Tarde da noite, no silêncio de Nova York, o barulho do disparo ressoou.
Sua cabeça parecia girar, seu corpo parecia mais fraco e a vontade de chorar lhe consumiu por completo. Uma lágrima escorreu pela sua bochecha, sendo seguida de várias outras. Ela caiu sobre seus joelhos, a dor que sentia parecia ser física de tão aguda.
Não conteve o grito que seguiu seu choro silencioso. Aquilo lhe doía na alma. Largou o revólver no chão e observou o corpo estirado no chão sangrando. O tiro havia sido certeiro, Ava estava morta. E ela sem forças.
✯ Sara ✯
Acordei ofegante, o coração estava a mil. O sonho havia sido tão realista, que por um momento, aquele mesmo sentimento continuou depois que acordei.
Eu estava sozinha em casa, sozinha na cama. Lá fora caía um temporal incessante.
Me levantei, era por volta das 4 da manhã. Fui até a janela e pude ver alguns carros vagando pela rua. De algum modo, a vista da cidade me acalmava. Os prédios iluminados naquela escuridão da madrugada, os faróis dos carros ligados e o vidro embaçado pela chuva eram como uma terapia para mim.
Fiquei ali por um tempo refletindo.
Eu não havia feito nada com Ava, não havia tocado em um fio de cabelo seu e mesmo que fosse meu dever, não havia pensado em machucá-la. Mas um sonho, ou no caso um pesadelo, havia me deixado aterrorizada, com o coração palpitante e um medo misturado com receio em relação ao final do terceiro mês.
Eu não queria fazer aquilo. Pela primeira vez em sete anos, eu não queria entregar uma encomenda. Por mais que soubesse que isso poderia custar não só a sua vida, mas também a minha. Talvez eu estivesse disposta a isso.
Nunca fora meu plano morrer cedo, mas se for para continuar vivendo essa merda de vida, então que seja.
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- De mal humor logo cedo, Aves? - Falei assim que entrei em sua sala e a vi espragurjar alguma coisa - O que aconteceu? - Parei ao lado de sua cadeira e deixei um beijo casto em sua testa.
- A CIA vai trabalhar com a gente - Ela abraçou minha cintura, ficando de frente para mim.
Jurei que meu coração errou a batida.
- Não gosta dos agentes? - Perguntei, brincando com uma mecha de seu cabelo.
- Não é isso - Deu uma pequena pausa - O problema é quem chamaram para nos ajudar...
Antes mesmo que Ava tivesse a oportunidade de finalizar a frase, uma ruiva, com sardas que se destacaram na luz fluorescente entrou de repente na sala.
- Barbara Müller - Ava se virou para a mulher, me soltando - E vejo que a educação ficou em casa.
- Que isso, Aves? Há muito tempo deixamos as formalidades de lado...
- E há muito tempo voltamos à adotá-las - Ava falou afiada e a outra mulher revirou os olhos.
- Mas onde estão meus modos? - A ruiva me olhou de cima a baixo - Barbara Müller - Estendeu a mão.
- Sara Lance - Apertei a mão que me fora oferecida.
- Então, vai me apresentar ao resto da equipe? - Barbara desviou seu olhar para Ava, que assentiu e sibilou um ''claro''.
Toda a equipe estava reunida na sala de reuniões, aquela mesma em que eu fora apresentada quando cheguei aqui.
Snart, que até então estava vendo alguma coisa no celular, desviou sua atenção para Barbara, e revirou os olhos. Zari deixou o queixo cair, John a olhou perplexo e o resto da equipe agia normalmente, talvez com uma certa curiosidade para saber quem era a mulher.
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Encomenda
Roman d'amourMatar pessoas não é difícil. Difícil é se infiltrar no FBI para assassinar a diretora assistente. Sara Lance é uma assassina a sangue frio. É habilidosa, silenciosa e impiedosa. Ninguém sabe seu real nome a não ser seus amigos da Liga dos Assassinos...