6- Domingo

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Ei babys, enfim mais uma sexta feira 😍😍😍

Acho que fico mais ansiosa que vocês para postar mais um capítulo e saber o que vocês estão achando da história, então não esqueçam de curtir, compartilhar e comentar muito, vou tentar voltar interagir com vocês nos comentários.
Vamos então ao capítulo.

Beijos e até semana que vem 😘

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Acordei com a luz do sol invadindo a janela, tentei me mexer e senti um peso em cima do meu corpo, imediatamente me lembrei de onde estava. Gizelly dormia tranquilamente com o braço pousado sobre mim em uma conchinha, eu podia sentir sua leve respiração batendo contra minha nuca e me fazendo cócegas. Eu deveria me levantar e ir embora, mas seria falta de educação minha, peguei meu celular e o mesmo marcava nove horas da manhã e nele havia algumas mensagens de Manoela perguntando como tinha sido a saída com a morena, resolvi que responderia depois.
Virei meu corpo ficando de frente para a capixaba, um sorriso brincando em seus lábios indicando que provavelmente estava tendo um bom sonho, eu observava cada traço seu, cada linha que compunha seu lindo rosto. A beleza que a advogada carregava era única, eu controlava o desejo de toca-lhe com medo que ela pudesse acordar com meu ato.
- Bom dia! – Ela disse em um sussurro e ainda de olhos fechados e eu me assustei.
- Que susto, achei que estava dormindo. – Meu coração estava disparado. – Bom dia! – Respondi no mesmo tom.
- Acordada há muito tempo? – Lentamente ela ia abrindo os olhos e tentando se acostumar com a claridade.
- Não, acordei há pouco. – Minha voz estava rouca.
- É normal você observar as pessoas dormindo? – Ela perguntou e abriu um pequeno sorriso, eu corei.
- É...é – Eu não sabia o que responder e me xingava internamente por ter sido pega no pulo.
- Estou brincando, não precisa gaguejar.
- É bom ver que você acorda de bom humor.
- É impossível acordar mau humorada dormindo ao seu lado, mesmo que você ronque um pouquinho. – Agora aquela imensidão castanha olhava diretamente em meus olhos.
- Eu não ronco! – Automaticamente cruzei os braços e fiz bico.
- Você fica adorável fazendo essa cara. – Como um ato impensado ela levou sua mão a meu rosto e ao sentir seu toque fechei os olhos apenas aproveitando o calor que a palma de sua mão emanava.
- Gi... – Por mais que estivesse adorando os nossos flertes e definitivamente tinha adorado a noite anterior as palavras de Manoela martelavam em minha mente como um mantra. “A Titchela é uma pessoa incrível, ela tem um coração enorme e se machuca fácil, então caso eu não esteja viajando. Tome cuidado!”
- Relaxa Rafa, não precisa dizer nada. – Ela retirou a mão de meu rosto parecendo frustrada. – Vamos tomar café? – Ela disse já se levantando e seguindo para o banheiro.
Permaneci deitada na cama fitando o teto, era surreal eu dormir em uma cama com uma pessoa que tenho atração e não rolar nada. Sim, depois de ontem aceitei o fato que sou atraída por Gizelly, mas também sei que ela não é como as outras pessoas que conheci, ela não é o tipo de pessoa que pegamos, levamos para cama e não ligamos no outro dia, pelo que Manu disse ela era o tipo de pessoa que se apega fácil e eu sou exatamente o seu oposto, ela é o tipo de pessoa que quer compromisso e eu sou a pessoa que foge dele. Temos uma grande amizade em potencial e eu não estragaria isso por um desejo carnal. Nesse momento a porta do banheiro se abre.
- Deixei uma escova de dente nova para você em cima da pia, pode ficar à vontade, vou preparar algo para gente comer. – Ela disse e se retirou do quarto e eu pude notar o que o tom usado foi totalmente diferente do que usou comigo quando acordou.
Levantei-me, fiz minha higiene matinal, peguei meu celular e segui para encontrá-la na cozinha, ela estava distraída e eu apenas a observei. Ela era atraente em tudo que fazia, o jeito que mexia em seus cabelos, como passava a mão pelo rosto ou o simples jeito que parava quando estava concentrada com uma mão em sua cintura, desejei nesse momento que ela pudesse ser como eu e que pudéssemos simplesmente curtir um lance sem que eu precisasse me preocupar em magoá-la ou com Manoela que me mataria se eu fizesse.
- Estou começando a achar que você tem a mania de observar as pessoas quando elas estão dormindo ou distraídas.
- Como sabe que estava aqui? – Ela não havia se movido desde que cheguei então estava me questionando como ela sabia que eu estava ali.
- O seu cheiro não é nada discreto e te denunciou. – Agora ela se virou e apoiou-se na bancada. – Se quer observar pessoas distraídas por aí sugiro que procure um perfume menos marcante e chamativo. – O tom de humor estava presente novamente em sua voz.
