Capítulo Trinta e Um

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A porta está trancada. Mas não vai durar para sempre. Principalmente com o tanto de zumbis que tem lá fora. Viro-me para ver em que lugar estamos. Percebo que é igual o lugar que Richard mostrou. Alguns corredores de prateleiras com caixas fechadas. Alguma dessas caixas tem o Celfato. Tem algumas caixas caídas no chão, mas não tem nada além de isopor e remédios inúteis. Preciso encontrar a caixa com o Celfato.

Passo por um corredor de prateleiras. As paredes daqui são de metal. A sala é bem fria. Deve ser para os remédios. Vou até qualquer caixa. Eu a abro e vejo vários saquinhos de soros. Eu pego um saquinho com um soro amarelo. Está escrito:

Soro BONES
O único soro capaz de arrumar os ossos quebrados em apenas alguns dias.

Lembro que o médico disse que seria mais fácil arrumar a mandíbula de Demi se ele tivesse um soro. Talvez esse seja o soro que ele esteja falando. Eu pego um deles enquanto os outros vão revistando as outras caixas. Guardo o soro e o prendo bem junto ao meu cinto que está o coldre da arma. De repente, uma batida extremamente forte na porta. Levo um susto.

— O que foi isso? — pergunta Lena.

— Deve estar cheio de zumbis lá fora — diz James. — Temos que arrumar outro jeito de sair.

— Depois nós pensamos em como sair — digo. — Precisamos encontrar o remédio agora.

Procuro outra caixa fechada. Mas parece que todas já foram abertas. Richard está revistando uma caixa. Ele se vira para mim. Não vejo o remédio em suas mãos, então ele não encontrou também.

— Não está aqui — diz ele. — Já vimos todas as caixas...

Já penso em entrar em desespero. Minhas mãos começam a tremer, quando de repente ouço as tais palavras que me deixam mais calma:

— Ainda tem uma ali! — James aponta para uma caixa do outro lado da sala, atrás de um monte de prateleiras.

Eu caminho até a caixa. Ela está fechada. É a nossa última esperança para Demi. Se essa caixa não tiver o remédio que nós precisamos... Demi morrerá e a viagem para cá irá ser inútil. Igual Zayn disse.

Passo ao lado de um corpo sem vida no chão. Penso se aquele corpo pode ganhar vida a qualquer momento. Tento ignorar esse pensamento e continuo caminhando. O pensamento de Demi naquela cama desconfortável e sofrendo de dor me vem a cabeça. Sinto um arrepio. Precisamos conseguir esse remédio.

Assim que chego perto da caixa, sinto algo. Como se eu estivesse prestes a ser atacada... Então de repente...

— Claire, cuidado! — grita James atrás de mim.

Viro-me, mas não adianta nada. O corpo que estava no chão ganhou vida e está de pé na minha frente. Ele avança e me derruba em cima da caixa, a fazendo quebrar. Vários pedaços pequenos de isopor voam por toda a parte. O zumbi tenta me morder, mas eu o afasto com os braços. Seu bafo fede a carne podre e ele rosna para cima de mim, derrubando saliva em meu rosto. Mantenho a boca fechada, pois a saliva dele transmite o vírus. Então, eu pego a sua cabeça e a giro para a esquerda, quebrando seu pescoço.

Eu derrubo o corpo — totalmente — sem vida para o lado e limpo o meu rosto. Ainda em cima do isopor, procuro o Celfato. Mas não encontro nada, além de analgésicos e outros remédios inúteis.

Olho para Richard. Ele já sabe que não encontrei nada.

Não. Isso não está acontecendo. Droga. Precisa ter outro jeito! Precisa ter outro remédio! Deve ter outro armazém! Precisamos procurar melhor!

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