24- Caos

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Ei babys, eu sei que ando em falta com vocês , mas está realmente difícil superar esse bloqueio. É horrível ter que ficar forçando para consegui um capítulo, acabo terminando ele totalmente frustrada, mas já não sei mais o que fazer para supera-lo.
Peço a vocês um pouquinho de paciência com os capítulos, sempre que possível venho aqui para soltar um novo. Não desistam de mim.
No mais vamos ao capítulo.
Não esqueçam de curtirem e comentarem, eu amo a interação de vocês ❤️
Beijos e até breve

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Point of view Gizelly

Sai do local onde as fotos estavam sendo feitas e não avistei mais Bianca onde estava na última vez que a vi, e internamente dei graças a Deus por isso.
Dirigir de forma lenta, pois minha atenção não estava totalmente voltada ao trânsito, então para evitar qualquer tipo de acidente era melhor receber algumas buzinas dos outros carros que passavam por mim.
Queria saber dizer o motivo de ter ficado tão mexida com a conversa de Bianca e Rafaella, a mineira nunca me deu motivo para tal surto, mas esse sentimento de medo e insegurança gritava em meu peito impedindo que eu o ignorasse, passei o caminho todo distraída e fiz o trajeto todo no modo automático, notando apenas quando estava adentrando a garagem do prédio onde morava.
Preparei um café e me dirigir para a varanda me jogando na poltrona que tinha por ali, as cenas de mais cedo não paravam de rodear minha cabeça e eu me sentia completamente infantil por isso, mas fui tão magoada e ferida durante todos esses anos que a qualquer pequena ameaça eu naturalmente reagia dessa forma, era como uma forma de defesa que desenvolvi. Eu queria acreditar que tudo não passava de uma tempestade em copo d’água, mas estava sendo traída pela minha própria cabeça que trazia a  tona coisas sobre Rafaella que apenas aumentava os sentimentos ruins que estavam dentro de mim.

