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Dias depois

Estava voltando para casa, e conformada com o que foi arquitetado em Dongguan. Tudo estava sendo encaminhado e eu teria apenas que fazer uma cena, quando tudo acontecer.

— Mary, e o que você vai fazer caso alguns repórteres venham atrás de você? - Hendery, perguntou.

— Infidelidade é legal na Coreia, Hendery. - desviei meu olhar da janela, para o moreno a minha frente. — Eles não acham que traição seja algo tão importante, mas por conta de  envolver uma pessoa morta, farei a cena da esposa grávida, que não acredita na inocência do marido. - ri e comecei a fingir um choro. — Eu que sou uma ótima chefe e uma ótima esposa, fui enganada pela pessoa que vivia comigo. Uma pessoa foi assassinada e mesmo que ele seja pai do filho que estou esperando, quero que investiguem e tenham certeza que foi ele, e caso for, que a justiça seja feita.

— Oh, coitadinha. - ele diz em um tom melancólico e depois começamos a imitar o som de umas cascavel. — Lim Mary, a cascavel de Seul.

— Por conhecer, quero dizer, por achar conhecer meu marido, sei que ele fará de tudo para preservar a imagem da esposa e do filho. - olhei para a aliança em meu dedo. — Eu não vou destruir totalmente a carreira dele, mas vou deixar suja, pois preciso que ele continue no trabalho. Essa história ainda está longe de acabar.

Era madrugada quando cheguei em casa. Hendery, me ajudou a levar as malas até a porta e depois foi emboram. Resolvi não avisar o horário que voltava para, Jaebeom. Depois de colocar as malas no armário e voltar para fechar a porta de entrada, senti a presença de alguém nas escadas.

— Não precisa se assustar, Jaebeom. - ri. — Um assaltante não tem as chaves de casa. - Me virei e vi o abaixar a pistola que estava em sua mão.

— Jagi, você me assustou. - falou se aproximando. — Por que não me avisou que chegava na madrugada? Eu teria te pegado no aeroporto.

— São duas da manhã, e você tem que estar bem descansado para ir trabalhar. - O abracei. — E como foi que passou esses dias sozinho?

— Foram difíceis, mas consegui sobreviver. - ele ri. — A sua viagem deu certo?

— Sim, tudo saiu confirme o planejado. Teve uma alteração aqui e ali, mas não foi nada de ruim. - me afasto dele. — Mas agora eu preciso tomar uma banho e descansar um pouco. Não consegui dormir nenhum pouco na volta.

[...]

Jaebeom saiu para trabalhar e eu fiquei sozinha em casa. Como tenho uma consulta de rotina com Jongin, resolvi ir somente durante a tarde á empresa. Estava pensando na nossa última conversa.

Flashback on

— Por que eu tive que sair daquele quarto de hotel, sem te dar um último adeus, Jongin. - Falei rindo enquanto direcionava meu olhar a ele. - A situação agora poderia ser diferente.

— Tudo tem um propósito, Mary. - ele segura delicadamente a minha mão. - Vai ver que àquela foi a atitude certa a se fazer. Não éramos tão maduros àquele tempo e poderíamos estar em uma situação semelhante ou pior.

— Ou em uma situação melhor. - sorri balançando negativamente a cabeça. - Mas agora é tarde. O que está feito, não pode simplesmente ser apagado.

— Sim, mas sempre pode-se recomeçar. Basta querer. - ele sorri. - Nunca é tarde demais para recomeçar.

Flashback off

— Nunca é tarde demais para reconhecer. - Falei acariciando minha barriga. — Mas sempre tem um porém, Jongin.

[...]

Vida DuplaOnde histórias criam vida. Descubra agora