Spencer Gale senhores. O atleta popular da Donnavan estava com a mão estendida para mim. Quando aceitei a ajuda e o contato físico se concretizou comecei a acreditar no que estava acontecendo. Ainda meio confuso vi a Corrine se aproximando de nós com os olhos marejados. Ela não se conteve e me abraçou com cuidado, deixando que as lágrimas rolassem sem escrúpulos. E foi aí que todas as minhas preocupações cessaram. Retribui o abraço depositando milhares de beijos no alto de sua cabeça, me comovendo junto dela.
Ficamos entrelaçados por alguns minutos e a garota não parava de pedir desculpas. Tentei acalma-la dizendo que estava tudo bem, mas ela continuou com a cena. Acariciei suas madeixas e sorri sentindo seu cheiro doce, o qual não sentia há quase uma semana. Com minha mão livre levantei seu rosto e sequei seus olhos molhados, que saudade eu estava daquelas safiras verdes brilhantes. O sorriso de ambos foi imediato e ela se inclinou para me beijar.
- Que tal os pombinhos deixarem as carícias pra depois? - o Gale se manifestou.
- Não dá irmãozinho, ficamos longe tempo de mais - a garota o olhou me dando um último selinho - E é tudo culpa sua!
- Ei! Posso me explicar? - ele se defendeu com uma careta.
- Tudo bem, manda ver - ela piscou para o garoto enquanto entrelaçava nossos dedos.
- Tá eu nem sei por onde começar - o loiro desviou o olhar - Antes de tudo Thomáz, desculpa! - vi sinceridade em sua fala e o quanto parecia arrependido.
- Eu não escutei, poderia repetir? - brinquei quebrando um pouco a tensão do momento.
- Idiota! - nós rimos - Eu não lembro do que aconteceu na festa, pelo menos não da parte que nós brigamos. Acho que eu estava um pouco grogue - ele continuou meio envergonhado.
- Um pouco? - deixei escapar.
- Sanchéz, não amola!
- Ok, já parei.
- A Corrine ficou furiosa comigo depois de ver o vídeo. Ela foi embora da festa àquela hora e não sabia que tínhamos brigado.
- Eu podia ter te dado uma surra se a nossa mãe não tivesse me impedido - seu olhar flamejante atingiu o irmão.
- Enfim, eu não sabia que tinha te machucado de verdade até te ver na escola.
- Olha, se serve de consolo você não foi o único responsável. Eu caí com o ombro num desnível do chão, então tecnicamente a culpa é dele - zombei do fato.
- Pode até ser, mas fui eu que te empurrei - sua voz tinha começado a ficar carregada.
- Não fique pensando nisso tá? Acidentes acontecem e como você mesmo disse, nem sabia o que estava fazendo - sorri sincero para ele.
O loiro retribuiu o sorriso e continuou a falar - Bom, mesmo com o baque eu ainda estava um pouco bravo e não deixei nem a Corrine voltar a falar com você.
- É e eu não tinha nem celular pra te mandar uma mensagem escondida - ela fez beiço. Depois de admitir aquilo senti um peso saindo de dentro de mim. Ela não tinha ficado tão chateada quanto eu pensava.
- Depois de refletir no assunto, cheguei a conclusão de que você não seria capaz de ter feito aquilo pra minha irmã. Aí na terça já não estava mais com raiva, mas sabe o jeito que sou né, orgulhoso ao limite.
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Mexicano
Teen FictionThomáz Sánchez, um quase formado estudante de ensino médio. O último ano promete festas, brigas, amores e, quem sabe, uma amizade improvável.