Capítulo 12

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Diluc descia as escadas do apartamento com passos lentos após um banho rápido, as mãos ocupadas enquanto tentavam manter os fios vermelhos juntos em um coque, o elástico preto em seu pulso sendo puxado para conseguir manter tudo junto, agradecendo por apenas alguns fios se soltarem do penteado e ficarem balançando próximos de sua nuca.

A porta da cozinha foi aberta, com ele indo direto para onde sabia estar as toucas descartáveis, tendo certeza que seu cabelo não seria mais um problema. Olhando ao redor, Kaeya estava encostado em uma das bancadas, apoiado pelo quadril, tão concentrado ao escrever algo no telefone que apenas notou outra presença na cozinha quando ouviu o estalar de dedos.

— Eu não esperava ter um ajudante extra essa tarde — comentou ao perceber a mudança na roupa de Diluc.

Ele esperava que Diluc apenas subisse para guardar sua bolsa e pegasse o aparelho auditivo ao qual Kaeya sempre deixava na gaveta da mesa de cabeceira para que pudessem conversar, foi uma surpresa o ruivo estar disposto a ajudá-lo. O dito aparelho foi estendido para ele e logo foi ajustado em sua orelha direita, mas Diluc preferiu sinalizar nesse primeiro momento.

»Importa-se de explicar agora?«

— Eu não estou fazendo Amber matar aula, se é isso que quer saber — uma pausa. O olhar de Diluc sendo acusatório, o fazendo suspirar — Eu não pedi para ela ficar, soa melhor assim? — um aceno de cabeça foi dado — Ela viu como as coisas estavam e apenas decidiu ficar.

»Posso pagar uma carona para ela«

— Boa sorte fazendo ela concordar. Amber consegue ser bastante teimosa quando quer. E talvez um pouco orgulhosa também.

Mais teimosa que você? Diluc questionou em pensamentos ao levantar uma sobrancelha e olhar meio torto para ele.

»O que está fazendo? O que precisa ser feito?«

— Por enquanto, apenas esperando algumas coisas ficarem prontas, enquanto isso estou vendo o que mais vou ter de comprar — ergueu o celular de leve — Pedidos grandes assim são bons, mas também podem ser uma dor de cabeça... Amber vai me matar se eu pedir pra ela ir comprar qualquer outra coisa — a última parte foi dita mais para si mesmo, porém não chegou a disfarçar a voz para Diluc não ouvir.

»Não pode ligar para seus distribuidores e resolver isso?«

— Bem, sim... Se eu tivesse algum, então não é uma opção muito válida — deu de ombros, voltando a focar no telefone por dois segundos antes dos estalos dos dedos de Diluc lhe chamarem a atenção novamente.

»Como assim? Sem distribuidores? Como compra as coisas?«

— Se surpreenderia em como Mondstadt tem lugares muito baratos para se fazer compras, promoções também são sempre bem-vindas — abriu um largo sorriso travesso.

Diluc o encarou como se uma segunda cabeça estivesse crescendo em seu ombro. Os produtos da cafeteria eram bem baratos, mesmo para essa parte da cidade, se Kaeya não contava com a ajuda de distribuidores, ele não conseguia vê-lo tendo uma margem de lucro muito alta, fazendo dias como esse não valerem tão à pena quanto aparentava. Mordendo o lábio inferior, sentiu-se hesitante em continuar.

»Tenho alguns números que posso te passar depois. Não se sinta obrigado a aceitar, mas gostaria que, pelo menos, desse uma chance«

— Não precisa se incomodar com isso — recebeu um aceno negativo com a cabeça, a mensagem sendo entendida — Certo, eu fico agradecido se puder fazer isso — seu sorriso se alargou.

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