Dor sem sofrimento

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– Capítulo 8 –

Dor sem dofrimento.

Dor, a palavra mais conhecida por ele, era o que ele mais sentia. Dor e sofrimento, duas palavras que dependendo do ponto de vista são obtidas de maneiras distintas. A dor – na concepção dele – era algo que independia da primeira pessoa, ela chegava para todo mundo, porém o sofrimento era algo que determinada pessoa tinha ou não por escolha própria, ela podia se machucar com algo ou alguém, isso era inevitável, entretanto ficar amargurada e sofrendo por aquilo por um longo ou um curto período de tempo dependia somente dela.

Dor foi algo que o Deidara sempre sentiu, mas sofrimento era algo que ele se recusava a sentir independente da situação. Desde criança o loiro sempre foi tratado diferente de sua irmã, ambos eram ômegas, já tinham um grande motivo para serem discriminados por culpa dos malditos alfas que achavam que dominavam tudo, porém além de ômega ele era um garoto e o seu pai, o Inoichi, se negava a aceitar um filho homem ômega.

A Ino sempre foi mimada pelos seus pais, sempre tinha o que desejava, era a menina dos olhos do Inoichi, já o Deidara sempre foi tratado como um excluído, tratado à margem da família. Por mais que eles fossem de uma família importante e rica o loiro sempre ficava de fora das festas grandes que eram realizadas pelos Uchihas, algumas vezes porque o seu pai ordenava e outras vezes porque ele não tinha motivos para ir, o patriarca da família Yamanaka nunca o apresentava como seu filho, de qualquer forma ele não fazia questão.

Só que mesmo com todo esse tratamento, além das pisas que levava por conta própria e muitas vezes por causa de sua irmã mais nova, o Deidara não supria nenhum tipo de rancor ou raiva de seu pai, nem mesmo quando ele era mais novo e a Ino enchia o seu saco, fazia as coisas erradas e colocava toda a culpa no coitado do loiro que não tinha feito nada. A medida que ambos foram crescendo se tornaram cada vez mais próximos até chegarem ao ponto de serem amigos.

O Deidara e o Inoichi não se “bicavam”, mas o problema não era do mais novo, a culpa foi unicamente do patriarca que após a morte de sua esposa, por doença, resolveu abandonar os filhos por um tempo em sua casa e passar alguns dias em uma casa de praia em uma ilha deserta com várias ômegas para as suas aventuras sexuais, como se nada tivesse acontecido, mas ele estava amargurado e o Deidara sabia que o mesmo tentaria afogar as suas decepções em festas, bebidas, drogas e ômegas.

O único problema era que ele parecia um adolescente rebelde daquele jeito e ainda por cima deixou os seus filhos com um quase desconhecido, um alfa que prometeu cuidar dos loiros só que na mesma semana entrou no cio e atacou a Ino. Como ela tinha apenas onze anos de idade o Deidara interrompeu o malfeitor e lhe golpeou com uma frigideira, ainda com as mãos tremendo e em prantos ele ordenou que sua irmã fugisse para a casa dos Uchihas e ele optou por lidar com o alfa no cio sozinho.

Era isso ou aquele monstro os caçariam onde quer que fossem, trataria de fazer da vida deles um inferno e o Deidara sabia muito bem o quão impiedosos os alfas poderiam ser com pobres ômegas. Quando o maldito finalmente acordou, o loiro se submeteu a passar o cio com ele, só que por mais que ele tivesse a autorização do ômega não deixava de ser estupro, ou era aquilo ou seria violação a base de ameaça.

Para salvar a sua irmã da sujeira do mundo, ele comprometeu a sua inocência e com apenas treze anos foi corrompido pela nojeira dos alfas. Quando o Inoichi retornou de sua “viagem de férias” encontrou o seu filho sobre a sua cama em um estado deplorável, corpo totalmente marcado, provavelmente pisas que ele tinha levado, tinham hematomas roxos, vermelhos e feridas abertas e ensanguentadas. O pobre ômega estava assustado, era um choro que não tinha fim e inaudível.

Mar de rosas (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora