31 - Rinu

955 99 28
                                        

Ei babys, tô sumida né? Me perdoem, eu voltei a trabalhar e minha vida tá uma loucura, sem contar o bloqueio infernal que teima em não me deixar. Mas prometo que dedicarei cada minuto livre meu para escrever e não demorar tanto.
Então vamos a mais um capítulo, espero que gostem ❤️

------------------------------------------------------------------------------------------------------

Passamos a noite no apartamento da capixaba, mas assim que chegamos enviamos mensagem a Manu que estava eufórica querendo saber de cada mínimo detalhe, prometemos que estaríamos em casa assim que acordássemos, então assim foi feito. Depois de muita luta saímos da cama, tomamos nosso banho e ajeitamos algumas coisas para o Jack, pois ficaríamos alguns dias lá em casa, queríamos aproveitar o máximo a companhia uma da outra antes de retornarmos ao trabalho.
Ainda era consideravelmente cedo para uma segunda feira de férias, mas estávamos a caminho do meu apartamento para tomarmos café com a tampinha, passamos na padaria e compramos algumas coisas e seguíamos com tranquilidade para casa.
- Bom dia!!! – Manu gritou animada assim que passamos pela porta, a ansiedade era tanta que ela já havia nos enviado varias mensagens perguntando se já estávamos chegando.
- Bom dia serzinho. – A cumprimentei com um beijo no topo da cabeça.
- Bom dia tampinha. – Minha noiva a abraçou tirando ela do chão e a rodando.
- Como foi as coisas por aqui enquanto estava fora? – Perguntei deixando minha bolsa em um canto da sala.
- Aproveitou muito ter o apartamento só para você Manu? – Gizelly a perguntou tentando esconder um sorriso que surgia.
- Tudo na mesma. – Manoela respondeu fuzilando a advogada com os olhos. – Mas quero saber de vocês, me contem todos os detalhes, não me escondam nada. – Os olhos dela brilhavam de expectativa, seguimos para a cozinha e Gizelly deixou que eu contasse enquanto preparava o café.
- Foi tudo perfeito. – Um enorme sorriso estava em meu rosto. – Gizelly foi perfeita em todas as palavras, nas escolhas, eu tenho a maior sorte do mundo em ter essa mulher em minha vida. – Narrei pra ela cheio de detalhes, ela me interrompia vez ou outra para acrescentar algo, fazer uma pergunta ou só suas constantes expressões de admiração, ela quase quicava no banco que estava sentada de animação. – Terminamos a noite fazendo o melhor sexo da minha vida. – Conclui.
- Meu Deus, que perfeito, me deu até vontade de ser pedida em casamento nesse momento. – Notei que Manoela evitava olhar para a morena depois de tais palavras.
- Certo, o que estão me escondendo? – Olhei de uma para outra.
- Não estamos te escondendo nada. – Manu respondeu com os olhos arregalados, Gizelly permaneceu em silencio.
- Eu até acreditaria se não conhecesse bem vocês duas. – Encarei Gizelly que evitava me olhar. – Gizelly?
- Me reservo o direito de utilizar a quinta emenda. – Minha noiva disse e me deu as costas para mexer na cafeteira.
- Pare de usar a advocacia comigo. – Cruzei os braços e o que deveria ser uma expressão seria apenas arrancou um sorriso da advogada.
- Maria Manoela, eu te conheço muito bem para saber que me esconde algo e exijo que me diga agora. – A menor suspirou pesadamente.
- Ok, mas eu quero que me deixe falar tudo, sem comentários, sem gracinhas, sem piadinhas. Estamos de acordo?
– Prometo. – Cruzei os dedos formando um “X” sobre meus lábios.
- Conheci uma pessoa a alguns meses, não quis te contar nada até ter a certeza que era pra valer e hoje posso dizer que é, não estamos namorando ou nenhum relacionamento rotulado, apenas nos conhecendo e vivendo. – Ela disse tudo muito rápido, como quem não quer perder a coragem.
- Quem é ele? E porque não me contou? Eu deveria ser a primeira a saber. – Deixei toda minha chateação transparecer em minha voz.
