Capítulo 13

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Diluc estava sentado à mesa de seu escritório, o tablet apoiado em um suporte o que o permitia ficar na altura dos olhos sem muito esforço, o indicador deslizando pela tela enquanto realizava seu trabalho. Trabalhar aos fins de semana era atípico, contudo, a manhã ocupada era essencial para que tivesse um bom descanso.

Estava quase concluindo seu trabalho quando leves batidas foram ouvidas na porta de vidro preto, o fazendo erguer o olhar e ver quem se encontrava do outro lado. Esticando o braço para o lado, pressionou um dos botões embutidos no canto da mesa, o som da trava se abrindo foi ouvido seguido do estalo dos pequenos saltos atravessando a curta distância entre eles.

— Bom dia, Mestre Diluc. Aqui está alguns papéis enviados por Charles que precisam de sua aprovação e assinatura — sua voz era doce e suave, quase sendo ditas de forma maternal ao estender uma fina pasta preta.

Diluc a pegou, abrindo a capa dura e passando os olhos de forma rápida pela primeira folha, já tendo uma ideia do que se tratava seu conteúdo. Colocando o objeto sobre a mesa, voltou a dar atenção para a secretária, sinalizando um "obrigado" para ela.

— Também encontrei alguns modelos de chaveiro conforme foi solicitado, gostaria de dar uma olhada agora?

Ao receber um aceno positivo com a cabeça, Donna pegou seu próprio telefone, enviando um link através do aplicativo de conversa, o som de nova mensagem sendo ouvido no tablet no segundo seguinte. Era uma pasta virtual com imagens de várias opções encontradas, Diluc ficou curioso quanto aquilo adotando uma pose pensativa ao segurar o próprio queixo com dois dedos, os olhos vermelhos percorrendo a tela com interesse, o indicador da mão livre passando as imagens.

Donna foi paciente. Conhecendo seu chefe há tantos anos, ela sabia que Diluc já teria revirado todas as camadas da internet atrás de um chaveiro de pavão que lhe agradasse e como não foi informada de nada, era mais provável que nenhum deles conseguiu cumprir esse papel.

Sendo a boa secretária que era, foi além do pedido inicial, encontrando opções alternativas. Ela comemorou internamente — além de querer lhe dar um tapinha nas costas — quando o olhar de Diluc se abriu em um interesse quase infantil. Utilizando ambas as mãos para realizar a tarefa, ele mandou a imagem de volta para ela com uma simples mensagem junto "Este aqui".

— Foi um dos meus favoritos também — sorriu de forma genuína observando a tela antes de guardar o aparelho — Vou fazer o pedido imediatamente, Mestre Diluc.

Com uma pequena reverência, ela se retirou. Os saltos ainda estalando contra o piso, sendo abafados apenas quando a porta foi fechada atrás de si, o vidro fazendo um bom trabalho em abafar sons externos, mesmo seu propósito não sendo esse. Diluc se ajeitou na cadeira, voltando ao seu trabalho com um sorriso no rosto.

☕ ☕ ☕

Kaeya estava com ambas as mãos apoiadas na bancada de mármore da cozinha da cafeteria, observando a travessa retangular que dava suporte para um bolo recém preparado, contudo, sua expressão não era a das melhores. Seus lábios estavam torcidos em desaprovação e as sobrancelhas franzidas.

[Outro dia você ensinou como rebocar uma parede]

[Hoje você preparou seu próprio bloco de concreto]

[Quando iremos construir uma parede?]

A voz mecânica tomou conta de seu ouvido direito, fazendo Kaeya fechar os olhos e apertar os dedos contra a pedra da bancada. Os comentários de Diluc eram algo totalmente ignoráveis, mas claro, eles não vieram sozinhos.

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