32 - Ciclos

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Ei babys, demorei um pouco menos dessa vez. Quero combinar com vocês que não postarei mais na sexta, de acordo com o que for conseguindo escrever postarei, irei avisar com antecedência lá no twitter.
Está longe de ser um dos melhores capítulos escrito por mim, mas é de extrema importância para a história.

Vejo vocês em breve, não esqueçam de curtirem e comentarem muito.

Amo vocês ❤️

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Point of view Gizelly

Outubro de 2018

Fernanda tinha acabado de passar pela porta da minha sala, tínhamos uma reunião marcada agora e eu como sempre estava atrasada. Há alguns meses a loira tinha aceitado fechar a sociedade e se juntar a mim no escritório que cresceu muito desde então, tanto que tivemos que mudar o local para um maior e contratar mais pessoas para trabalhar conosco. O começo foi difícil, lembro perfeitamente as crises de ciúmes que Rafaella dava cada vez que citava o nome da Fernanda e a advogada por outro lado não facilitava, ela deu algumas investidas, mas tivemos uma conversa séria e nos tornamos grandes amigas.

[ Flashback on ]

Rafaella havia vindo me fazer uma surpresa, por um milagre de Deus conseguiu sair mais cedo da empresa e veio me buscar já que estava sem carro, eu e Fernanda conversávamos em minha sala, nada importante apenas coisas da vida, estávamos rindo de uma idiotice que eu tinha dito.
Rafaella conhecia Fernanda apenas pelas coisas que eu a contava, eu já havia conversado com a loira sobre suas atitudes e já tínhamos resolvido isso, então não havia maldade em nossas conversas.
- A Sra. Joana me ligou perguntando se o filho dela não iria pra casa no almoço de domingo. – A gente estava tão entretida em nossa conversa que não notei o momento que minha noiva abriu a porta, só notei sua presença quando a mesma pigarrou para chamar nossa atenção, Fernanda que estava sentada na beirada de minha mesa permaneceu, olhando para a empresária que não tinha uma expressão muito amistosa no rosto.
– Oi meu amor, que surpresa boa.
- Oi. – Ela respondeu de forma seca sem tirar os olhos da loira.
- Que milagre é esse você por aqui. – Me levantei e fui até a porta onde ela ainda estava parada, lhe dei um beijo rápido. – Rafa essa é a Fernanda minha sócia, Fê essa é a Rafaella minha noiva.
- É um prazer enfim conhecer a sortuda que fisgou o coração da Gigi. – A loira se levantou e caminhou até a morena, lhe estendendo a mão sorrindo simpática.
- É um prazer conhecer a sócia de minha noiva. – Deu um sorriso forçado apertando sua mão de forma firme.
O expediente já havia acabado há algum tempo, mas como estávamos conversando não notamos que estávamos sozinhas no prédio. Fernanda estava me dando carona até em casa pelo fato do meu carro está na oficina há uma semana, as vezes estendíamos um pouco os trabalhos, outras vezes passávamos em algum lugar pra comer. Mas pela correria do cotidiano as duas mulheres paradas em minha sala não haviam tido a oportunidade de se conhecerem.
- Bom Gigi, aparentemente não precisará dos meus serviços por hoje. - E sorriu.
- Em breve pegarei meu carro e você ficará livre de mim. – Sorri de volta.
- Não vejo a hora. – Ela revirou os olhos e caminhou até mim, me deu um abraço como sempre faz quando estou indo embora.
- Não pense que esqueci sobre o que combinamos, você está livre hoje graças a Rafa, mas não pense que escapará sempre.
- Desejo que ela venha te buscar todos os dias então.
– Não se preocupe, farei isso. – A morena tinha o semblante ainda mais sério, a loira me olhou e eu fiz um gesto como quem diz “Deixa pra lá”.
- Foi realmente um prazer enfim conhece-la Rafaella, Gizelly fala de você o dia inteiro que é como se eu te conhecesse há tempos. – Estendeu a mão para morena e sorriu para a mesma, que não devolveu o ato com o mesmo entusiasmo. Nem mesmo assim Rafa suavizou a carranca que trazia no rosto.
- Foi um prazer. – Disse sem prolongar.
A loira saiu porta a fora e no mesmo instante minha noiva se virou pra mim.
- Não me disse que a Fernanda era assim.
- Assim como amor?
- Loira, alta, bonita.
- Achou ela bonita Rafaella?
- Você não? – Ela cruzou os braços e me encarou de sobrancelha erguida. – Quer mesmo que eu acredite que você não reparou em como ela é bonita, poderia facilmente ser modelo.
- Eu não reparei, não me interessa. – Me aproximei e rodeei meus braços em seu corpo. – Nem se ela fosse a Cléo Pires me interessaria. – Ela ergueu ainda mais a sobrancelha depois de minha fala, óbvio que ela não acreditava, afinal é a Cléo. - Eu pertenço a você, meu coração é inteiramente seu e nada e nem ninguém mais me importa. – Ela suavizou e até consegui ganhar um sorriso seu. Ela descruzou os braços para então rodear minha cintura colando mais nossos corpos.
Rafaella se aproximou lentamente, cobrindo minha boca com a sua em um beijo suave e calmo, para logo em seguida aprofundar o contato de nossas bocas, abrindo um pouco a sua e mordendo meu lábio inferior me arrancando um pequeno gemido. Deixei que sua língua invadisse minha boca e iniciasse a mais bela dança com minha língua, não disputávamos espaço, apenas permitamos que um lindo espetáculo acontecesse em nossas bocas. Quando o ar se fez ausente nos afastamos e ela sorriu, aquele sorriso que era somente meu, apenas destinado a mim.
- Vamos? – Me estendeu a mão e eu  nem ao menos precisei pensar para segura-la.

