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Como o prometido, estava esperando Jaebeom sair da sala de cirurgia. Cheguei cedo e pude conversar um pouco com ele e antes de ser levado pelas enfermeiras, acabamos nos beijando. Pedi que ele fosse forte e mais uma vez, confirmei que estaria esperando ele voltar. Chorei e rezei tantas vezes junto com sua mãe, e Max era quem sempre nos distraía boa parte do tempo. Depois de quase quatro horas de cirurgia, foi confirmada o fim da operação e que foi um sucesso, e depois poderíamos vê-lo.  Enquanto esperava que liberassem as visitas, fiz algumas coisas do trabalho pelo notebook, enquanto meus ex-sogros, foram até a cafeteria com o neto. 

— Familiares de Lim Jaebeom. - Um enfermeiro apareceu. 

— Aqui. — Falei fechando o notebook, e guardando na bolsa.

— A senhora é a esposa, certo?

— Sim, eu sou. — Não ia desmentir agora. 

— Os pais dele foram embora?

— Não, eles acabaram de ir até a cafeteria. — Me levantei da poltrona. — Por que, aconteceu alguma coisa com Jaebeom? — Perguntei preocupada. 

— Não, é que está liberada a visita. Então a senhora pode vir comigo, e depois o casal de senhores, podem ir quando voltarem. — Peguei minha bolsa e o segui até o quarto onde ele estava. — Ele ainda está um pouco desnorteado por conta da anestesia, mas a primeira coisa que ele perguntou ao acordar, era pela esposa. — Falou, parando em frente ao quarto e abrindo a porta. 

O vi com os olhos fechados mas resmunando baixinho. 

— Quanto tempo eu posso ficar? — Perguntei ainda observando Jaebeom.

— Vinte minutos por pessoa, não precisa se preocupar, eu avisarei ao casal que estava com a senhora. Vou deixa-los a sós. — O enfermeiro disse antes de sair e fechar a porta. 

Me aproximei devagar.

— Jae? — O chamei e o vi abrir um pouco os olhos e depois sorrir. — Como está se sentindo? — Me aproximei. 

— Como se tivesse sido atropelado e com um pouco de dor.

— Eu falei que tudo ia dar certo. — Respondi e segurei sua mão. — Agora é questão de tempo para estar recuperado o suficiente para ir embora, e continuar o tratamento em casa. 

— Você vai cuidar de mim, não vai? — Ele perguntou e fechou os olhos. — Igual eu cuidei de você, quando fez aquela lipoaspiração na barriguinha? — Falou igual uma criança e sorriu.  

— Não sei, Jaebeom. Nós nem moramos mais na mesma casa? — Comentei enquanto lembrava dos dias em que ele cuidou de mim.

— Mas não foi ontem que você tirou os pontos? — Perguntou e abriu um pouco dos olhos. — Ficou até fazendo dancinha em frente ao espelho. 

— Isso não foi ontem, Jaebeom. — Respondi rindo baixo. 

— Não? E quando foi? — Me encarou e depois fechou os olhos de novo. 

— Foi á quatro anos. — Falei e escutei ele gemer. — O que foi. Está sentindo alguma coisa? 

— Essa luz está forte e me deixa um pouco tonto. 

— É a luz da janela. Quer que eu feche as cortinas?

— Não, assim eu não vou conseguir ver se rosto. — Ele começou a piscar e abrir um pouco os olhos. — Nosso quarto está diferente. — Olhou para alguns pontos do quarto.

— Não estamos em casa?

— Não, nós estamos em um hospital. — Respondi, e segurei um pouco mais forte a sua mão. — Você levou um tiro, enquanto estava trabalhando em Daegu. Mas agora estamos em Seul. 

Vida DuplaOnde histórias criam vida. Descubra agora