Point of view Rafaella

Minha cabeça ficou aérea o restante do dia, constantemente eu era chamada atenção por a pessoa está falando comigo a um tempo sem ter resposta alguma, a situação mais cedo com Bianca abalou de alguma forma minha relação e mesmo Gizelly dizendo que tudo estava bem eu não acreditava, pois nesse tempo que estamos juntas já a conhecia um pouco para saber a verdade.
Eu estava dirigindo em sentido ao seu apartamento, meu coração apertado e uma inquietação dentro de mim, me apresentei ao porteiro que já me conhecia bem e liberou a minha entrada na garagem, estacionei meu carro ao lado do seu e respirei fundo algumas vezes antes de sair do veículo e seguir para o elevador onde uma senhora, que reconheci ser vizinha de Gizelly, também o aguardava. Não demorou muito para que o mesmo chegasse e mesmo querendo ser simpática com a senhora que tagarelava sem parar ao meu lado, recebendo de mim apenas sorrisos sem graça, não conseguia.
Assim que a caixa metálica parou no andar em que ficava o apartamento da capixaba, me despedi da simpática vizinha e me dirigir ao apartamento de minha namorada, parei em sua porta na dúvida se entrava como sempre fazia ou se deveria tocar a campainha, optei pela primeira opção. O apartamento estava todo escuro e apenas um feixe se luz vinha da varanda para onde segui e encontrei uma Gizelly com o olhar perdido.
- Oi amor. – Ela tomou um surto ao notar minha presença.
- Quer me matar do coração Rafaella? – A morena tinha a mão no peito que subia e descia rapidamente.
- Desculpa, não queria te assustar. – Eu me aproximo. – Eu até fiz barulho, mas acho que você estava distraída e não ouviu.
- Provavelmente. – Ela olhou para o lado contrário que eu estava. – Chegou cedo.
- Na verdade cheguei mais tarde que o costume. – Me agachei em sua frente. – Sabe que horas são?
- Pra falar a verdade, não faço ideia. – Só então ela olhou diretamente para mim, e pude ver resquícios de um choro recém cessado.
- Quase oito. – Ela arregalou os olhos.
- Eu realmente perdi a noção das horas. - Eu estava em dúvida se deveria abordar aquele assunto ou deixar ela trazer a tona, mas era melhor encerrarmos de vez.
- Podemos conversar? – Eu tinha a voz baixa, quase envergonhada.
- Sobre? – Ela desviou o olhar novamente.
- O dia de hoje, acho que precisamos de uma conversa sincera, sem nada de “Ta tudo bem” quando na verdade não está.
- Mas tá tudo bem mesmo.
- Gi... – Eu comecei.
- Olha Rafa, não é nada com você. – Ela me cortou e suspirou. – Eu sei o quanto isso parece clichê, mas é a verdade. – Passou a mão nos cabelos. – Eu não tô com raiva ou chateada com você, o problema sou eu e minha cabeça que não me da um minuto de paz. – Os olhos dela se encheram de água.
- Me fala tudo que tá sentindo, seja sincera comigo. – Passei a mão em seu rosto e ela prontamente fechou os olhos.
- Tô me sentindo extremamente infantil por causa desse turbilhão de emoções que estou sentindo. – Ela suspirou pesadamente. – Eu não queria tá pensando nas coisas que estou e por mais que um lado meu saiba que você me ama a minha insegurança chega a ser ensurdecedora a ponto de não me deixar ter cem por cento de certeza. – As lágrimas que se acumulavam em seus olhos, haviam transbordado.
- Do que tem medo? – Eu deveria está chateada com sua declaração, mas não estava.
- De te perder Rafaella. – Ela disse como se fosse óbvio. - Eu sempre fui tão fudidamente frustrada na minha vida amorosa que qualquer mínima chance de dar errado, eu ergo minha armadura sem ao menos perceber.
- Você não vai me perder princesa, eu não seria louca de abrir mão de você, por nada nesse mundo Gizelly. – Virei o seu rosto pra mim, na esperança que ela pudesse ver a verdade em minhas palavras através dos meus olhos.
- Você me disse que aprendeu a ser como Bianca, um espírito livre. E se cansar de estar presa a mim? E se descobrir assim como ela, que alguém de espírito livre não pode ser preso?
- Vida, isso só faria sentido se eu me sentisse presa a você. – Agora foi minha vez de passar a mão pelos cabelos. – Eu não sei como te dizer isso, e fazer com que acredite em mim, mas com você é quando mais me sinto livre, eu posso ser quem eu realmente sou, pois você me aceita assim, quando eu te disse que estou em paz nesse momento é a mais pura verdade, você trouxe não só cor aos meus dias cinzentos, mas trouxe paz ao caos que eu sempre fui.
- Eu tenho isso em mim Rafa e não sei como agir, não sei lidar com meus próprios medos. – Seus olhos estavam marejados. – Minha insegurança fala mais alto que a minha razão, é uma luta na qual não sei ganhar.
- Infelizmente não tenho nada mais que minhas palavras para te provar o que sinto. – Meus olhos também já começavam a dar sinais que a qualquer momento transbordariam. – Agora cabe você aceitar ou não. – Ela me olhou com pesar, seus olhos diziam tantas coisas que eu não consegui compreender.
- Rafa... – Ela começou, mas não deixei que continuasse.
- Não precisa dizer mais nada Gi, tá tudo bem. – As lágrimas que eu tanto segurava enfim foram libertas.
- Eu só preciso de um tempo para aprender e entender sobre as coisas que estou sentindo.
- Tudo bem. – Eu me levantei e fiquei em pé lhe encarando por alguns segundos, seu rosto banhado de lágrimas denunciava que pra ela também não estava sendo fácil. Dizer que eu entendia seria mentir, mas respeitava ela acima de qualquer coisa, e respeitaria agora. Puxei seu rosto para que me olhasse. – Só não esqueça o quanto eu te amo e como sou feliz com você, como nunca achei que seria na vida. – Me inclinei e deixei um rápido beijo em seus lábios e sai de sua casa sem olhar pra trás.
...

