✵ Chapter 12 ✵

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Ava

Dizem que decidimos se gostamos ou não de alguém em menos de 4 minutos, e pois é, infelizmente esse fato está correto.

Sempre achei ridícula toda essa coisa de paixão, porque sempre acaba ruim para um dos dois. Então, nunca me permiti apaixonar completamente, nunca me permitir me entregar por completo para alguém.

Mas alguns anos atrás eu conheci alguém, ela era fantástica, namoramos por 5 anos e então rompemos, e lá estava eu, quebrando a cara mais uma vez por tentar amar de novo.

Desde então, ignorei completamente a existência da minha vida amorosa e foquei apenas no trabalho. Se fosse para ter ou ser alguma coisa, que seja uma profissional bem sucedida.

Para o meu azar, depois de tantos anos tentando me privar do sofrimento, me apaixonei de novo, me apaixonei pela última pessoa por quem deveria, me apaixonei por Sara Lance, minha mais nova agente.

Sei que é clichê, mas ela é diferente, tem um mistério no olhar, que mesmo quando está me contando tudo, parece que ainda está escondendo alguma coisa.

-Oi - Sara disse me tirando de meus devaneios - Será que podemos conversar? - Pensando no diabo...

-Oi - ajeitei a postura - Entra.

-Eu queria me desculpar por aquele dia na minha casa... não era minha intenção - Ergui a sobrancelha - Na verdade, te beijar era, mas não era minha intenção deixar o clima estranho entre a gente... - Se sentou.

-Está tudo bem... nós estávamos bêbadas, todo mundo já fez algo desse tipo quando estava sob o efeito do álcool.

-Ah disso eu entendo - Ela riu - Já fiz muito mais do que só beijar alguém enquanto estava bêbada - Quase ri, de constrangimento - Você nunca?

-Uma vez.

-Você é santa demais - Eu ri - Isso me deu vontade de te levar para algum bar e te deixar bem bêbada. - Arregalei os olhos - Não! Não pra mim, só pra te ver pegando alguém enquanto está sob o efeito do álcool.

-Essa é umas das coisas que você nunca irá me ver fazer, Lance.

-Ficar muito bêbada ou pegando alguém?

-Os dois? - Sorrimos.

-Quer apostar? - Ela ergueu a sobrancelha.

-Você vai perder e sabe disso.

-Se eu ganhar, eu te levo para a melhor noite da sua vida.

-Fechado. E se eu ganhar?

-Te devo uma noite caseira, fazendo Deus sabe lá o que você goste de fazer.

-Se prepare para uma noite caseira, senhorita Lance.

-Prepare-se para a melhor noite da sua vida, Sharpe - Ela deu um sorriso cínico.

O restante do dia foi pacífico, nada de novo sobre o caso, nenhuma missão... apenas relatórios e mais relatórios, que resolvi rápido e fiquei de bobeira depois - na verdade, isso me deu mais tempo para pensar.

-Oi - Bati na porta da sala de Sara, que estava jogando cartas com Snart.

-Diretora Sharpe? - Sara sorriu - Não esperava que viesse aqui.

-Estava sem nada 'pra' fazer...

-E eu estou de saída - Snart falou já se levantando - Até mais, queridas.

Sara abriu a boca, talvez na tentativa de protestar contra a saída de Leo, mas desistiu logo em seguida.

Eu nem mesmo sei o porquê de estar aqui. Eu apenas vim. Não tinha motivo.

Bom, talvez tivesse...

-Whisky? - Ela ofereceu.

-Uma dose - Observei a sala - Conseguiu fazer uma boa coisa aqui.

-Fiz o meu melhor - Sorriu, me entregando o copo e sentando na mesa, ficando de frente para mim. - Então, veio aqui me falar que está pronta para perder a aposta, Diretora Sharpe? Se quiser, podemos chamar umas amigas...

-Tem uma coisa que não sabe sobre mim, senhorita Lance, é que eu nunca perco apostas - Me aproximei - E não perderei essa.

-Competitiva... gostei. Torna as coisas mais interessantes, já que odeio perder apostas.

-Bom, parece que somos duas competitivas viciadas em apostas.

-Pode ter a plena certeza disso. - Sorriu.

Qualquer pessoa poderia, facilmente, se apaixonar por Sara. Ela era tão incrível, descontraída, durona, mas ao mesmo tempo, doce, um sorriso incomparável e um olhar, que meu Deus. Ela era... perfeita.

-Sempre foi assim? - Perguntei, me sentando.

-Assim...como?

-Descontraída.

-Ah... não - Ela fez biquinho e sorriu - Eu costumava ser fechada, durona, o tempo todo. Principalmente depois que minha mãe e minha irmã faleceram. - Assenti, não querendo ter feito-a tocar no assunto da mãe e da irmã.

-Amor - Constantine abriu a porta.

-Oi Johnny - Sara desviou seu olhar do meu.

-Acho melhor eu voltar depois.

-Não precisa, pode falar.

-Depois eu te procuro, não é nada sério, amor - Saiu, fechando a porta.

-Vocês... - Fiz um gesto com a mão.

-Eu e o John? Não - Ela riu. - O Gary é mais o tipo dele.

-O Gary? O Constatine é gay?

-Bi.

-Eu pensava que ele era hétero.

-Querida, o jeito que eu conheço seus funcionários melhor do que você e em menos tempo...

-Eu pensei que ele estava afim da irmã da Zari.

-A Z tem irmã?

-Uhum, gêmea, Zari Tarazi. - Ela assentiu.

Que droga! Ela nem sequer precisava se esforçar para ser atraente e fazer eu perder o controle. Só seu olhar já podia fazer aquilo. Era como se ela pudesse ver a minha alma, de tão penetrantes que eram.

Eu realmente estou querendo ferrar com a minha vida.

Sara nem sequer é de Nova York, ela trabalha na Rússia, ou trabalhava, não sei. Só sei que seu tempo aqui era curto, era apenas o tempo de resolver o caso, e então tudo voltaria a ser como antes. Eu voltaria a ser simplesmente a diretora assistente do FBI, com casos "normais" a serem resolvidos e aquela trouxa que se apaixonou pela agente temporária, e ela uma agente russa.

-O que foi? - Perguntou, me tirando de meus pensamentos.

-Nada - Sorri.

Então era isso, eu estava oficialmente apaixonada por ela, e eu manteria isso apenas para mim. Ela pode ter me beijado, mas estávamos bêbadas, e ela não era do tipo de relacionamento, e sim do tipo que flerta com pessoas em bares, leva-as para a cama e depois nem sequer lembra do nome delas.

Eu não seria mais uma nessa lista.

A meta era manter isso guardado para mim, uma hora eu cairia na real e me desapaixonaria.

Afinal, nada dura para sempre.







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