28- Planos

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Ei babys, olha quem voltou mais rápido dessa vez ☺️
Como vocês estão? Bem?
Eu fiz uma revisão bem rápida desse capítulo então se tiver algum erro me perdoe e se puderem sinalizar eu agradeceria, no mais tentarei voltar semana que vem, fiquem bem e não esqueçam de curtirem, comentarem e compartilharem.
Até breve beijos ❤️

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Point of view Gizelly

Duas semanas já haviam se passado desde a nossa viagem para Goiânia e a conversa que tive com Marcella não parava de martelar em mim, o quão precipitada eu estaria sendo de colocá-la em ação? Dizer que esquematizei tudo em minha cabeça nesse período seria pouco, tenho guardado cada mínimo detalhe de como queria que acontecesse, colocar em prática o que idealizo seria muito mais complicado do que apenar pensar, mas se tivesse as ajudas certas tenho plena convicção que conseguiria.
Eu estava no trabalho sem conseguir prestar atenção em nada, era fim de junho e uma pilha de processos se acumulavam em minha mesa, graças a Deus o escrito estava fluindo cada dia mais, porém era sinal que eu necessitava de alguma pessoa junto a mim, chamei Gabriela até minha sala e passei alguns número para ela pedindo que ela ligasse e agendasse um horário, conhecia alguns advogados em São Paulo e talvez algum deles estivesse interessado em se tornar sócio. Trabalhei lentamente, constantemente Rafaella tomava conta de meus pensamentos e como se estivéssemos ligadas de alguma forma, meu celular tocou e um sorriso natural brotou em meus lábios.

[Ligação on]

- Tava pensando em você. – Eu disse assim que atendi a ligação.
- Que coincidência, eu também. – Pude a ouvir sorrindo do outro lado.
- É mesmo? E seu pensamentos inclui um almoço? – Ouvir ela suspirar pesadamente.
- Bem que eu gostaria princesa, mas a empresa está uma loucura e não tenho a mínima condição de sair daqui, inclusive te liguei para avisar que talvez chegue mais tarde em casa, mas ficaria extremamente feliz de vê-la lá me esperando. – Eu sorri, era inevitável não sorrir quando se tratava de Rafaella.
- Certo, prometo que pensarei com carinho sobre esse pedido.
- Seria uma grande oportunidade de testar a chave que te dei. – Lembro do dia em que Rafaella me deu a chave de seu apartamento, um misto de surpresa e felicidade me envolveu, a euforia não cabia em mim.
- Prometo colocar isso na balança quando for decidi. – Ela sorriu de forma gostosa do outro lado.
- Só liguei porque estava com saudades, mas agora tenho que voltar ao trabalho. – Nesse momento ouvi a voz de Rhelden. – O dever me chama.
- Vai lá meu amor, eu amo você. – Agora foi minha vez de suspirar.
- Eu também te amo. Até mais tarde.
- Até.

[Ligação off]

Gabriela trouxe os horários que ela havia conseguido com as pessoas que ligou, eu estava completamente improdutiva e não havia nada de urgente para eu fazer no escritório, então decidir encerrar o expediente antes mesmo do almoço, iria passar em casa e depois iria para casa da Rafa, com sorte encontraria Manoela lá e ela poderia me dar alguma luz sobre o que tanto me aflige e ainda poderia fazer a janta.

...

