TRAIÇÃO E MORTE

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Benjamin esperou o início da procissão para então sorrateiramente sair do acampamento. Confuso com os últimos acontecimentos resolveu buscar ajuda junto ao Omeron, onde poderia interagir com gravações deixadas pelo seu diretor, para o caso de algo sair errado em sua missão. E definitivamente, sua missão estava totalmente comprometida.

Quando chegou ao local, certificou-se de estar sozinho, e ativou holograficamente os comandos do Omeron, que surgiu de dentro da areia. Mais uns poucos comandos e a unidade de comunicação foi ativada.

- Eu preciso saber o que está acontecendo e por que...

- Identifique-se! - Foi a resposta seca que a imagem do diretor lhe deu.

- Mas que merda! Sou eu, Rahsmuhz! - Gritou, esquecendo-se de que muitas das gravações eram genéricas e, portanto, necessitavam da identificação do interlocutor, para somente então acessar seu banco de mensagens.

- Quais suas coordenadas atuais?

- Pouco me importa isso! Eu quero saber o que está acontecendo aqui. Quem é que ativou vigilantes para me gravar? Por que o meu traje está com uma série de funções desativadas?

A imagem de Lothan permaneceu em silêncio.

- Passe a ele nossas coordenadas, pois sem elas a mensagem não lhe responderá. - Disse o traje.

- Estou no vigésimo oitavo ciclo, na intersecção 3542.

A mensagem continuou estática, com Lothan-Muhr apenas olhando na direção de seu interlocutor.

- Não vai falar nada, seu merda? - Gritou desesperado Rhasmuhz.

- Isso é muito estranho...é como se não houvesse qualquer gravação disponível para você. - Considerou o traje.

- Verifique se o equipamento está com algum defeito.

Passados poucos segundos, veio a resposta. - Tudo em perfeita ordem, e realmente, a única mensagem disponível para você é isso que está vendo.

- Ou seja... nada!

Desolado, levantou-se e deu dois passos na direção contrária ao Omeron, quando então foi surpreendido novamente.

- Ora ora... então você é o velho Rhasmuhz!

- Quem?

Benjamin não teve tempo para mais nada além desse primeiro espanto. Foi atingido por uma descarga energética que o lançou ao chão, com o corpo gravemente ferido. Anakx pulou do alto da rocha onde estava e aterrissou ao seu lado. Sem pestanejar, desferiu uma série de violentos golpes, todos na cabeça, culminando com um potente chute, que terminou por deixar Benjamin desacordado.

- Por pouco você não o matou. - Disse o traje, soando como uma reprimenda.

- Não seja tão otimista, pois esse porco vai sofrer muito antes de ter o privilégio de morrer.

Fez então surgir de dentro de seu traje um pequeno cilindro, de não mais de cinco centímetros de comprimento, e lançando-o sobre o corpo desfalecido, ordenando em voz alta.

- Vamos lá minhas pequenas serpentes, façam o seu trabalho.

Assim que ouviu o comando de voz, o cilindro foi energizado, rompendo-se em vários pequenos pedaços, e cada um deles começou a crescer rapidamente. Em questão de segundos foram formadas quatro criaturas sintéticas parecendo serpentes, medindo cada uma aproximadamente três centímetros de raio e mais de dois metros de comprimento, assemelhando-se agora a simples amarras, mas dotadas de vontade própria.

A primeira serpente envolveu os pés de Benjamim à altura dos calcanhares, juntando-os e prendendo-os ao chão. De igual modo a segunda amarrou seus braços estendidos ao lado do corpo, enrolando-se nele do peito até a altura da virilha.

ANAKX - O ÚLTIMOOnde histórias criam vida. Descubra agora