SCARLET (Sol da meia-noite #2)

CAPÍTULO 2

Gente, perdão.
Aquele capítulo tava errado kkkkkk.
Ele foi a primeira ideia, mas não colou.
Esse é o capítulo original.

SCARLET

- Você já pensou em como nossa amizade virtual evoluiu tanto? - Luna me pergunta enquanto me ajuda no meu apartamento de cima.

Ela não morava mais comigo, mas me visitava sempre que podia. Ainda mais agora que trabalhávamos no bar.

- E eu fui uma boa amiga para você? Eu só te trouxe problemas e um companheiro bem esquentadinho.

Luna ri e eu acabo sorrindo.

Luna era minha melhor amiga. A única que eu tive. A única que entendia a necessidade de sair e se encontrar. E por mais louco que pareça, ela se encontrou logo aqui.

- E você? Quando você vai encontrar o seu esquentadinho?

Eu acho que já encontrei. Pensei chateada.

- Eu já sou esquentadinha o suficiente. Fora que eu não preciso de um companheiro.

Estávamos deitadas na minha cama enquanto conversávamos, então quando acabei de falar, Luna se vira para mim com a sobrancelha arqueada.

- E sobre o Lúcio? Eu já vi como vocês olham.

Só de lembrar do Lúcio, eu bufo. Ele podia ser bonito, mas me irritava que nem o Dom me irritava.

- Não temos nada, e fora que nada disso está na minha mente agora. Eu estou focada em ficar na minha e parar de fazer besteiras.

Dessa vez minha amiga me olha chateada.

- Você ainda está se culpando pelo Xavier? O que eu te disse, Scarlet? Nada do que aconteceu foi culpa sua! Nada! Foi tudo culpa do primo imbecil de vocês.

- Não é o que o meu irmão pensa.

Ela suspira.

- Sabia que o seu irmão se arrepende amargamente de ter dito aquilo? Ele estava com raiva, estava no limite porque eu tô já desaparecido e Xav tinha morrido... é compreensível perder a calma e falar coisas ruins, mas não era para você levar aquilo para o coração. Nunca foi.

Ela podia falar o quanto fosse, mas eu nunca iria deixar de pensar que um pouco que isso tudo foi culpa minha.

LUNA

- Você tem que conversar com a sua irmã. E eu não sei porque pensei em te dizer o óbvio, mas é isso. - Eu digo assim que entro no escritório dele.

Dominic suspira e pega a minha mão, me levando a sentar perto dele.

- Eu sei, e eu estava adiando isso porque eu sei que não vai ser fácil.

- O que não vai ser fácil? Pedir desculpas para ela parece muito fácil para mim.

- Não é só pedir desculpas, Luna. Eu tenho que mandar a minha irmã embora.

Eu olho assustada para ele.

- O que? - E tiro a minha mão da dele. - Que história é essa, Dominic?

Ele me olha como se estivesse chateado com a ideia.

- Eu já tinha percebido a um tempo que prender uma pessoa, retirar as escolhas dela, nunca é uma boa forma de começar nada, muito menos uma forma saudável de fazer com que a pessoa perceba certas coisas naturalmente. Minha irmã sempre foi um espírito livre e inquieto, ela sempre quer ir além e descobrir por aí, se descobrir. E eu descobri que não posso mais impedir isso, Luna.

- Você vai expulsar a Scar?

- Eu vou libertar a Scar. Tem aquele ditado que diz que se amamos alguma coisa, temos que deixá-la livre. Pois bem, eu amo a minha irmã, e a única maneira de liberar ela desse tormento que ela se auto impôs, é libertando ela.

- E você acha que ela vai voltar? Acha sinceramente que isso é o melhor para ela? Ela não vai pensar que você está tendo se livrar dela?

- Então o que eu faço, Luna? Se eu a mantenho aqui, ela se ressente cada vez mais, vai ficar cada vez mais triste. Não sei mais o que eu faço, porque eu sei que só pedir desculpas não adianta. Scarlet é teimosa como eu, e é incrivelmente turrona.

Eu bufo.

- Isso eu sei. Mas e se ao invés de você libertar ela dessa forma, porque não dá uma missão para ela? Alguma coisa para que se sinta responsável e não pense que estamos tentando nos livrar dela. Porque não estamos, não é?

- Claro que não, meu amor. - Ele volta a pegar a minha mão e a beija. - Mas que missão você propõe? A nossa maior ameaça era o meu primo, e os comparsas dele a gente já cuidou também.

- E se mandássemos ela para a alcateia Valente? - Dona Eva entra de repente me assustando.

Nem para a minha loba traíra me avisar.

Dominic continuava imperturbável, então o lobo traidor já sabia do cheiro da mãe dele ali fofocando.

- Depois desse susto, eu queria saber, o que que tem a alcateia Valente? - Pergunto para a minha sogra.

- A alcateia valente é uma alcateia voltada para treinamento de lobos. Lá treinam lobos inexperientes e até mesmo os experientes. Também é uma alcateia familiar, mas principalmente para treinamento. Nico é formidável.

- Nico não está no melhor humor para receber convidados, mãe.

- Por que? - Perguntando curiosa. Eu não conheço esse Nico e nem conhecia direito sobre as alcateias e suas leis. Mas estava curiosa.

- Ele se descobriu pai solteiro recentemente.

- Ele perdeu a companheira? Que horror. - Sofro por esse Nico que ainda não conheci. Eu só lembrava da dor de imaginar perder o Dom. Imagina viver com isso diariamente? Eu não conseguiria.

- Não exatamente, minha Luna. Nico dormiu com uma mulher e bem, essa mulher engravidou e decidiu que não queria ser mãe. Mas Nico sempre quis ser pai. Ele até propôs que eles começassem uma família mesmo que ela não fosse a companheira dele. Mas ela não aceitou e se mandou.

- Ela abandonou o próprio filho?

- Filha. E sim, ela abandonou.

Minha loba rosna em indignação por isso. Não se abandona a cria.

- Um assunto horrível, mas Nico é um homem maravilhoso e eu sei que ele te ajudaria se você pedisse, Dom.

- Scarlet é minha responsabilidade e não dele.

Dona Eva suspira e se senta de frente para nós dois.

- Scarlet não é responsabilidade de ninguém além dela mesma. Ela é adulta e está na hora de você perceber isso e deixar ela viver a vida dela. Errar e aprender com isso. Ela não pode mais ficar nessa corda bamba de tentar superar sua expectativas, Dominic.

Eu sei que a minha sogra está sendo o que ela precisa ser. Dura com o Dom para que ele tome essa decisão que ele está protelando.

- Está na hora de libertar a Scarlet, meu amor. E nesse processo, libertar vocês mesmos. - Eu digo para ele, confiante que tudo daria certo.

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