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(oi, eu espero que dê pra entender ordem cronológica da história. alguns dialogos sobre a guerra obviamente aconteceram no passado, nem me liguei pra usar outra fonte ou datas, mas vou fazer isso a partir de agora. Todas as conversas que não acontecem no presente vão estar com uma fonte diferente :)

***

- Isso não é estranho pra você?

- É pra você?

- Não sei.

- Foram 3 anos direto de combate, você pode ter perdido a manha.

- Manha de que?

- De conviver com pessoas...

- Eu convivi com pessoas nesses anos de guerra.

- Conviver com pessoas fora de perigo estou dizendo.

- Ah, então não.

- Então é estranho pra você.

- Sim... Sam você não perdeu ninguém na guerra?

- Perdi meu pai antes de me alistar.

- Sinto muito.

- Tudo bem.

- Eu ainda não entendi.

- O quê?

- Por que você ta fazendo isso. Me convidando pra entrar na sua vida-

- Isso de novo? Bucky, não sinto pena de você se é o que tá pensando.

Bucky ainda se sente confuso quando está de pé no meio da casa de Sam. Seu primeiro dia lá e ele não sabe o que fazer ou o que falar para mostrar o quanto está grato.

- E não precisa ficar na defensiva comigo o tempo todo, já estou me acostumando com o seu jeito e quero que você se acostume com o meu jeito, se acostume comigo.

*****

- Por que estamos aqui? - Sam pergunta quando os dois já estão fora do carro olhando diretamente para uma paisagem maravilhosa.

- Eu vinha aqui pra ficar sozinho, quando brigava com o Steve e não tinha mas ninguém pra conversar. - Bucky responde sem manter contato visual ou corporal. Apenas se mantem parado com as mãos no bolso de sua calça de moletom.

- Você não vai me jogar daqui, né? É um penhasco insano. - Sam brinca tentando descontrair.

- Sim, você acertou. - Olhos azuis retribui sua piada. - Sobre o que a gente falou no outro dia, Sam...

- Eu sei.

Sam quer que Bucky se sinta confortável e sabe que conversas sérias o deixam nervoso. Não falar sobre não resolve, mas se Bucky prefere assim, ele respeita. Então se ele não quer falar sobre, Sam não vai insistir e acabar com o assunto de vez é uma maneira de deixar Bucky confortável. Mas dessa vez, Bucky age diferente.

- Não. Você está certo. - Olhando para o moreno dessa vez, ele admite o óbvio. - Como sempre costuma estar. Eu tento me redimir com as pessoas que perderam alguém importante para me salvar. Eu tento provar que o Steve não fez isso em vão, mas eu não gosto de quem eu me tornei.

- Você também perdeu ele, Bucky. Não foi só os pais dele. Você perdeu sua família, sua casa, sua vizinhança. Você não deve achar maneiras de deixar os outros felizes, você devia ser feliz. - Sam desabafa.

- Você é a única pessoa que me faz feliz. Quando olho pra você, eu não lembro dos tempos difíceis. - Bucky lhe mostra um sorriso meia lua. - Você me deu mais do que uma casa, quero que saiba que sou grato por isso.

- Também sou grato pela nossa amizade.

- Na primeira semana que fiquei na sua casa, eu vim aqui. Eu pensava realmente que você tinha pena do soldado ridículo que salvou. Eu estava tão perdido e você soube exatamente o que fazer.

- E eu ainda sei, cara. Fico feliz que você confie em mim o suficiente, do seu jeitinho.

Os dois se olham amigavelmente e depois de um tapinha nas costas de Bucky, Sam retorna para o carro e o outro ainda fica para trás.

Como alguém que queria muito fazer uma coisa mas não tivesse a coragem necessária pra fazê-la.

- Você não vem, Buckyzinho? Tá ficando frio aqui fora. - Sam o chama do jeito que Torres o chamou mais cedo, para provoca-lo e Bucky sorri desconcertado.

- Vai se ferrar, não me chama assim.

No carro eles continuam ouvindo a playlist country de Sam. O clima está agradável.

- Iai, já decidiu o que vai fazer com o barco?

- Eu só não queria vender, é a herança dos nossos pais e-

- Entendo, mas a Sarah é persuasiva.

- É. Não faça o que ela quer e você verá o probelma que vai se meter.

- O que sua advogada tem a dizer sobre isso?

- Você está perguntando indiretamente sobre a Wanda, Bucky? - Sam provoca com seu sorriso cínico de sempre.

- Lá vem você com essa história. Quer saber, eu acho que ela está afim é de você.

- De mim? - Sam pergunta surpreso.

- Sim, eu acredito mesmo.

- Por que ela se interessaria por mim?

- Porque você é um cara divertido, responsável e bonito.

- Eu sou bonito é? - Continua a rir.

- O que eu estou dizendo é que você é solteiro e ela também é. Qual o problema?

- Não sei. Ela perdeu o marido tem pouco tempo.

- Ela era casada?

- Sim. Ele morreu de uma doença... esqueci qual era.

- Nossa, não sabia.

- Pois é, você devia ser educado com ela de vez enquando.

- Uma coisa não tem nada haver com a outra.

- Ela me disse que você é muito ciumento comigo.

- É? E o que ela sabe sobre mim? Sobre nós?

- Calma aí, não quis te irritar.

- Você nunca quer.

- Por que você fica tão nervoso quando falamos sobre outras pessoas?

- Você quer me ouvir dizer?

- Por favor!

- Sim, Samuel eu tenho ciúmes de você!

Sam cai na gargalhada e Bucky fica mais vermelho que um tomate com a cara amarrada.

****

- Sam? Sam? Droga, você pegou aquele papel que estava em cima da mesinha da sala, cara ?

Bucky está a procura de uma anotação e não encontra de jeito nenhum. Vai atrás de Sam em seu quarto para perguntar sobre o papel.

- Sam- Ao entrar no quarto se Sam sem bater, Bucky encontra Sam adormecido completamente nu. Apenas com um fino cobertor cobrindo metade de suas pernas.

Bucky trava e fica ali parado, olhando para onde ele não sabe explicar onde. Sam consegue ser mais adorável ainda quando dorme de com seu rosto meio enfiado nos travesseiros. Mas essa cena não é a única que prende a atenção de Bucky. Vê sua bunda descoberta era diferente do que ver o peitoral definido de Sam, coisa que ele via sempre, pois o moreno costuma andar apenas de calça ou bermuda pela casa.

Ainda sem fazer ligação com o episódio que aconteceu onde ele fica duro sem querer, Bucky sente a mesma sensação desse dia que viu Sam dormindo.

Say it all - sambuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora