sua ficha.

-Está quase acabando. Só mais um pouco.

-Certo.

Mach continuou a caminhar, mantendo o ritmo muito próximo do que ele usava antes do acidente. Após cinco minutos Wilson apertou o botão de desligar da esteira.

-Está bom.

Mach desceu da esteira e foi até Wilson que anotava os resultados da fisioterapia em sua prancheta. Ele olhou surpreso para os papeis e se virou para Michael.

-Eu tenho que dizer, os seus resultados sempre me surpreendem Michael. Nunca imaginei que fazia tanto progresso em um mês.

-Que é isso doutor Wilson. Não conseguiria sem a sua ajuda e a ajuda da equipe. O senhor salvou minha vida. Literalmente.

-Mesmo assim, para alguém que fez artroplastia, instalou hastes intramedulares nas pernas e no braço é simplesmente impressionante ver o quanto você progrediu. Se continuar nesse ritmo, você vai poder voltar a correr a qualquer momento.

-Espera aí, sério?

-Sim, falando sério. O seu caso é realmente um caso intrigante, nunca vi alguém se recuperar em tão pouco tempo. Eu diria que é um milagre. Ou milagres em seu caso.

-Obrigado doutor Wilson.

-Disponha. — Wilson checou as horas em seu relógio. — Bem, sua sessão já acabou. Já pode ir para casa.

-Obrigado. Eu vejo você na próxima sessão doutor Wilson.

Mach saiu da área de fisioterapia e andou até a entrada, onde Cherry o esperava em seu Camaro. Mach entrou no carro e Cherry engatou a primeira marcha, e com a suavidade de uma pluma ela fez que o carro partisse dali, seguindo pelas ruas de Aurora. Engatando a terceira, Cherry olhou para o filho que parecia visivelmente satisfeito.

-E então, como foi a fisioterapia?

-Foi boa.

-Você parece bem contente... — Cherry comentou, visivelmente animada com a condição do filho.

-Sim, eu estou bem contente. Na verdade, o doutor Wilson disse que posso voltar a correr em pouco tempo se eu continuar assim.

-Sério!? — Cherry exclamou surpresa.

-Sim. Ele disse que dependendo de como eu vou reagir ao tratamento, eu vou poder voltar a correr.

-Isso é ótimo! Meu filho isso são boas notícias. — Cherry parou no sinal e sacudiu o ombro de Mach levemente. — Estou orgulhosa e feliz por você.

-Obrigado mãe.

Os sons de buzinas podiam ver ouvidas e Mach olhou para o semáforo.

-Mãe, o sinal abriu.

Cherry envergonhada e levemente a nervosa se voltou para o transito e engatou a primeira novamente, dando uma arrancada para sair dali, o que surpreendeu a Mach com o repentino solavanco.

-Desculpa! Eu exagerei? Eu não vi que sinal tinha aberto.

Mach deu uma leve risada com a reação de sua mãe e admirou as ruas de Aurora, enquanto voltava para casa. Era raro aqueles momentos de calmaria que ele via durante o meio da semana, o trânsito seguir quase vazio daquela forma. Mas algo o incomodava, como se alguma coisa fosse acontecer. Ignorando aqueles pensamentos ele aproveitou a viagem enquanto voltava para casa.

MachOnde histórias criam vida. Descubra agora