Abrir a porta do apartamento e encontrei Manoela que me olhava de forma confusa, o fato de estar em casa quando a disse que iria dormir na casa de Gizelly e o fato de estar chorando copiosamente fez ela assumir sua postura de irmã super protetora, ela se levantou e veio até mim, me puxou até o sofá onde estava sentada e me fez deitar em seu colo iniciando um carinho sem nada dizer, ela sabia que quando estivesse pronta a contaria o que tinha acontecido. Vários minutos tinham se passado quando meu choro começou a cessar.
- Pronta pra me contar o que aconteceu pra te deixar nesse estado? – A baixinha disse sem parar o carinho.
- A sensação que eu tenho é que nunca conseguirei ser feliz, quando as coisas começam a dar certo de alguma forma vem a vida e me dá uma rasteira.
- Amiga, eu ainda não consigo entender o que quer dizer.
- Manu, você é prova do quanto eu lutei para arrancar Bianca de minha vida, como sempre fiz de tudo para que não houvesse encontros com ela, e deu certo por anos, mas logo agora que eu encontrei a melhor pessoa do mundo, Bianca retorna como um fantasma do passado. – O choro ameaçava voltar e eu respirei fundo. – Hoje Gizelly foi até o estúdio para que a gente almoçasse e por uma infeliz coincidência do destino Bianca e Mariana estavam no mesmo restaurante que nós, não tive a mesma reação que a primeira vez que a vi, até ela decidir que queria conversar comigo, e falou sem se importar com a presença de Gizelly que ficou chateada e nos deixou, eu não consegui reagir, não consegui responder Bianca e nem impedir que Gizelly se fosse. Fiquei parada como uma idiota, Bianca me assombra, ela traz a tona sentimentos ruins.
- Então você e Gizelly brigaram? – A sua voz era calma.
- Não brigamos, mas como eu tenho fantasmas ela também tem, ela disse que estava insegura, que tem medo que eu a deixe, que perceba que não posso ficar presa a ela, e disse que precisava de um tempo para aprender a lhe dar com os sentimentos dela, cá estou eu.
- Rafa. – Ela suspirou. – Talvez o que você precise para que Bianca deixe de ser um fantasma do passado seja uma conversa que vocês nunca tiveram, você com todo o direito do mundo, pegou suas coisas e sumiu e nunca mais se viram, então é como se esse assunto estivesse inacabado, precisa colocar um ponto final e seguir sua vida.
- Não sei se quero isso Manu, pra mim já está finalizado.
- Se isso fosse verdade não agiria como age sempre que a vê. – Manoela era extremamente necessária em minha vida. – E quanto a Titchela, dê a ela o tempo que precisa, ela já passou por coisas demais na vida que tem medo da felicidade, sempre espera que o pior aconteça, pois sempre foi assim em sua vida. Você sabe o quanto ela te ama e o quanto isso é recíproco, eu sei disso, mas o passado faz com que ela divide que realmente mereça ser feliz, as pessoas que a magoaram fizessem com que ela acreditasse que ter alguém para realmente partilhar a vida seria impossível para ela. – Seu olhar estava distante como se lembre-se de algo. – Eu nunca vi um amor como vejo o de vocês, é algo puro e verdadeiro, quase palpável para quem presencia, só de a ela o tempo que ela precisa e ela enxergará isso.
- Espero que sim amiga, pois eu amo tanto aquela mulher que não consigo nem se quer pensar na possibilidade de não tê-la mais em minha vida, necessito de Gizelly Bicalho como necessito do ar. Ela se tornou essencial para sobreviver.
- É um momento ruim pra eu te zoar por essa fala? – Ela tinha humor em sua voz, o que me fez sorrir pois concordava com ela.
- Eu sei, foi bem boiola.
- Meu Deus Rafaella, sabia que viveria um dia para ver você assim, com os quatro pneus arriados por alguém.
- É aquela velha história né, era pra ser só uma brincadeirinha. – Nós rimos e eu estava consideravelmente mais leve, Manoela sempre tinha esse poder sobre mim, não importava o quanto a situação era ruim, uma conversa nossa sempre acabava em boas risadas e grandes ensinamentos, não conseguia entender como uma pessoa tão pequena podia ser tão sábia, mas  Manoela Gavassi era.

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