"totalmente vulnerável"

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Entre suspiros, os dois esperavam quietos. Suas mentes estavam tão inquietas que se pudessem ser ouvidas, a sala já estaria explodindo de tanto barulho. Cole, pensava no que poderia ter acontecido e porquê os geradores não haviam funcionado, além de pensar na proximidade que estava com Lili. Após os acontecimentos dos dias anteriores, a situação e a rapidez que tudo ocorreu, foi demais para os dois. 

Lili pensava em como estaria sua Grace e como essa proximidade entre os dois, iria deixar o clima estranho. Só desejava uma luz para que pudesse ler pelo menos, assim não ficaria somente ouvindo sua voz interior lhe dizer "Olha só, tá vendo o que você fez. Foi tão burra que deixou o clima estranho pelo que aconteceu no carro. Você poderia estar conversando tranquilamente agora, mas só faz merda. Está na cara que ele está desconfortável, não percebe? Ele não se sente bem com você, afinal, quem sentiria?".

Sua ansiedade era cruel. Lhe castigava todos os dias, por toda e qualquer situação. Umas menos que outras, mas sempre havia alguma coisa. Ela estava tentando se controlar para não ter uma crise, que na sua cabeça, destruiria sua reputação e seu emprego. Cole estava junto a mesma e sentiu os tremores, pensou que estava com frio. 

Cole- Está tudo bem, Lili? Quer meu paletó? Parece que está com frio. 

Lili- n...não. Obrigada Cole, mas estou bem- Sua voz saiu fraca, embargada e era perceptível o nervosismo. A ansiedade saiu vitoriosa e havia tomado conta de sua mente e de seu corpo, deixando ela totalmente vulnerável. 

Cole- Lili, sei que não te conheço totalmente, nem tenho essa intimidade mas pode falar comigo se quiser. Por que está assim? Está nervosa por estar presa aqui?

Lili se viu em uma situação complicada, mas optou por se deixar relaxar nos braços de Cole e lhe falar que era mais uma de suas crises de ansiedade que iria logo passar. Ele pediu permissão a mesma para passar as mãos nos cabelos dela, que cedeu. Depois de um tempo, sua respiração já estava controlada e os tremores haviam passado. Resolveu checar o celular, para ver como estava, viu seu rímel todo borrado e deu risada de si mesma, fazendo assim Cole dar um pequeno sorriso. 

Lili- Meu Deus, eu estou um horror. 

Cole- Para mim, você continua linda. 

Cole, segura essa língua. Ela tentou se conter mas esboçou um sorriso brilhante que atingiu o peito dele como uma flecha lançada com perfeição ao alvo. Murmurou um "obrigada" e pegou lencinhos umedecidos para limpar sua maquiagem borrada. O clima havia melhorado e o fato de estar com ele assim, tão perto, já não a incomodava tanto. Para matar o tempo resolveram tentar jogar  adedonha e snaps, até que passaram a simplesmente conversar. 

Os jogos haviam perdido a graça e já era madrugada, para ser mais precisa, 02:35. Ainda um pouco inseguro com a situação, Cole tentou se desculpar novamente. Sua cabeça estava lhe dizendo que aquilo não tinha desculpa e nem conserto, mas na verdade a mulher já havia perdoado desde que saíra do carro aquele dia. 

Lili- Pode relaxar, não tem nada do que se desculpar comigo. Os dois tomaram muito champanhe e estavam com os ânimos exaltados. Tudo bem, sério. Mas Cole, preciso te dizer uma coisa...

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