Capítulo Dois

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Estou em um lugar escuro. Sentada num banco no meio da escuridão. Não consigo me levantar.

— Quem é você? — pergunta uma voz que ecoa pela minha mente.

— O... o quê? — pergunto assustada.

— Quem é você? — a mesma voz do além repete as mesmas palavras. É uma voz feminina... muito familiar para mim...

Parece até com... a minha voz...

— Quem é você? — dessa vez, sou eu quem pergunto.

Sem resposta.

Suspiro. Não sei o que está acontecendo. Não sei onde estou. Talvez seja melhor apenas responder.

— Claire Roberts... — respondo, finalmente.

— Não perguntei o seu nome — diz a voz. — Perguntei quem é você.

— Quem sou eu? — repito. — Eu... eu...

— Resposta errada. — Sou interrompida.

De repente, a cadeira que estou cai para trás. Entretanto, não atinge chão algum. Continua despencando para dentro da escuridão. É como se eu estivesse me afundando cada vez mais num mar preto infinito.

Acordo com Demi me balançando.

— Acorda! — exclama ela. — Não quer se atrasar para seu primeiro dia, quer?

Demi, além de ser minha melhor amiga, ela é minha colega de apartamento. Todos temos que dividir o apartamento com pelo menos uma pessoa, para que possamos ter o máximo de espaço possível no condomínio.

Levanto-me gemendo e a vejo vestindo o uniforme de Sinistra. Uma roupa totalmente preta com o tecido à prova de balas. Isso impede os zumbis de conseguirem te morder.

Coloco a mão na cabeça e começo a me lembrar do sonho. Faz tempo que estou tendo pesadelos como aquele. Não são necessariamente iguais, mas há certas semelhanças entre eles. Todos são estranhos e sempre me fazem acordar assustada.

— Você está bem? — pergunta ela.

— Estou... foi só mais um sonho estranho... — Minha voz sai um pouco rouca e fraca por eu ainda estar um pouco sonolenta.

— Tem certeza? — ela ergue uma sobrancelha.

— Tenho — digo, me levantando. — Onde está meu uniforme?

— Deixei no banheiro — diz ela.

— Obrigada — digo.

— Ah, quando Zayn veio entregar o uniforme ele disse que tinha uma surpresa debaixo da sua cama, dentro de uma caixa. — Ela caminha até a porta. — Te espero lá embaixo.

— Ok — digo.

Ela sai. Olho para debaixo da cama e vejo uma mala de couro marrom. Ela parece ser bem grande. Assim que a puxo para fora sinto que não é tão pesada quanto pensei que fosse. Abro-a no chão, revelando três arcos, tão novos que parecem que nunca foram tocados. Um de madeira, um profissional de metal e outro composto. Tem uma aljava com umas vinte flechas. Também há um bilhete.

À melhor atiradora em arco e flecha que já vi

Deixo escapar um sorriso e viro o bilhete.

"Quase ninguém usa arco nesse prédio, e você apresentou um alto potencial nesse tipo de arma. Estou te dando os melhores arcos daqui. Aproveite bem.

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