Mach voltou para casa após competir em várias partidas de CS:GO com Techno. Como havia imaginado, ele estava mesmo meio enferrujado, mas nada que alguns matches não resolvessem, junto de uma pequena competição amigável entre amigos. Ao abrir a porta, ele viu para sua surpresa que Cherry estava em casa mais cedo, sentada no sofá enquanto estava absolvida lendo a ficha de um caso no qual ele não conseguiria ler o título. Ela o encarou rapidamente assim que notou sua presença e fez um gesto com a mão o chamando para dentro. Ele a seguiu e ambos foram até o escritório da mesma no segundo andar onde este avistou a maleta preta metálica na qual ele imediatamente reconheceu, entretanto ele não comentou nada e apenas se sentou em frente da mãe, na qual estava se apoiando na mesa. Ela tirou os óculos do rosto e limpou as lentes com um lenço, enquanto encarava a maleta.
— Você sabe o por que eu lhe chamei?
— Por conta da minha... condição? — Mach perguntou incerto.
— Também tem a ver com a sua condição. Se lembra do meu chefe?
— Hercules? Aquele cara? Claro que lembro, por que? — Michael perguntou surpreso.
— Ele veio até mim hoje. Ele me entregou isso. — Cherry disse mostrando a ficha e a entregando para Mach, que a pegou e começou a ler confuso.
— Esse é o relatório do meu acidente? Por que ele deu isso a você?
Cherry suspirou e olhou para a maleta com certo receio.
— Existe a suspeita que o acidente que você sofreu não tenha sido um acidente.
Mach ficou em silêncio por um breve minuto antes de perguntar com certo nervosismo da voz:
— Como assim não foi um acidente?
— O Hercules, ele tem uma suspeita de que o acidente tenha sido causado por alguém. E o que aconteceu com você duas semanas atrás não vai ser solucionado pela polícia federal.
— E a senhora agora suspeita disso porque o seu chefe disse para a senhora...
— Quando o Hercules suspeita que algo está errado é quando de fato algo está errado. E para ser sincera eu acho tudo isso conveniente demais. Por que eles não tentaram lhe matar quando você estava no hospital? Isso foi o suficiente para levantar alguns alertas, mas quando eu li o relatório do seu acidente, percebi que as condições não batem. Eu li e reli os relatórios e tudo indica que foi falha mecânica, mas as condições do caminhão estavam excelentes. Uma falha de tamanha magnitude séria praticamente impossível em tal estado
— Então quer dizer que não foi um acidente?
— Tudo indica que não. Mas tenho que examinar mais a fundo para ter certeza.
Mach encarou a mãe e depois olhou para a maleta. Ele sabia que o passado de seus pais era conturbado e que simplesmente o fato de Cherry retirar aquela maleta de seu closet significava apenas uma única coisa: que a tempestade havia chegado e que ambos estavam no centro da mesma. Ele se levantou e apontou para a maleta.
— E então? Qual é o plano? Sei que não está pensando em voltar a ativa somente por conta de uma suspeita.
— Tem razão. Quero examinar melhor o seu acidente e vou usar os privilégios que possuo de vez em quando. Quanto a sua condição, se é que podemos chamar assim... A sua condição no momento atual não é exatamente uma das melhores. Nem ao menos uma das mais claras de se entender.
— Engraçado você dizer isso. Mesmo sabendo o que aconteceu, mesmo vendo uma pequena parcela, isso é se for realmente uma pequena parcela do que eu sou capaz, a senhora também não tem certeza sobre qual é a minha situação ou capacidade.
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Mach
General FictionMichael Moreira Pittsburgh Grand está vivendo o seu auge. Tendo uma família amorosa, ele vivia em harmonia com seus pais, Jacob e Cherry e sua irmã Lana, e sua vida no colégio também não deixava a desejar, sendo um aluno exemplar em vários aspectos...