- Como disse amiga, queria ter a certeza, não quis fazer alarde por nada, sabe como tenho o dedo podre.
- Quero nome, CPF, endereço e tudo que tenho que saber. – Ela olhou pra Gizelly e a capixaba prendia o riso. Pude ver a menor sussurrar um “me ajuda” pra minha noiva.
- Desembucha Manoela, pra que todo esse suspense? Até parece que tá namorando uma mulher. – Seus olhos arregalaram. – NÃO, EU NÃO ACREDITO. – Eu gritei assustando as duas. – EU SABIA, SEMPRE SOUBE. AHHHHHH.
- E foi por esse motivo que não te contei. – Ela estava vermelha como um pimentão.  – Eu sabia que iria reagir assim. – Bufou.
- Espere até ela saber quem é. – Gi disse se sentando ao meu lado depois de por a mesa.
- Meu Deus, quem é? Eu conheço? Porque não tá falando tudo de uma vez? E porque a Gizelly sabe e eu não?
- Espera até ela te contar como eu descobrir. – A morena se divertia ao meu lado, sorrindo com a xícara entre os lábios.
- Fala logo Manoela. – Eu estava visivelmente impaciente.
- É... A pessoa é...- eu ficava cada vez mais impaciente.
- Mariana. – Gizelly falou simplesmente ao meu lado, a menor a fuzilou com os olhos. – O que? Você ia ficar nessa aí pra sempre, só te ajudei. – Deu de ombros.
Eu estava chocada, eu jurava que o clima que vi naquele jantar aqui em casa era coisa da minha cabeça, afinal sempre tirava uma com a Manu mas nunca acreditei realmente que ela pudesse ficar com uma mulher. Abrir e fechei minha boca várias vezes sem saber ao certo o que dizer.
- A Mariana? Mariana? Que trabalha comigo? A Gonzalez? – Manu assentiu vergonhosamente. - Como? Quando? Porque eu nunca reparei?
- Eu realmente não sei, elas não eram muito discreta ou cuidadosas. – A advogada era a que mais se divertia com a situação. – Eu descobri porque cheguei aqui um dia mais cedo e peguei as duas de banho recém tomado. – Ela agora gargalhava. – Você não tem ideia da cara de desesperada da Manu quando me viu abrir a porta. – Ela ria cada vez mais.
- Não estou achando Graça Gizelly Bicalho. – Manu tinha os braços cruzados e um enorme bico, eu ainda não tinha conseguido assimilar tudo.
- Você tem que concordar que foi engraçado, eu queria ter filmado pra Rafaella poder ver e rir comigo. – A capixaba realmente se divertia e Manu estava mais vermelha que um pimentão.
- Eu... eu... eu... – Não conseguia reformular a frase.
- Respira meu amor, não é tão chocante assim. – Minha noiva falava ao meu lado.
- Eu reparei um clima no jantar, mas jurava que era coisa da minha cabeça. – Minha cara deveria está engraçada, já que Gizelly não parava de ri.
- E era! – A menor respondeu.
- Não era não, todo mundo reparou Manu. Você e a Mariana quase latiam e abanavam o rabo uma pra outra.
- Para de exagero, Gizelly. – Manu disse em um suspiro sôfrego.
- Mas quando? Como? – Eu tentava encaixar as peças em minha cabeça. – Porque não reparei nada?
- Depois do jantar aqui ela me adicionou no Instagram e eu segui os conselhos de Gizelly e curtir algumas fotos antigas dela, começamos a nos falar por lá e logo em seguida trocamos número, então começamos a nos encontrarmos vez ou outra pra tomar um café e conversar, aconteceu tudo naturalmente, quando dei por mim estávamos ficando e nos vendo frequentemente.
- E você gosta dela? – Eu perguntei já conseguindo colocar a cabeça em ordem.
- Muito. – Ela deu aquele típico suspiro apaixonado.
- E porque nunca me contou, eu nem sabia que você estava saindo com alguém muito menos apaixonada.
- Eu sabia como iria reagir e não queria passar por isso sem a necessidade e a certeza. – Ela me olhou seria. – Desculpa!
Eu passei o restante do dia meio aérea, eu sabia que era bobeira está chateada por isso, mas estava. Manoela seria a primeira pessoa que contaria qualquer coisa que acontecesse em minha vida e entendia os motivos dela, porém nesse momento não queria entender.

