⚠ AVISO ⚠
Esse capítulo contêm descrições de ataque de pânico e autolesão. Caso se sinta desconfortável, sinta-se livre para pular até a próxima divisão do capítulo.
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Quando a porta no topo da escada fora aberta, Diluc mal deu dois passos dentro do apartamento e teve de se interromper em surpresa, a mão ainda na maçaneta e os olhos abertos como os de uma coruja. Estrelas gêmeas capturaram sua atenção e elas pareciam igualmente em choque.
— Luc... — a voz era um pouco mais alta que um sussurro, os lábios mal se movendo ao dizer o nome.
Os dois quase se esbarraram no pequeno espaço do hall. Por alguns segundos, ficaram se encarando, como se um estivesse esperando que o outro reagisse. Foi Diluc quem tomou a iniciativa, soltando a maçaneta e deixando a porta fechar lentamente atrás de si enquanto dava os poucos passos necessários para encurtar ainda mais a distância entre eles, os braços sendo erguidos de forma lenta enquanto seu olhar não conseguia se desvencilhar do de Kaeya.
»Não ia dormir?« a interrogação foi sinalizada, preocupação tomando conta de suas feições.
— Eu ia... — a voz ainda saindo de forma baixa.
Sem muito aviso, Kaeya terminou de encurtar a distância entre eles, mal dando tempo de Diluc abaixar os braços quando o pegou em um abraço forte, o corpo ligeiramente inclinado para ser capaz de repousar a cabeça na curva do pescoço do ruivo.
A respiração de Diluc engatou, chegando a ter um calafrio percorrendo por toda a sua espinha, os lábios se separando e quase chegando a deixar escapar um suspiro. As mãos estavam pressionadas contra o corpo de Kaeya e a única coisa que ele foi capaz de fazer foi tentar relaxar os dedos e os repousar contra o peito quente do outro. Seu olfato foi tomado pelo perfume natural que tanto adorava, misturado com o cheiro de farinha e, provavelmente, açúcar.
— Você demorou... — as palavras ditas no pé de seu ouvido quase o fizeram pular no lugar, disparando ainda mais seu coração — Estava indo te buscar — uma risada travessa foi dada.
De forma automática, os dedos de Diluc se fecharam no tecido do uniforme de Kaeya. Nenhum deles ousou se mover.
— Dá pra acreditar? — Kaeya continuou, após alguns segundos de silêncio — Duzentos mil Mora?
Ainda no abraço, Diluc moveu de leve a cabeça em um gesto para que Kaeya continuasse, ele só não esperava que isso quebrasse o contato físico.
— Precisamos comemorar! — quase gritou, segurando o ruivo pelos ombros quando se afastou, chegando a balançar o corpo dele de forma rápida — Afinal, não é todo dia que temos tanto dinheiro pra poder gastar.
Nenhum tipo de resposta foi dada, não houve tempo. Kaeya soltou Diluc e saiu andando em direção a cozinha enquanto tagarelava consigo mesmo, pensando no que poderia ser comprado com todo aquele dinheiro, ainda sem conseguir acreditar que conseguiu o equivalente a um carro popular apenas com três bolos e alguns doces temáticos.
Diluc estava sem saber como reagir, mudanças de humor não eram muito típicas de Kaeya, exceto quando ele estava trabalhando e aquilo o preocupou de leve. Demorou um pouco, mas resolveu segui-lo, conseguindo uma boa visão dele quando foi para a sala.
— Podemos ir ao Angel's Share!
Ouvir aquele nome interrompeu os passos de Diluc, fazendo seus olhos se arregalarem em surpresa e o deixando estático no lugar, ele mal ouviu as próximas palavras de Kaeya e nem saberia dizer como conseguiu aparar o objeto jogado em sua direção, o tirando do pequeno transe.
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Quer Falar Sobre Isso?
FanfictionKaeya Alberich é o dono de uma pequena cafeteria, onde conhece Diluc, um rapaz mudo. Ele se apaixona imediatamente e é preciso apenas algumas semanas para se tornarem grandes amigos, mesmo Kaeya querendo mais do que isso. Uma noite, Diluc aparece em...