[ Flashback off ]

Essa foi a primeira crise de ciúmes que Rafaella deu por causa de Fernanda, mas não a última. Passou a me buscar todos os dias no serviço como havia dito que faria, confesso está adorando, afinal quando retornamos o trabalho, a falta de tempo também voltou, com a mudança do escritório ainda me sobrava menos tempo e a mineira não estava tendo tantos momentos livres também, então esse curto tempo que tínhamos até ela me deixar em casa ou as vezes me sequestrar para a sua nos possibilitava um tempo nosso.
Com os dias Rafaella foi vendo que seu ciúmes era sem cabimento e ele foi cessando, podia até arriscar a dizer que hoje ela se simpatizava com Fernanda, que passou a conviver um pouco mais conosco já que tinha voltado a se reaproximar de Mariana.
Por falar em Mariana, ela e Manu enfim estavam namorando. O pedido foi feito duas semanas depois que tivemos nosso primeiro encontro de casal e elas já estavam totalmente assumidas para Rafaella e os amigos mais próximos. Lembro do nervosismo que Manu estava no dia em que apresentou Mariana ao seus pais, que como imaginávamos reagiu perfeitamente bem, não podíamos esperar atitude diferente deles.
Começamos a discutir sobre as festas de fim de ano, minha mãe estava eufórica para conhecer Rafaella, já haviam se falado algumas vezes por chamada de vídeo, mas o fato do meu avô ter adoecido nesse tempo não permitiu que ela viesse nos  visitar.
Ficou combinado que iríamos passar o natal em Vitória com minha família e ano novo em Goiânia com a família da mineira, Manu e Mari também iria conosco para Goiânia, já os meninos tinham outros planos.
Começamos a ver algumas coisas sobre o casamento, o primeiro grande conflito que tivemos foi pela data que ocorreria a cerimônia, cada uma das pessoas diretamente envolvidas falavam um dia diferente, até o dia que eu e Rafaella sentamos e optamos por nos casarmos no dia que completássemos um ano de relacionamento, não haveria presente melhor para celebrar tal data. Se dependesse de Rafaella casaríamos no sítio de sua família, uma coisa íntima, porém eu sonhava com esse dia, sempre quis que fosse o melhor dia de minha vida, pois pretendo me casar apenas uma vez na vida, graças a Deus tinha Marcella ao meu lado, não que fosse preciso, sabia que Rafaella acabaria cedendo. Tínhamos que correr com alguns detalhes, como por exemplo o local onde a celebração seria feita.

