Capítulo 5

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Capítulo 5

Espanto. Foi o que Betinho sentiu ao ver Matheus entrando na pizzaria.
O loiro entrou sério ignorando a presença de Betinho e se aproximou de Rafael.
_ Boa noite, Rafael, o Jonas está?
_ Boa noite, Matheus. Está sim. Ele está no escritório.
_ Eu gostaria de falar com ele.
Rafael foi até o escritório anunciar a presença de Matheus. Estava curioso para saber o que ele queria falar com Jonas.
_O Matheus?! O que ele quer comigo?
_ Eu não sei. Mas, confesso que estou curioso.
Assim que Matheus foi autorizado a ir ao escritório de Jonas, Betinho pôs as mãos nas cadeiras e disse:
_ Eu não acredito que essa bicha vai trair o meu amigo.
_ Do que você tá falando, Betinho?! Que absurdo!
_ Não é absurdo nenhum. Agora que o Patrick está inválido, é lógico que a Matheuzona, cheia de fogo no cu, vai correr atrás de outro macho. E por que não o Jonas? Afinal, quando o mel é bom a abelha sempre volta.
_ Você está dizendo bobagens.  Deixe ser tão venenoso. E  vê se não vai encher os ouvidos do Patrick com esses venenos. O cara já está mal com tudo que aconteceu e se ficar falando essas merdas só vai piorar a situação dele.
_ Não é justo que ele sacaneia o meu amigo.
_ Não é justo você parar o trabalho para falar bobagens.

Jonas olhou para Matheus espantado. Levantou-se da cadeira e esticou o braço para cumprimentá-lo.
_ Boa noite, Matheus.
Matheus devolveu o cumprimento.  A sua expressão era séria.
_ Eu vim agradecer pela ajuda que nos deu com as despesas da internação do Patrick.
_ Não precisa agradecer. Patrick é uma pessoa muito especial pra mim. Como ele está?
Matheus abaixou a cabeça entristecido e respirou fundo, tentando recuperar o equilíbrio emocional.
_ Ele não...ele não vai mais...
_ Eu estou sabendo. Sinto muito._ Jonas havia percebido a tristeza de Matheus e quis interrompê-lo para que ele não precisasse completar a frase.
_ Então, eu vou direto ao ponto: Quanto te devo?
_ Como assim?!
_ Eu quero saber o valor total do que você gastou com as despesas do Patrick e o número da sua conta. Agora mesmo eu faço a transferência.
_ Não precisa se preocupar com isso eu...
_ Eu preciso sim! Faço questão de quitar cada centavo.
_ De verdade, Matheus, não precisa se preocupar eu fiz de coração.
_ O Patrick é assunto meu. Eu sou o marido dele e cabe a mim  arcar com as despesas.
Matheus ergueu o nariz, expressando o seu orgulho, junto com um olhar sério.
_ Eu acho que...
_ Jonas, por favor, não insista.
_ Tudo bem. Se assim que você quer. Se for melhor pra você, pode pagar parcelado.
_ Eu tenho dinheiro para pagar.
Jonas não quis insistir para não ofender Matheus. Passou o valor gasto e Matheus transferiu o valor para conta de Jonas.
Agradeceu ao ex-namorado antes de sair da pizzaria. 
Caminhou com a cabeça erguida. Não se importava de ter zerado todas as suas economias. Sentia-se bem por não dever nada a Jonas e por ter feito algo pelo marido.
Dirigia de volta para casa desolado. Lamentava consigo por não ter feito nada para impedir a saída de Patrick naquela noite.
Sabia que havia sentido um presságio e nada fez para evitar a tragédia. Sentiu-se culpado por não ter ido levar e buscar Patrick no seu carro.
Não aguentando o peso da tristeza, estacionou o carro e desabou a chorar. Soluçava em prantos, socando o volante.
Desejou que tudo aquilo não passasse de um pesadelo. Sentiu-se inútil por não poder fazer nada pelo companheiro.

Quando o celular de Jonas anunciou uma notificação de mensagem, ele se viu espantado com o  inesperado mensageiro.
Fixou bem o olhar sobre a tela para ter certeza de quem se tratava. Sim! Era ele mesmo. O belo garoto de aparência asiática.
Dani o havia chamado via direct.
Iniciou a conversa com um "oi" e se apresentou como o estagiário de Bruno.
_ Então, amanhã é o aniversário do Bruno e estou planejando fazer uma festinha surpresa para ele aqui na redação. Eu gostaria de saber se você quer participar? Não precisa se preocupar com nada. Eu já comprei tudo.
Só tomei a liberdade de concluir que a sua presença agradará muito o chefinho.
Jonas bateu com a mão na testa. Devido ao excesso de trabalho e o atentado que Patrick sofreu, havia se esquecido do aniversário do marido. Respirou aliviado pela proposta de Dani e agradeceu pela dedicação com Bruno.
Jonas aproveitou o horário do almoço e foi até uma concessionária, onde comprou um carro novo para o marido.
Bruno vivia reclamando da falta de atenção que recebia de Jonas. E esse, achou que um carro novo melhoraria o humor de Bruno para com ele.
No dia seguinte, quando chegou na redação, Bruno foi surpreendido com o local decorado com balões coloridos, faixas o parabenizando  e uma mesa com bolo, doces, frutas diversas  e salgadinhos sortidos. Como estavam num ambiente de trabalho, Dani achou mais adequado não comprar bebidas alcoólicas, optando por refrigerantes e sucos.
Ele organizou tudo e arcou com as despesas. Fez  questão de dedicar o melhor para agradar o chefe.
A alegria de Bruno foi expressa num sorriso e o brilho no olhar quando todos cantaram Parabéns para você, batendo palmas.
Ao ver Jonas, pulou em seus braços de felicidade.  Como o marido vivia ocupado e não o parabenizou pela manhã, havia concluído que Jonas esquecera do seu aniversário.
Ficou ainda mais feliz quando Jonas fechou os seus olhos e o conduziu até a garagem do prédio. Ao ver o carro novo com um grande laço, pôs as mãos na boca.
_ Eu não acredito!
_ Você merece. Me desculpa por não ser o marido que esteja a sua altura. O aniversário é seu, mas o presenteado sou eu com a sua companhia. Eu te amo muito, Bruno. Você não tem noção do quanto me faz bem.
_ Ah, Jonas! Eu te amo tanto!
Bruno pulou nos braços de Jonas e o beijou.
Todos aplaudiam, em especial Dani, sorria para esconder a inveja.
Sentiu um ódio feroz desejando ser ele o presenteado com o carro branco.
Jonas anunciou que à noite os dois iriam   jantar no restaurante da preferência do marido, deixando Dani ainda  mais furioso.
_ Vocês são tão lindos juntos! Ah, meu coração até derrete de tanto quentinho._ disse o estagiário, abraçando Bruno.
A festinha seguiu alegre. Bruno estava muito feliz.
Jonas já conhecia muitos funcionários do marido e ficou extrovertido conversando com eles.
O fato que o chamou a atenção foi quando estava saindo do banheiro e foi abordado por Dani, que estava encostado na parede.
_ E aí? Quer?_ disse o olhando de um jeito malicioso.
Dani esticou uma banana para Jonas que recusou agradecendo.
_ Ah, que pena! Está uma delícia.
O rapaz a descascou e levou a boca carnuda e avermelhada. Fechou os olhos e mordeu a banana de um jeito sexy, assemelhando a um sexo oral.
Jonas respirou fundo,  pondo a mão sobre o pênis, tentando conter, inutilmente, a ereção.

Borboletas sempre voltam 2Onde histórias criam vida. Descubra agora