Capítulo 26

77 4 1
                                    


_Querido, me passa o pedaço de bacon, que está dentro da tupperware vermelha. Eu vou por na panela para assar junto com a carne.
Renata pedia a Patrick, enquanto cozinhava e ele limpava a geladeira.
_Bacon na carne! Fica gostoso, sogrinha?
_ Fica uma delícia! Você vai experimentar. Eu garanto que você não mais querer saber de comer carne assada feita de outro jeito.
_ Bom, se você tá falando, eu confio.
O relógio batia 11 horas da manhã e Renata preparava o almoço de domingo. Ela estava muito feliz, pois receberia o namorado para almoçar e passar o dia com ela em sua casa. Matheus aproveitou o único dia de folga para dormir até um pouco mais tarde. Como Patrick não gosta de ficar deitado por muito tempo se ofereceu para ajudar Renata limpando a geladeira.
_ Aproveita, amor, e  me passe a alface, cebola roxa, tomates cerejas e duas cenouras. Enquanto a carne vai assando, eu vou fazendo uma saladinha. Sabe, eu fico tão feliz que agora tenho você como companhia para comer legumes e verduras. Matheus mesmo detesta essas coisas. Aí sempre estragavam, porque eu não dava conta sozinha.
_ Matheus tem mesmo o paladar infantil.
_ Mas, a culpa é minha. Hoje eu morro de remorso por isso. Quando ele era bebê a Marília dava essas coisas pra ele, aí cresceu um pouquinho começou a fazer birras e eu acabei parando de dar legumes e hoje ficou do jeito que está,  se alimentando mal. Marília fala na minha cabeça até hoje: "você deveria ter forçado até o menino se acostumar."
Matheus entrou na cozinha ainda vestido com o pijama e o rosto inchado de tanto dormir.
_ Oh, filho, já acordou, meu amor! Eu vou fazer um cafézinho pra você.
Ele parou e olhou espantado para Patrick.
_ O que você está fazendo?
_ Limpando a geladeira.
_ Mas você pode ficar resfriado com essa friagem!
Patrick o olhou demonstrando desaprovação do excesso de proteção do marido. Matheus entendeu o sinal e abriu os braços.
_ Tudo bem! Eu não falo mais nada.
O loiro deu um selinho em Patrick e um abraço e um beijo no rosto da mãe.
_ Tá em casa, véia! Que milagre! Agora você não sai da casa do Wilson. Até parece que não tem casa.
_ Oh, mô pitico, tá com ciúmes da mamãe?
_ É...não vou negar não. Eu gosto do Wilson, tô feliz porque você tá feliz, mas eu tô com um pouco de ciúmes sim.
_ Não se preocupe,  meu amorzinho. Eu posso me apaixonar, namorar e até casar, mas o único homem da minha vida é e sempre será você._ ela o beijou no rosto.
_ Hoje é o Wilson  que vem almoçar aqui. Por isso que a sogrinha está caprichando no almoço.
Renata parou de cortar as verduras, bateu na testa como se recordasse de algo.
_ Gente, esperem aqui que tenho um presentinho pra vocês._ Renata saiu correndo da cozinha.
Matheus pôs uma cadeira atrás de Patrick, sentou e o abraçou por trás beijando o seu pescoço.
_ Ai, príncipe! Eu tô ficando todo arrepiado!_ Patrick disse sorrindo, sentindo o corpo inteiro ser dominado pelo tesão. Sentia-se molhe, quando Matheus deslizou os dedos por sua nuca, penetrando nos cabelos, os puxando para trás e o beijou.
_ Uma hora dessas e vocês já estão pegando fogo!_ brincou Renata, fazendo Matheus sorrir e Patrick ficar envergonhado.
Ela entregou  a ele duas blusas da seleção brasileira de futebol.
_ Eu estou vendendo na loja. Só essa semana esgotou tudo. Ainda bem que eu separei as de vocês.
_ Ah, obrigado, sogrinha.
_ Eu não sei se quero usar não, mãe. Eu não quero ficar parecendo um gado.
_Gado coisa nenhuma! Agora mesmo é que temos usar. Essa é a representação da nossa seleção brasileira, isso aqui não é suástica. E além do mais, eu quero ver todos lindos de verde e amarelo para assistirmos o primeiro jogo da nossa seleção. O Wilson convidou todo mundo para assistir lá na churrascaria dele na sexta-feira.
_ Ah, é! Será que este ano o Brasil leva o hexa?
_ Eu tô confiante que sim, genrinho. Eu estou muito animada para assistir esse jogo. Será Brasil versus Uruguai. O Wilson convidou a família inteira.
_ A família inteira incluiu o Judas do Bruno?
Renata respirou fundo e revirou os olhos para cima.
_ Sim, meu filho. Inclui o Bruno.
_ Ah, e por que ele convidaria  o Bruno? O Wilson é o meu aluno e namorado da minha mãe, não vejo sentido algum em querer agradar o Bruno.
_ Filho, o Wilson conheceu o Bruno aqui em casa no churrasco, depois fomos jantar na casa da Rose e lá ele fez amizade com o Bruno.  O fato de você não gostar do Buba, não significa que todo mundo não deva gostar dele também.
_ Cada um gosta de quem quiser. Mas, eu me recuso a estar no mesmo ambiente que aquela cobra.
_ Ah, Matheus não! De novo isso? Puxa, filho, a churrascaria vai estar lotada! Você não precisa ficar perto dele.
_ Só de respirar o mesmo ar que o Bruno, eu já sinto vontade de vomitar. Eu não vou.
Patrick bateu com as mãos nas pernas e disse:
_ Ah, Matheus, tem horas que eu me sinto um pedófilo por dormir contigo! Deixe de ser infantil! Puxa, custa você ir e curtir o dia com a sua família e fingir que o Bruno não existe? Eu quero ir assistir o jogo e quero fazer isso com o meu marido ao meu lado! A gente quase não fica juntos, porque você tem que trabalhar muito. Custa ficar comigo e com a sua mãe? Eu só quero ter o meu marido e a Renata o filho. Mas,  você não tá nem aí pra nós. Pra você o Bruno é mais importante!
_ Não é bem assim, paixão!
_ É como, então?
Matheus se viu em silêncio, não possuindo nenhum argumento como justificativa.
_ Tudo bem. Eu vou.
Patrick sorriu e o abraçou, envolvendo os braços no pescoço do loiro.
_ Esquece o Bruno e foque em mim, gatinho.
_ Hum! Essa proposta é irrecusável.
Renata assistia sorrindo o beijo apaixonado do casal.

Borboletas sempre voltam 2Onde histórias criam vida. Descubra agora