I do not remember

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Parei o carro em frente ao hospital, era o lugar onde eu mais ficava, antes de abrir a porta e sair do carro eu respirei fundo, porque eu sabia que depois de quatro anos naquela cama ela poderia ter sequelas, mas eu não queria pensar nisso. Eu apenas quero ver a minha Victoria, esperei quatro anos e esses míseros minutos esta me matando.
Passei pela recepção sentindo que a cada passo meu coração batia mais rápido, minha boca secava e as minhas mãos tremiam, cheguei em frente ao quarto quatro que por quatro anos foram meus pesadelos, agora ela iria sair aquele lugar.
— Doutor Jeon ?
Me virei vendo o Doutor Park.
— Eu não tinha dúvidas que você seria o primeiro a estar aqui.
— Nem eu.
Murmurei olhando para a porta.
— Allan, ela acordou algumas horas.
Assenti.
— Doutor, eu preciso ver a minha namorada.
Respirei fundo abrindo a porta, então ela me olhou, como eu sentia saudades daqueles olhos, daqueles lábios e daquela mulher, minha vontade era de correr a abraçar ela, mas a minha única reação foi ficar parado olhando ela, abri minhas boca várias vezes mas nada saia.
— Baby ?
Sussurrei me aproximando, Victoria me encarava fixamente sentada naquela cama, mesmo depois de quatro anos ela continuava a mesma.
— Baby ?
Levei a minha mão até o seu rosto acariciando o mesmo lentamente.
— Você não tem noção da falta que me fez, Victoria eu quase morri sem você.
Ela me olhava sem nenhuma reação.
— Minha baby, eu não acredito que você esta aqui.
— Desculpa, mas eu não me lembro de você.
Ela disse em um sussurro, senti um nó se formar em minha garganta.
— Eu não me lembro de nada, desculpa.
Me afastar sentindo o meu coração bater fe uma forma assustadora, ela me olhava de forma curiosa, enquanto os meus estavam cheios de lágrimas.
Abri a porta dando de cara com o doutor Park, fechei os meus olhos derramando minhas lágrimas, como eu não pensei nisso antes ?
— Eu tentei te avisar.
Park disse batendo em meu ombro.
— Eu sinto muito Jeon, mas ela tem grande chance de voltar ao normal, a sua Victoria vai voltar.
Nada naquele momento iria me animar.
— Ela vai para casa, eu só preciso ver os exames.
Assenti limpando as lágrimas. Olhei para a porta eu estava sem coragem de entrar ali, porque eu sei que a culpa é minha, e vou me culpar pro resto da vida. Balancei a cabeça abrindo a porta novamente, depois de tentar voltar ao normal.
— Me desculpa.
Ela me encarou triste.
— Eu não queria causar aquilo em você.
Neguei me aproximando.
— Não foi sua culpa baby, eu estou aqui para cuidar de você como sempre fiz.
Ela sorriu olhando para o chão.
— Você gosta de mim ?
Era estranho saber que o seu corpo estava ali, mas a minha Victoria não.
— Gosto, eu gosto muito de você.
Peguei em sua nuca olhando em seus olhos.
— Nós tínhamos alguma coisa ?
Assenti.
— Sim, meu amor.
Encostei nossas testas.
— Como eu queria que você se lembrasse de mim.
— Eu também queria lembrar, eu realmente queria.
Sorri beijando a sua cabeça.
— Como você se chama ?
Droga, aquilo era muito horrível!
— Allan, Allan Jeon.
Ela assentiu sorrindo.
[...]
Abri a porta do carro ajudando a Victoria a descer do mesmo, ela caminhava lentamente e claro eu estava ali lhe ajudando para que nada acontecesse. Assim que o elevador abriu, peguei as chaves no bolso abrindo a porta, Victoria olhou cada parte do apartamento onde ela passou meses aqui comigo, era como se ela nunca estivesse ali.
— Papai, papai ?
Ha-na correu em minha direção. Droga, o que eu iria falar para a minha pequena ?.
— Meu amor.
interrompi Ha-na pegando a mesma no colo.
— Mamãe ?
Aquilo foi tarde demais, Victoria arregalou os seus olhos ao ouvir aquilo.
— Mamãe voltou.
Ela disse correndo em sua direção, e abraçando sua perna como se sentisse saudades da mãe a muito tempo. Victoria ficou de joelhos olhando a nossa filha, era como se ela quisesse se lembrar de tudo, então um sorriso apareceu em seu rosto e a mesma abraçou a Ha-na que estava animada ao ver a mãe.
— Mamãe, eu não acredito que esta aqui.
Ela disse ainda em seus braços.
— Meu amor, esta na hora de você ir para a cama.
Ha-na fez biquinho.
— Eu ja vou ir te dar boa noite.
Ela assentiu indo até o seu quarto.
— Uma filha ?
Ela disse seria.
— Tínhamos mesmo alguma coisa.
Assenti me aproximando.
— Ha-na é nossa filha e ela tem quatro anos, e sempre ia te visitar comigo.
Victoria abriu um enorme sorriso.
— Ela é a coisa mais linda.
Assenti.
— Ela é um anjo. Eu vou conversar com ela, ela precisa entender.
Victoria suspirou.
— Mas antes você precisa tomar um banho e ir para a cama.
Enquanto Victoria se dirigia até o banheiro, eu fui até o quarto da Ha-na. Abri a porta e ela estava de preparando para dormir, assim que me viu sorriu e se sentou na sua cama rosa.
— Bolinha.
Falei me sentando ao seu lado.
— Oi papai.
Ela me olhou atenta.
— Lembra que a mamãe ficou dormindo por bastante tempo ?
Ela assentiu.
— Então, isso trouxe alguns problemas para ela, a mamãe não se lembra de nada meu amor.
Ha-na franziu a testa.
— Ela não lembra de mim ?
Droga! Aquilo estava sendo mais difícil do que imaginei que seria.
— Mas, ela vai se lembrar meu amor, é so por um tempo e logo a mamãe vai estar aqui novamente.
— Vai demorar papai ?
Neguei beijando a sua cabeça.
— Espero que ela volte logo.
— Eu também minha bolinha.
Ha-na me abraçou se jogando na cama.
— Boa noite meu amor, papai te ama muito.
Cobri o seu pequeno corpo como sempre faço.
— Também te amo papai.
Ela disse fechando os seus olhos.
— O que aconteceu com ela ?
Debora perguntou assim que fechei a porta.
— Aquela não é a minha melhor amiga.
Os seus olhos estavam cheios de lágrimas.
— Eu sei, ela perdeu a memória mas o médico disse que ira voltar.
Abracei Debora.
— Passei quatro anos longe dela Allan, eu não posso esperar mais.
Sorri.
— Vamos Debora, ela vai voltar.
— Promete ?
Assenti.
— Prometo De.
Ela assentiu.

Aftermath of a night!Onde histórias criam vida. Descubra agora