Point of view Rafaella

Já estava sendo definido alguns detalhes sobre o casamento, Marcella veio a São Paulo para que  ela e Gizelly se encontrassem  para discutir algo sobre a cerimônia, encontro esses que ocorreram todos os dias durante a semana que Lela esteve aqui, sem contar as constantes chamadas de vídeo com nossas mães. Eu estava encantada vendo o sorriso  estampado no rosto da advogada, sua alegria era a minha. Eu até ia nas reuniões com Marcella, mas quase nunca opinava, não que não estivesse animada, apenas não fazia questão das coisas grandiosas que as duas planejavam, porém faria qualquer coisa para vê-la sorrir.
Durante o tempo que Lela ficou conosco, resolveram bastante coisas, já que o tempo era consideravelmente curto para organizarmos tudo, mas tínhamos uma grande equipe por trás, ficou decidido que ajeitaríamos tudo no fim do ano, onde todos estariam reunidos, já que minha mãe basicamente convocou minha sogra para comparecer e ela não teve recusar. Seria a primeira vez que teríamos todos reunidos, eu não poderia está mais feliz, ultimamente idealizava muito a ideia de nossa família toda reunida e me enchia o coração apenas imaginar.

...

Novembro de 2018

Estávamos carregados de trabalho com o fim de ano chegando, eu tinha hora para chegar e nunca para sair, almoçar então, era uma coisa rara de acontecer, mas justamente no dia de hoje decidir que sairia um pouco da empresa para comer no meu restaurante favorito que não ia há tempos. Sai de minha sala avisando que me ausentaria da empresa por uma hora, peguei o elevador e mandei uma mensagem para Gizelly que não me respondeu, então constatei que ela não teve a mesma sorte que eu tive hoje.
Saindo da empresa avistei a única pessoa que não esperava encontrar, flashs de conversas anteriores invadiram minha mente no mesmo instante, toda a dor e sofrimento que eu sentir na única vez em que eu e minha noiva realmente brigamos, as palavras de Manoela sobre encerrar ciclos, me aproximei de Bianca, ela estava distraída e quando mexia em seu celular.
- Oi. – Falei com a voz mais firme que consegui, assim que ela percebeu minha presença se assustou.
- O...oi. – pigarrou. – Que surpresa. – Ela estava visivelmente nervosa.
- Não tão surpresa assim já que está parada em frente a minha empresa. – Sorri fraco, não quis soar de forma rude.
- É tem razão, mas é que venho bastante aqui, sabe, pra encontrar a Mari e nunca mais te vi. – Ela coçou a nuca. – Por isso uma surpresa, achei que ela te avisasse quando eu viria e você evitava me ver.
- O mundo não gira em torno de você Bianca, pelo menos não o meu mundo. – Fiz uma carreta. – Sei que está esperando a Mariana, mas gostaria de conversar com você. – Desviei o olhar para o outro lado da rua. – Não gostaria de me acompanhar no almoço? Acredito que Mariana irá entender.  – Sua cara de surpresa seria hilária se eu não estivesse tão nervosa.
- Cla... Claro. – Ela estava vermelha e era algo que quase nunca acontecia com Bianca. – Só irie avisá-la.
Bianca passou alguns minutos digitando em seu celular até dizer que poderíamos ir. Segui meu plano inicial de ir em meu restaurante favorito que ficava por ali. Chegamos no local e estava vazio, mesmo assim pedi uma mesa mais reservada.
- Bom... – Depois que já estávamos acomodadas e já tínhamos feito nosso pedido me pronuncie. – Você não deve tá entendendo muita coisa né? – Ela confirmou com a cabeça. – Há alguns meses atrás eu e Gizelly tivemos uma briga, indiretamente por sua causa e nesse dia conversei com Manu e ela me abriu os olhos para algumas coisas e uma delas era que se eu queria iniciar um novo ciclo em minha vida deveria encerrar os antigos de uma vez por todas. – Passei a mão nos cabelos.- Eu achei que o que vivemos já havia sido encerrado, mas o fato de sua presença me causar tamanho incômodo me fez ver a realidade, existe coisas inacabadas entre nós.
- Certo. – Eu havia a pegado realmente de surpresa com meu pequeno discurso. – Eu não sei o que dizer. – Ela sorriu nervosa. 
- Se você puder me ouvir, já seria de grande ajuda. No final se quiser dizer algo serei toda ouvidos.
- Tudo bem!
- Eu te amei, como eu nunca achei que fosse possível amar alguém. Quando cheguei em São Paulo e te conheci esqueci todos meus planos e objetivos e passei a idealizar nós, acima de qualquer outra coisa, hoje sei que eu tive uma grande parcela de culpa, não estou dizendo que você não teve culpa em ser uma grande filha da puta comigo, essa culpa ainda é inteiramente sua, mas eu exigia coisas de você que internamente sabia que não estava pronta para dá. – Suspirei. – Quando tudo aconteceu e eu saí da sua casa sem rumo, jurei a mim mesma que jamais deixaria outra pessoa fazer comigo o que você fez e o único jeito disso acontecer era me fechar pra relacionamentos, então foi o que eu fiz e acredite, por muito tempo deu certo, mas aí eu conheci a Gizelly. – Um sorriso bobo e involuntário brotou em meus lábios ao citar seu nome. – E eu não pude mais lutar contra e por pouco não perdi ela pelos traumas que carreguei do passado. – Ela apenas me ouvia, quase não se mexia, as vezes duvidava que estivesse respirando de tão quieta que estava. – Mas eu hoje estou feliz Bia, realmente feliz e realizada, em todos os campos da minha vida e o sentimento de mágoa que carreguei por você por tantos anos não tem mais espaço em minha vida. Por isso quero deixa-lo pra trás nesse momento e a partir de hoje me suprir apenas de bons sentimentos. – Meu celular que estava em cima da mesa tocou, com a foto de minha noiva aparecendo. Silenciei a chamada e deixei que tocasse até cair.
- Não vai atender? – Nossas comidas chegaram nesse momento, fomos servidas e agradecemos.
- Não é algo que eu queira conversar com ela por telefone.
Comemos em completo silêncio, cada uma perdida em seu próprio mundo de pensamentos. Ao finalizar a refeição retornamos a conversa.
- Não sei se você sabe, mas eu irei me casar. – Sua cara surpresa denunciou que Mariana não havia comentado nada. – E por isso tomei a decisão que deveria ter essa conversa contigo antes de iniciar minha vida com Gizelly como minha esposa e acho que era isso que tinha pra te dizer.
- Eu fico feliz por você e sua nova vida. Você merece tudo de melhor nessa vida Rafa e você pode não acreditar, mas por muito tempo me lamentei pelo que eu fiz, me condenei muito. Até o dia que eu vi que o que nutria não mudaria nada. Pensei muitas vezes em te procurar e desistir por medo. – Ela sorriu fraco. – Só posso desejar tudo de melhor nesse novo ciclo, que você e sua namorada...
- Noiva! – A corrigir imediatamente.
- Isso, noiva. – Ela disse. – Sejam muito felizes nessa nova etapa. Eu não poderia desejar qualquer coisa diferente disso a você Rafa, pois você é uma pessoa incrível e merece as melhores coisas que a vida pode lhe oferecer. – Sorri verdadeiramente pela primeira vez desde que iniciamos essa conversa.
- Te desejo tudo de bom também Bia e que você possa ter um terço da sorte que eu tive. – Preparei para me levantar. Já havia acertado tudo. – Agradeço pelo tempo que me cedeu, mas tenho que voltar para a empresa.
- Eu que agradeço pela conversa, também tenho que ir. – Me levantei e despedir-me com um aceno, retornando para o serviço muito mais leve.

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