Cheguei no apartamento das meninas e assim que abrir a porta dei de cara com Manoela sentada no sofá da sala, ela estava de forma casual como costumava ficar em casa, os cabelos molhados denunciavam que ela havia acabado de sair do banho, a felicidade que estava em ve-la não parecia a mesma que a menor esta em me ver ali.
- Gi! – Ela falou de forma mais alta. – O que faz aqui tão cedo? Não deveria estar no trabalho? – Confesso que de todas as reações que eu esperava dela, aquela era a mais inusitada.
- Desculpa, achei que a Rafa tinha te dito que havia me dado a chave, ela disse que eu podia usar. – Eu estava sem graça. – Não achei que reagiria tão mal.
- Não é nada disso, obvio que ela me disse e não vi problema nenhum nisso, só não esperava você aqui tão cedo. – A menor olhava constantemente para a escada que dava acesso aos quartos.
- É que eu não estava conseguindo prestar atenção no serviço e decidir sair mais cedo, mas se quiser volto mais tarde quando a Rafa estiver em casa. – Confesso que a reação dela me chateou um pouco.
- Não Gi, imagina. – Ela estava nervosa e eu seguia seus olhos toda vez que olhava em direção as escadas.
- Ta tudo bem Manu? – Cheguei mais perto dela. – Você esta estranha. – Fiz uma careta. – Se não quiser conversar não tem problema, vou pro quarto da Rafa.
- NÃO! – Ela gritou de pressa. – O que você queria conversar? – Ela se levantou do sofá e começou a me puxar para a varanda.
- Eu quero fazer uma coisa, mas não sei se deveria. – A gente andava lado a lado. – E queria os seus tão sábios conselhos. – Quando a gente estava chegando na varanda ouvi uma voz conhecida chamando o nome de Manu, viramos ao mesmo tempo e eu simplesmente estava chocada.
Olhei para a menor que estava extremamente vermelha, se ela pudesse cavaria um buraco e enfiaria a cabeça dentro ou daria um jeito de sumir.
- Você. – Disse apontando para Manoela. – E você. – Disse apontado para a baiana que descia a escada com o cabelo também molhado e me olhava da mesma forma que Manu, completamente assustada e sem graça. – Quando? Como? Onde? – Eu não queria ser invasiva, mas o meu filtro não funcionava nessa situação. – Desde quando?
- Desde quando o que Gi? – Manu enfim se pronunciou.
- Nem tente mentir para mim Maria Manoela. – Sim, eu havia pegado a mania de chama-lá assim com Rafaella. – Eu não sou burra, se não quiser contar não conte, mas nem ouse tentar mentir. – A menor abaixou a cabeça e a modelo se aproximou.
- Gizelly. – Ela me cumprimentou. – Como vai? – Ela tentava se manter indiferente.
- Não conta para a Rafa, por favor. – Manu tinha o olhar pidão.
- Certo. – Eu ainda estava em choque. – Sempre achei que fosse hetero. – Olhei pra ela que cobria o rosto com as mãos.
- Eu também. Mas ai Mariana apareceu em minha vida e eu não sei como começou e nem quando ao certo, porem quando percebi estávamos nos encontrando todos os dias, conversávamos a todo momento e eu estava me sentido como nunca havia me sentido na vida. – Ela sorriu para a baiana. – Eu não podia mais fugir, apenas deixei rolar.
- E porque não quer que a Rafa fique sabendo? Acha que ela seria contra?
- Nãooooo, mas é tudo muito recente, nem nos entendemos direito, então se for pra ouvir Rafaella falando na minha cabeça que sempre teve razão, quero ter certeza.
- Tudo bem, mas deveriam ser mais discretas. – Eu me sentei no sofá e as duas mulheres me seguiu. – Não é muito inteligente se encontrarem em casa se não querem ser descobertas. – Sentei na poltrona ali e as duas se acomodaram no sofá maior.
- Sabíamos que Rafaella estaria agarrada no serviço, só não contávamos com a senhorita aqui tão cedo, mais meia hora e você não saberia de nada. – Ela deu de ombros.
- Mas eu não sei de nada. – Sorri para elas.
- Obrigada por isso, não é que não confie na Rafa, muito pelo contrario. – Manu falou. – Sabe que a tenho como minha irmã, mas ela é extremamente insuportável as vezes e tenho certeza que essa seria uma das vezes.
- Eu ainda estou meio chocada. – Confessei.
- Eu imagino que sim.
- Confesso que não gostava de você. – Falei para Mariana. – Um pouco era ciúmes, na verdade era tudo ciúmes. – Nos três rimos. – Se você magoar a tampinha eu te procuro ate no fim do mundo.
-  É mais fácil ela me magoar, acredite.
- Não começa com isso. – Manu revirou os olhos.
- Fatos que devem ser ditos linda. – Mariana sorria de forma abobada para Manoela.
- É assim que você se sente quando eu e Rafa estamos juntas? – Perguntei a Manu.
- Pior, vocês não se desgrudam um segundo. – A menor revirou os olhos novamente.
- Aposto que estão se segurando para não se agarrarem, vou deixar vocês sozinhas e vou tomar um banho, vou fazer algo para jantarmos.
- Não acredito que depois de tanto tempo vou comer sua comida. – Ela dava pulinhos.
- Tem algo nessa casa para cozinhar ou tenho que sair para comprar? – Manu sorriu e eu já sabia a resposta.
Subi para o quarto de Rafaella e deixei minhas coisa por ali me encaminhando para o banheiro, tomei um banho calmo, vesti uma rouba confortável e desci as escadas respondendo as mensagens de Rafaella, quando estava no pé da escada vi a cena mais adorável, Manu esta na ponta dos pés tentando beijar Mariana que sem muito esforço conseguia impedir devido a diferença de tamanho, devo admitir que as duas são extremamente fofas juntas e formam um lindo casal, podia imaginar as zoações que Manu receberia da mineira e sorri sozinha, finalmente Mariana havia se rendido, passou os braços ao redor da cintura da menor e a puxou mais para si, selando os seus lábios, eu assistia a cena com um sorriso bobo, antes que aquilo ficasse indecente pigarrei e elas se afastaram novamente com vergonha.
- Só pra avisar que estou indo ao mercado, mas não demoro. Então se comportem. – Passei por elas sorrindo. – Fica pra jantar conosco Mari?
- Eu adoraria, mas terei que deixar para outro dia, tenho um compromisso. – Ela sorriu fechado.
- Não pretendo demorar, mas caso não esteja aqui foi um prazer, cuida do meu bebê. – Manu me olhou de cara feia. – Até a próxima. – Deixei dois beijos em seu rosto e sai do apartamento.

...

Demorei mais do que pretendia no mercado, mas voltei com todos os itens que precisaria para fazer a receita. Assim como eu, Rafa adorava massas e esse seria o cardápio de hoje.
Abrir a porta com cuidado e bem ruidosamente para evitar pegar alguma cena desagradável, mas Manu se encontrava sentada sozinha na sala sorrindo para o celular.
- Mari já foi? – Ela estava tão distraída que não notou a minha chegada.
- Sim, um pouco depois que saiu.
- Agora eu posso surta? – Manu sorria pra mim. - Me conta tudo, quero saber dos detalhes e nem venha com essa de que não se lembra.
- Aí Gi, depois do jantar aqui em casa nos encontramos algumas vezes lá na empresa quando eu ia visitar a Rafa, pelo menos era a desculpa que eu usava, até que ela me chamou pra sair, a princípio apenas como amigas e as saídas foram ficando frequentes, ela começou a ser mais presente na minha vida, me acompanhar em alguns ensaios e... – Como um estalo veio recordações em minha cabeça.
- Era ela então. – Manu me olhava sem entender. – Na semana que eu e a Rafa estávamos brigadas que te liguei pra ir lá pra casa, ouvi uma voz conhecida, mas não associei a quem pertencia. Agora parece óbvio. – Bati a mão em minha testa.
- Sim, e acabou rolando e estamos nos conhecendo. – Ela deu de ombros.
- E quando pretende contar a Rafa?
- Eu não sei, quero dizer, estamos apenas nos conhecendo, e se não der certo? Não quero ter que ouvir Rafaella me enchendo com o seu típico “ Eu sempre soube que gostava de mulher” ou “ Eu nunca estou errada”.
- Sabe que ela ficará extremamente magoada com você se souber de outra forma que não seja por você. – Ela balançava a cabeça em concordância. – Vocês não são muito boas em esconder. – Ela sorriu e me mostrou língua.
- Deixando minha vida de lado, você disse que queria ajuda. – Eu segui para a cozinha afim de iniciar o jantar e ela me seguiu. – Em que posso ser útil?
Contei a ela tudo, como havia sido em Goiânia, minha conversa com Marcella, os pensamentos que me rodavam e a decisão que tinha tomado, ela dava pulos de alegria e varias ideias, até que ouvimos o barulho da porta sendo aberta e tivemos que encerrar o assunto.
Durante todo o jantar eu e Manu trocamos olhares cúmplices que não passaram despercebidos pela mineira que me questionou quando já estávamos deitadas prontas para dormir.
- Não tem nada demais, eu só estava falando com a Manu antes de você chegar que deveríamos tirar alguns dias de férias, só eu e você.
- Eu acho uma ideia incrível amor. – Suspirei aliviada por ela não insistir sobre eu e Manu estarmos escondendo algo dela. – Quando?
- Que tal na segunda semana de julho? – Eu sugeri. – Tempo suficiente pra eu concluir as coisas que tenho como prioridade e você conseguir organizar as coisas na empresa.
- Nem lembro qual foi a última vez que tirei férias. – Seu olhar parecia longe.
- Então não tem discussão, vamos tirar férias.
Passamos mais algum tempo fazendo planos, sem ela saber que já estava basicamente tudo decidido e organizado em minha cabeça, precisava correr pois o tempo é curto.

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