Capítulo Onze

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Nos deixaram ficar com a cadela. Demi escolheu o nome dela. Ela deu o nome de Andy, pois era o nome da antiga cachorra dela. Eu pensava que Andy era nome masculino, mas ela falou que era unissex. Deixei elas no apartamento e agora estou a caminho do apartamento da minha irmã. Faz tempo que não a vejo.

As vezes penso que ela está me evitando, mas por algum motivo não consigo acreditar nisso. Ela quase nunca me evitava quando... Era menor...

Mas agora ela cresceu.

Talvez ela esteja mesmo me evitando. Mesmo não tendo motivo para fazer isso. Só se ela estiver me escondendo alguma coisa.

Balanço a cabeça, tentando me livrar desse pensamento.

— Claire! — diz uma voz atrás de mim.

Viro-me e me deparo com uma pessoa correndo em minha direção. Louis. Ele para e coloca as mãos nos joelhos.

— Ah... — diz ele, recuperando o ar. — Vim correndo...

— Percebi — digo.

Ele tira as mãos dos joelhos e ajeita a postura. Então, seus olhos verdes ficam fixados nos meus.

— Eu só queria pedir desculpas por ter... Por ter ficado bravo... — ele parece não encontrar palavras, mas ainda tenta falar. O interrompo:

— Não precisa se desculpar por isso — digo. - Eu também teria ficado brava.

— É... — diz ele. — Mas mesmo assim, quero me desculpar. Não gostei da maneira que agi. Às vezes eu acabo perdendo o controle por coisas bobas...

— Está tudo bem, Louis. — Sorrio para ele. — Não precisa se desculpar.

Ele retribui. Seus olhos continuam vidrados nos meus. Suas pupilas estão dilatadas. Então, um rápido pensamento me veem à mente. Será que ele gosta de mim?

Tento afastar o pensamento, mas não consigo. Ele vai se alastrando para todos os lados da minha mente enquanto Louis me encara. E se eu estiver certa?

Não, eu não estou certa. Eu não quero estar certa. Não posso estar certa.

— Tenho que ir... — digo.

Então, afasto-me dele. Não olho para trás, pois sei que ele continua me olhando.

Assim que chego no apartamento da minha irmã, olho para trás para verificar se ele não estava me seguindo também. Talvez pensar isso tenha sido exagero, mas mesmo assim verifico.

Bato na porta do quarto de Bia.

Uns cinco minutos depois ela abre a porta e coloca só a cabeça para fora.

— Oi... — diz ela, sorrindo.

— Oi! — digo. De repente, ouço um barulho dentro do apartamento dela.

Deve ser Melissa, a colega de quarto dela... Mas mesmo com esse pensamento em mente, a encaro com desconfiança.

— Tá tudo bem aí dentro? — pergunto. — Posso entrar?

— Na verdade, eu estou um pouco ocupada... — diz ela.

Então, um vulto passa atrás dela. O vulto não parecia ter cabelo grande ou ter o formato de corpo da Melissa.

— Quem está aí? — digo.

— A Melissa... — ela mente.

Minha irmã mente muito bem, mas só há um problema com suas mentiras. Eu sei quando está mentindo. Foram anos de prática.

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