- Não tenho a intenção de ficar observando ninguém. – Disse dando de ombros.
- Contraditório, já que é a segunda vez que te pego me olhando. – Ela me encarou e levantou uma sobrancelha.
- Não estava te olhando, às vezes viajo olhando para o nada.
- Pior desculpa que já ouvi em toda minha vida. – Ela gargalhou.
- Acredite se quiser. – Dou de ombro novamente.
- Não precisa ficar na defensiva Kalimann, estou apenas brincando. – Ela virou-se novamente para a cafeteira. – Você é sempre tão sem graça assim de manhã ou é só porque dormiu comigo?
- Acredite, estou de bom humor.
- Não quero nem imaginar quando não está então.
O celular dela tocou indicando que havia chegado uma mensagem, ela o ignorou e continuou fazendo o que fosse que estava fazendo naquele momento, porém o aparelho apitou mais três vezes seguidas, a pessoa que enviava as mensagens enfim conseguiu a atenção da morena, que se encaminhou até onde o seu celular estava e o pegou desbloqueando e sorrindo ao ler as coisas que estavam escritas ali, eu a observava, mas dessa vez disfarçadamente ou pelo menos assim tentando fazer. Alguns minutos depois estávamos sentadas a mesa apreciando o maravilhoso café da manhã que ela havia preparado. Conversamos mais um pouco sobre diversos assuntos, menos sobre a noite anterior e os beijos que tinham rolado. Parecia que havíamos feito um trato não verbal para que aquele assunto fosse proibido, pois ela não deu sinal que iria tocar nele e eu muito menos.
Jogamos conversa fora por tanto tempo que nem vimos á hora passar, já estava de tarde quando nos tocamos que estávamos ainda sentadas nas cadeiras conversando sobre coisas aleatórias, Jack Bacon tinha se juntado a nós e agora dormia tranquilamente no colo de Gizelly.
- Acho melhor eu realmente ir embora. – Disse me espreguiçando e sentindo uma leve dor na coluna pela posição que estava há bastante tempo.
- Achei que ficaria para almoçar comigo. – A morena disse.
- Tenho algumas coisas para resolver.
- Hoje é domingo Rafa, você está sozinha em casa, eu estou sozinha aqui, não custa nada uma fazer companhia para a outra. – Ela fazia um pequeno bico que achei adorável.
- Ainda não enjoou de mim? Temos um novo recorde. – Eu sorri abertamente para ela. – Apenas Manoela me suporta por tanto tempo.
- Eu faço esse sacrifício para não ter que almoçar sozinha. – Ela retribuiu o sorriso.
- Você não está sozinha, tem o Jackinho para te fazer companhia.
- Esse aqui sempre dorme e me deixa sozinha. Não posso contar muito com sua companhia. – Ela disse acariciando o cachorro.
- Você me convenceu. – Ela deu pulinhos na cadeira recebendo um olhar não muito bom do cão em seu colo. – Porem com uma condição.
- Qual?
- Iremos almoçar fora. – Ela já ia protestar. – Hoje é domingo, o dia está bonito e não tem o porquê ficarmos por horas na cozinha preparando algo para comer se podemos simplesmente pegar o carro e ir a um restaurante. Essa é minha condição, pegar ou largar?
- Só irei aceitar mesmo porque realmente não quero ficar sozinha. Vou tomar um banho e trocar de roupa, não demoro.
Ela sumiu quarto adentro e eu permaneci ali sentada pensando na noite de ontem, não tocamos no assunto e talvez fosse melhor assim, não queria que ela interpretasse nada errado, a gente gostava da companhia uma da outra, pelo menos eu gosto da dela e deduzo que ela também goste da minha já que sempre entramos numa bolha somente nossa. Eu sabia que para essa amizade dar certo precisaria parar com os flertes e controlar minhas olhadas ou ela podia entender isso de outra maneira, não que não exista um interesse de minha parte, pois existe e muito, ainda mais depois de ontem. Mas se continuarmos no caminho que estamos essa relação não dará certo e eu ainda corro o risco de apanhar de Manoela.
- Onde iremos almoçar? – Sua voz vinda do quarto me tirou dos meus devaneios.
- Tenho que passar em casa para tomar um banho e trocar a roupa então podemos ir em uma churrascaria maravilhosa que tem lá perto.
- Por mim tudo bem. – Mais alguns minutos ela saía do cômodo trajando uma calça jeans rasgada e uma blusa branca com um nó na frente, seu cabelo preso em um coque frouxo, era fácil perder as palavras diante da beleza da morena.
- Acha que ta bom assim? – Ela perguntou dando uma voltinha.
- Você está linda! – Foi tudo que conseguir dizer sem gaguejar.
- Vou só colocar um sapato e estou pronta. – Me levantei seguindo para o quarto onde estava minha roupa, troquei rapidamente a mesma e quando sai Gizelly já me aguardava, novamente ela estava sorrindo para o celular.
- Vamos? – Ela concordou e saímos em direção a garagem.

