Café e Pão de Queijo

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De verdade, acho que todos os alarmes conspiravam contra mim. E não era só o meu, eu sabia que poderia acontecer de eu não acordar apenas com o toque do meu celular e pedi que a Rose colocasse o dela despertar também. Resultado: não despertou. A Tia Kelly teve que vir bater na porta para nos acordarmos.

Foi uma correria para ajuntar todos os nossos pertences, ainda que não tínhamos acordado em cima da hora. O voo estava marcado para às 8h, mas como precisávamos chegar lá com 1h de antecedência, iríamos tomar café no próprio aeroporto.

A família toda levantou para nos despedirmos. O Tio Juan iria nos levar, até porque ele tinha sido nosso motorista desde que chegamos ali. Carregamos as bagagens para o carro e começamos com a sessão abraços. Antes de embarcarmos, conferimos os documentos e seguimos viagem.

O feriado tinha sido proveitoso, estreitamos os laços com nossos familiares mesmo no pouco tempo em que estivemos juntos. Era diferente quando se tratava do mesmo sangue, podíamos ficar anos sem nos vermos, mas o tratamento continuava igual quando nos reencontrávamos. Assim que chegamos ao nosso destino, era hora de dizer tchau ao Tio Juan. 

- Cuida bem do pessoal aqui viu, principalmente da mamãe! - a Tia Kelly foi a primeira a dar um abraço no irmão.

- Sem dúvidas! Esqueci de contar que, se o aumento prometido para o ano que vem acontecer, eu vou conseguir comprar uma casa! - ele parecia animado com a notícia.

- Sério?! Isso é ótimo! Sabe que se precisar de alguma ajuda é só ligar pra mim.

- Vou pensar na sua proposta - ele sorriu.

- E eu vou querer uma celebração na nova casa com comidinhas da Tia Kelly - a Rose se manifestou.

- Ei, eu também sou o cozinheiro da família - brinquei.

- É, agora eu e o Thomáz somos uma dupla - a mulher ao meu lado me abraçou com um dos braços.

- Viu só - olhei debochado para minha irmã.

- Tá eu como da sua comida também - ela cruzou os braços e revirou os olhos.

- Então gente, boa viagem pra vocês e avisem quando chegarem - ele soltou enquanto nós acenávamos.

Quando ele se foi, nos dirigimos às plataformas de check-in e deixamos tudo certo para o embarque. Com o tempo que nos restava rumamos para os quiosques de café e aproveitamos para pegar um lanche. Sentamos em uma mesa que ficava no corredor e nos concentramos nas inúmeras opções que tinha no cardápio.

Eu era péssimo em tomar decisões rápidas, principalmente em escolher algo para comer. O momento era de preparo físico para a competição de natação, então não podia ser nada muito gorduroso. Eu sei que lá de vez em quando podia sair da linha, mas o problema de quando eu saía, era difícil manter o foco. Tá que eu era um tanto chato nesse quesito, culpa do meu treinador. Ele era um tanto competitivo demais e queria todos os seus alunos o mais apto possível para as provas.

Enquanto eu considerava essas coisas e ponderava acerca das minhas possibilidades de ingestão, fiquei cuidando uma mulher com o filho pequeno ao lado que estavam fazendo o pedido no balcão. A moça que os atendia sorriu e pôs algo em uma sacola, era um pão de queijo, pequeno e fofinho. Fazia muito tempo que eu não comia aquele aperitivo e resolvi aderir à mesma escolha.

As garotas acharam uma ótima ideia e me acompanharam no pedido. O café também não podia faltar, os copos de isopor vieram cada um com nossos nomes. A Rosalee não podia deixar de registrar o momento e, na hora da foto, percebi minha cara inchada de sono. Provavelmente depois do treino eu iria desmaiar na cama.

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