Point of view Gizelly

Ficamos o restante da semana no apartamento de Rafaella e Manu. Rafa ficou emburrada por uns dias mas logo estava tirando sarro da situação, tudo que Manu não ouviu durante os meses que escondeu seu caso com Mariana escutou durante essa semana.
Era sábado a noite e faríamos nosso primeiro encontro de casais, Manu estava uma pilha de nervos, era a primeira vez que ela ficaria com Mariana perto de outras pessoas, chegava a ser fofo.
A campainha tocou e a menor foi correndo atender, eu e Rafaella estávamos sentadas no sofá abraçadas e assim permanecemos, apenas olhando como se fossemos as mães de Manu que apresentaria sua primeira namorada para a família.
- Oi. – Ouvi o cumprimento meio sussurrado. As duas estavam sem jeito e se atrapalharam na hora do cumprimento, o que arrancou risadas minha e da minha noiva ao meu lado.
- Oi. – Mariana se dirigiu a nós parecendo que a qualquer momento sairia correndo.
- Oi Mari. – Levantei e fui até ela, a cumprimentei com dois beijos no rosto e pude ver pela visão periférica Rafaella se aproximar. – Pega leve. – Sussurrei aí passar pela mineira.
- Mariana. – Rafaella a encarou, pude ver ela engoli com dificuldade. – Se você fizer a Manu derramar uma lágrima de tristeza ou a magoar de qualquer forma eu te caço até no fim do mundo. – A empresária a encarava com uma sobrancelha erguida.
- Rafa, você tá assustando ela. – Manu foi até a baiana e pegou em sua mão arrastando ela para o sofá.
- Mas estou falando a verdade ou não me chamo Rafaella Kalimann. – Sei que era pra soar ameaçador, mas achei a coisa mais fofa do mundo.
- Em breve Kalimann Bicalho. – Ela me deu aquele sorriso que normalmente era direcionado apenas a mim.
- Muito em breve. – Ela me abraçou por trás e caminhamos assim até o sofá.
Passamos a noite em casa mesmo, pedimos algo para comer, abrimos algumas garrafas de vinho e falamos, falamos sobre tudo. Casamento, relacionamento, sobre a viagem, trabalho, inclusive Mariana me indicou uma advogada que estava querendo abrir um escritório e ficou de nos apresentar, afinal ainda estava a procura de alguém para dividir o escritório comigo, apenas adiei por causa das férias, mas segunda, sim segunda, voltaria a olhar sobre isso. A noite foi super divertida, e aos poucos as meninas foram se soltando perto de nós.

...

O retorno ao trabalho foi uma loucura, quase me arrependia de ter tirado as férias devido a quantidade de trabalho acumulado. A reunião com a advogada que Mariana havia me indicado seria hoje no horário de almoço e eu torcia muito para que nos déssemos bem, eu já não aguentava mais a correria que estava no escritório.
Já estava atrasada para encontrar a amiga da baiana, ela não poderia está presente pois tinha um compromisso de trabalho apenas me passou as descrições e nome.
Avistei uma mulher que batia muito com as descrições, me aproximei tentando lembrar mais algum detalhe, ela estava distraída mexendo em seu celular.
- Boa tarde, Fernanda Keulla? – A loira tirou os olhos do celular e me olhou para logo depois sorrir.
- Gizelly Bicalho, certo? – Confirmei com a cabeça. – Mariana não fez jus a sua descrição. – Estendi a mão que ela logo tratou de apertar.
- Desculpa a demora, mas como estava de férias e no escritório é somente eu, estou atolada de serviço.
- Eu entendo Gizelly, não se preocupe. – Me acomodei na cadeira a sua frente.
Decidimos fazer o pedido antes de iniciarmos a conversa, eu não tinha tido nem tempo para comer então estava faminta, como já conhecia o restaurante não precisei olhar o cardápio para fazer minha escolha, enquanto Fernanda olhava atentamente o menu eu sem querer a observava. Dona de uma beleza quase exagerada, tinha os cabelos loiros e a pele clara, o sotaque carregado me lembrava um pouco o de Rafaella, as sobrancelhas bem desenhadas a fazia ter um rosto quase angelical.
Pedidos feitos, conversávamos amenidades antes de entrarmos no assunto que realmente importava, descobrir que ela era mineira e estava em São Paulo a pouco mais de dois anos, conheceu Mariana em um dos serviços temporários que fazia como modelo e criaram uma amizade muito forte, mas que seu grande sonho era montar seu escritório de advocacia. Falei um pouco sobre mim e que minha noiva, ainda não me acostumei com isso, também era mineira, ela pareceu um pouco decepcionada nessa parte, mas não disse nada. A comida não demorou e comemos em um silêncio nada incômodo.
Apresentei para ela meus termos e falei um pouco sobre como estava indo o escritório, eu estava muito animada, dentre todas as pessoas que eu tinha conversado ela era a que eu realmente tinha gostado e ficaria feliz em tê-la trabalhando ao meu lado, combinamos dela passar amanhã lá para conhecer o local e caso esteja tudo ok acertamos os últimos detalhes. Nos despedimos e eu voltei confiante ao trabalho, que em breve teria alguém para dividir as loucuras do escritório comigo.

------------------------------------------------------------------------------------------------------

Caso tenham achado alguém erro por aí, me perdoem. Tô com muito sono e revisei muito mal.
Até breve.

Once Upon a TimeOnde histórias criam vida. Descubra agora