Aquela era outra noite onde Kaeya sabia que não iria pregar o olho por um minuto. Quando tudo o que deveria ser feito no andar de cima foi finalizado, ele pegou seu celular e fones de ouvido e desceu para a cafeteria, seus passos ecoando de forma pesada nos degraus de ferro. Ele não se deu o trabalho de conferir as trancas ou o alarme, realmente confiando em Noelle para tal, em vez disso, foi para uma pequena sala de funcionários onde as meninas normalmente almoçavam. Acendendo a luz sem muita cerimônia, seu objetivo era a pequena cafeteira sobre uma mesa no canto, colocando para fazer um expresso.
A tela do celular foi desbloqueada, o polegar ágil encontrando o contato que ele queria, iniciando uma chamada. O fone foi plugado no aparelho antes dele ser preso no cós da calça, a outra extremidade sendo ajeitada nos ouvidos. Um toque foi ouvido, dois, três. A impaciência o fez começar a andar pela sala.
☕ ☕ ☕
O som do telefone tocando ecoava por todo o quarto, o brilho da tela se comparando ao de um pequeno abajur. O barulho foi o suficiente para acordar Lisa, reconhecendo o toque personalizado e se recusando a abrir os olhos, remexendo-se por baixo do cobertor, arrastou o corpo pela cama em direção à namorada, a abraçando por trás e falando no pé de seu ouvido.
— Seu filho está ligando — a voz ainda carregada de sono.
— Ele é seu filho também... — a mulher abaixo dela resmungou, um bocejo sendo dado no final da frase, provocando uma risada por parte de Lisa.
— Não lembro de tê-lo adotado.
— Você fez, está no contrato de namoro — ela esticou o braço em direção à mesa de canto, tateando a superfície em busca do celular.
— Também não lembro de ter assinado nenhum contrato — ela se divertia com o assunto, parte do sono indo embora.
Quando o aparelho foi localizado e puxado para perto das duas, um par de olhos azuis se abriu apenas o suficiente para aceitar a chamada e colocá-la no viva-voz.
— Kaeya? — disse ao atender, o nome saindo de forma arrastada por seus lábios.
— Jean! Preciso de sua ajuda!
— Quando você me liga no meio da noite e não precisa de ajuda? — bufou, ajeitando-se no abraço de Lisa — Apenas me diga que você não está em um motel no meio do nada sem ter como voltar para casa.
— O quê? Não! — uma pausa — Não! Eu estou em casa!
— Bom, bom... — acenava de leve com a cabeça, melhorando a posição contra o travesseiro — Continue.
— Estou preocupado com Diluc... — ele soltou, em meio a um suspiro.
— De novo?
— Como assim "de novo"? Eu nunca deixei de me preocupar com ele!
— Justo — um bocejo foi dado, nenhuma tentativa para abafá-lo sendo feita — Detalhes, sim?
Uma pausa, alguns barulhos de fundo sendo ouvidos e talvez um suspiro pesado por parte de Kaeya, mas o estado de sono das duas mulheres não permitia distinguir muito bem.
— Ele teve um ataque de pânico e... — outro suspiro, esse audível — E acabou se machucando um pouco... Eu consegui acalmá-lo, mas não sei o que teria acontecido se eu não tivesse subido pro apartamento.
Lisa desenhava pequenos círculos no braço nu de Jean usando o indicador enquanto ouvia toda a explicação e desabafo de Kaeya, estando agora mais acordada do que a namorada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quer Falar Sobre Isso?
FanfictionKaeya Alberich é o dono de uma pequena cafeteria, onde conhece Diluc, um rapaz mudo. Ele se apaixona imediatamente e é preciso apenas algumas semanas para se tornarem grandes amigos, mesmo Kaeya querendo mais do que isso. Uma noite, Diluc aparece em...