...

Estávamos no restaurante a um tempinho, já desfrutávamos do maravilhoso almoço que havíamos pedido, era impossível ficar de mau humor ao lado da capixaba, sempre que ela contava uma nova história de sua vida, mas eu acreditava nela que dizia ter azar no amor, ela trocou mensagem com alguém durante todo o almoço, a conversa aparentava estar agradável já que ela sorria sempre ao ler uma nova mensagem, não que eu estivesse incomodada ou com ciúmes, só não era agradável o barulho irritante de seu celular tocando a toda hora.
- Você deveria conhecer Espírito Santo, pergunta a Manu. Não tem como não se apaixonar.
- Pode deixar, assim que tiver uma oportunidade irei conhecer.
Já havíamos finalizado o almoço e agora apenas jogávamos conversa fora, há muito tempo atrás não tinha um fim de semana tão agradável, normalmente eu ficava trancada no apartamento resolvendo coisas da empresa ou dormindo, raramente saía com os meninos e sempre era cobrada por isso, quando Manoela souber que saí com Gizelly para almoçar ela me matará.
- Então vamos? – Gizelly disse. – Não irei mais tomar o seu tempo. – Seu tom continha humor.
- Pode falar a verdade, já não me atura mais. Manoela sempre me diz que nunca encontrarei alguém capaz de conviver comigo mais de quarenta e oito horas consecutivas e ainda permanecer. – Eu sorria.
- Não irei poder afirmar, pois não tem nem vinte e quatro horas que estamos juntas, mas não me importaria de fazer o teste qualquer dia. – Ela gargalhou.
- Vamos marcar então, quero provar a Manoela o quanto ela está errada sobre mim. – Digo sorrindo ainda mais.
Depois de muita briga entramos no carro, foi difícil convencê-la a deixar que eu a levasse em casa, o caminho foi rápido e regado de brincadeiras, me sentia diferente em sua presença, era como se eu não fosse a Rafaella Kalimann dona de uma marca de roupas, cheia de responsabilidades, eu era apenas a Rafa, uma mulher de vinte e sete anos, curtindo sua vida. Estacionei em frente ao seu prédio e o silencio se fez presente.
- Obrigada pelo fim de semana. – Eu disse retirando o cinto e me virando para ela. – Há muito tempo não me sentia tão bem e tão viva.
- Se alguém tem que agradecer, esse alguém sou eu. Se não fosse por você meu fim de semana seria trancada dentro do apartamento, e eu não teria me divertido tanto. – Ficamos nos encarando até nossa conexão ser quebrada pelo barulho irritante do seu celular anunciando a chegada de mais algumas mensagens.
- Alguém parece desesperado pra falar contigo. - Disse como quem não quer nada,
- É a Luiza, aquela mulher que me tirou para dançar ontem no bar. – Aquela revelação me incomodou mais do que deveria, então era com ela que Gizelly conversava o dia todo sorrindo para o celular.
- Vejo que ela realmente gostou de você já que conversaram o dia todo. – Disse me virando novamente para frente.
- Vejo que andou me observando de novo. – Ela sorriu.
- É inevitável não perceber com esse barulho irritante que seu celular faz. – Fiz uma careta e ela sorriu mais ainda.
- Já te falaram que você fica adorável quando faz essa cara? – Tenho certeza que tinha ficado corada. – Fica ainda mais adorável quando fica com vergonha.
- Não estou com vergonha. – Digo me virando para a janela.
- Não é o que a vermelhidão no seu rosto diz.- Me viro para ela e mostro a língua. Ela sorri alto.
- Deixe me ir antes que você me irrite.
- Mais uma vez obrigada pelo fim de semana, eu amei cada minuto. – Ela se aproximou de mim e depositou um beijo em minha bochecha.
- Eu que agradeço. – Ela abriu a porta e saiu do veículo, esperei até que ela entrasse em seu prédio e arranquei o carro seguindo em direção a minha casa.

...

O restante do dia foi tranquilo, enviei alguns e-mails, revisei algumas coisas sobre o lançamento, liguei para minha mãe como havia prometido, vi filme, pedi algo para comer e pensei em Gizelly. Sim, a morena dominou meus pensamentos na grande parte do tempo, não sabia explicar ao certo o porquê, mas ali estava ela presente em cada momento vago. Adormeci pensando em nossos beijos.

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