SISTEMA IMPLANTADO

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No percurso entre seus aposentos e o laboratório, Atalantha percebeu um grande contingente de soldados, todos fortemente armados, postados em diversas áreas. Em tempos normais apenas um pequeno destacamento fazia a segurança de todo o perímetro. Com a chegada do Último esse número havia aumentado um bom tanto, mas nada igual ao que ela agora estava vendo.

- Toda essa segurança é por minha causa?

-Você não representa um perigo tão grande assim, minha querida. Mas com o vazamento das informações no final do primeiro estágio, não posso me arriscar com nada e com ninguém.

- Principalmente com uma puta vagabunda como você! - Foi o impropério vindo do meio dos soldados que compunham a guarda de segurança e que estavam andando atrás da cientista e do magistrado.

- Mas quem se atreve? - Questionou Shadanam voltando-se para distinguir o autor da ofensa.

- Quem mais tem coragem de falar na cara o que essa vagabunda é na verdade, a não ser eu? - Jactou-se Mhadsen, surgindo por entre os soldados.

- Era o que faltava para completar o meu dia. - Lamentou-se ironicamente Atalantha.

- Veio apreciar o resultado da sua idiotice Mhadsen?

- Você deveria me agradecer Shadanam, pois se ela descobrisse a verdade de outra forma, poderia tentar sabotar o projeto. Na realidade eu fiz um enorme favor a todos nós.

- O melhor favor que você poderia fazer Mhadsen, seria simplesmente morrer! – Disse a cientista.

Num rompante de violência, Mhadsen agarrou-a pela roupa na altura logo acima dos seios, e suspendendo-a no ar, fez com que seu corpo batesse violentamente contra a parede, o que a fez soltar um gemido de dor. Com o braço esquerdo pressionando o peito, sacou de sua faca de combate e a encostou no pescoço da cientista, para desespero de todos os presentes.

- Vou sangrar você agora vadia, pois não precisamos de você para mais nada.

- Parre Mhadsen! Ela precisa finalizar o processo!

- Bobagem! O restante da equipe sabe executar todos os procedimentos.

A pressão da faca já produzia um pequeno filete de sangue que escorria pelo pescoço. Todas as armas dos soldados estavam agora apontadas para a cabeça de Mhadsen.

- Se ela morrer o projeto morre, e junto com os dois vai você também Mhadsen. Você é quem decide. - Ameaçou calmamente o magistrado.

Durante instantes que mais pareceram uma eternidade para a cientista, Mhadsen continuou exatamente na mesma posição, como que se decidindo o que fazer. Ela o encarava com total desprezo, sem, no entanto, demonstrar qualquer sinal de medo.

Girando agilmente a faca entre seus dedos e dando dois passos para trás, decidiu encerrar sua agressão.

- Você é uma vagabunda de muita sorte. Mas isso não termina aqui, nós ainda vamos conversar bem de perto, pode esperar.

Limpando o pequeno filete de sangue, Atalantha olhou para Shadanam e o questionou. - E você espera realmente que eu acredite no seu salvo conduto?

- Mhadsen, preste bem atenção no que vou lhe dizer agora. Eu fiz um acordo com ela, que entregando o projeto totalmente finalizado e estabilizado, ela e toda a sua equipe terão salvo conduto para continuarem aqui em Khandar-Khan.

- Você ficou louco? Assim que forem soltos, eles alertarão a Terra sobre nossa invasão.

- Não seja ingênuo. Toda a comunicação continuará sobre o nosso controle. Tudo o que eles querem é poder continuar com seus projetos, e eu concordei.

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