Capítulo Doze

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A faca acerta no centro do alvo.

— Viu? — pergunta Harry. — Precisa de movimentos rápidos. Se mirar demais, acaba errando.

— Então para jogar facas, o segredo é não mirar? — pergunto.

— É, mais ou menos isso... — ele ri.

Ontem e hoje, os Sinistros não encontraram nada. Nós ficamos andando pelas ruas, entrando em casas, encontrando alimentos estragados...

Hoje foi a primeira vez que Louis não me fez ir com ele. Eu fui com Dylan e foi bem legal. Dylan sempre faz uma piada de tudo e sempre consegue me fazer rir. Uma coisa que reparei hoje foi Clarissa estar sem uniforme de Sinistra e por esse motivo não poder sair do condomínio até fazerem outro para ela. Lembro-me de anteontem, que eu e Niall ouvimos que um homem estava precisando de um uniforme e que pegaria o de alguém.

Tenho certeza que esse homem não era do condomínio e que essa garota é. E até agora a principal suspeita é Clarissa.

Eu estendo a mão para Harry e ele me passa as facas. Ele aproveita e me puxa para perto dele. Então nos beijamos. Admito — só agora — que estive com medo de ver Harry e achar que estávamos namorando. Talvez ele não queria nada sério e...

Mas, felizmente, nós estamos. Só sei disso pelo simples fato de quando vi ele — pela primeira vez depois daquele beijo —, ele me agarrou pela cintura e me beijou, quase me levantando. Não estou acostumada com isso. Ele é o meu primeiro namorado.

Ele me solta e nós nos afastamos um pouco, trocando sorrisos um para o outro. Vou no lugar onde ele estava jogando as facas e ele para onde eu estava o observando. Ele disse que jogar facas não precisa ficar mirando tanto. É só questão de ser rápido. Totalmente o contrário do arco e flecha.

Para ele pode ser fácil ir rápido, mas para mim não. Sou acostumada com o arco, onde precisa-se de muita precisão e mira. Da última vez que joguei uma faca foi de uma maneira devagar e eu errei feio. Vou tentar ser rápida. Igual a ele.

Seguro firme a faca e olho fixamente para o alvo. Faço movimentos rápidos para o alvo e começo a jogar as facas. A primeira acerto o alvo, um pouco longe do centro, mas foi o mais perto que consegui até agora. Não espero muito para jogar a próxima e por pouco não acerto o centro. Então, jogo a última e essa vai diretamente para o centro, do lado da faca de Harry.

— Conseguiu! — diz ele batendo palmas. — Parabéns...

Ele se aproxima e começa a me beijar.

— Acho que isso merece uma comemoração... — digo, interrompendo o nosso beijo.

— Eu... — ele começa, mas ouvimos a porta abrir.

Então, nos afastamos rapidamente e ficamos observando a pessoa abrir a porta. É Justin.

— Harry, está na hora — diz ele.

— De quê? — sussurro.

— Nós vamos fazer um joguinho — diz ele. — Quer ir?

— Joguinho? — pergunto, mas ele parece não ouvir.

— Claire pode ir também? — pergunta para Justin. — Claro, já que Clarissa não vai por causa do uniforme, vai sobrar espaço para ela no carro. Pode colocar seu uniforme de Sinistra? Nós te esperamos.

Penso em recusar por não saber que tipo de "joguinho" que eles vão fazer, mas penso que pode ser divertido. Sair do condomínio para algo que não seja procurar comida é algo que eu gostaria de fazer.

— Ok... — digo. — Vou me trocar.

***

Depois de me trocar, eu desço as escadas para o subsolo com Harry e Justin. O condomínio inteiro só tem um estacionamento, que é enorme. Tem milhares de carros. Os fortes, que são os mais usados e os fracos, que estão cobertos de pó e nunca foram usados.

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