𝐅𝐈𝐅𝐓𝐄𝐄𝐍; The Chamber Of Secrets

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Durante alguns dias, a escola praticamente não conseguiu falar de outra coisa a não ser do ataque à Madame Nor-r-ra. Filch o manteve vivo na lembrança de todos, perambulando pelo lugar onde ela fora atacada, como se achasse que o atacante poderia voltar. Emy o vira esfregando a mensagem na parede com Removedor Mágico Multiuso Skower, mas sem resultado; as palavras continuavam a brilhar na pedra, mais fortes que nunca. Quando Filch não estava guardando a cena do crime, esquivava-se pelos corredores, os olhos vermelhos, investindo contra estudantes distraídos e tentando impingir-lhes uma detenção por coisas do tipo “respirar fazendo barulho” e “parecer feliz”.

Ginny Weasley parecia ter ficado muito perturbada com o destino de Madame Nor-r-ra. Segundo Rony, ela adorava gatos.

— Mas você nem chegou a conhecer Madame Nor-r-ra direito — disse Rony animando-a. — Francamente, estamos muito melhor sem ela. — Os lábios de Ginny tremeram. — Coisas assim não acontecem todo dia em Hogwarts — tranquilizou-a Rony. — Vão pegar o maníaco que fez isso e mandá-lo embora daqui na hora. Só espero que ele tenha tempo de petrificar o Filch antes de ser expulso. Brincadeirinha... — acrescentou Rony depressa, ao ver Ginny empalidecer.

O ataque afetou também Emy e Hermione. Emy não sabia se Mione pensava o mesmo, mas ela se lembrava todo o tempo das palavras de Draco: "Vocês serão os próximos, sangues ruins".

A mesma pergunta sempre rodeava a sua cabeça. Será que ela seria petrificada? A resposta era que provavelmente sim. Também pensava sobre a Câmara Secreta. Sabia que tinha visto ela em algum lugar, em Hogwarts: uma história. Porém, não encontrava esse livro em nenhum lugar da biblioteca, o que era estranho.

Então, tomou vergonha na cara e decidiu buscar sobre isso na biblioteca. Não sabia se ficava surpresa ou não quando viu que Hermione também passava o dia inteiro lá, enfiada em livros, mais do que o normal.

Agora, era a aula de História da Magia. A História da Magia era a matéria mais sem graça do programa. O Prof. Binns, encarregado de ensiná-la, era o único professor fantasma, e a coisa mais excitante que acontecia em suas aulas era ele entrar em classe atravessando o quadro-negro. Velhíssimo e enrugado, muita gente dizia que ainda não percebera que estava morto. Um belo dia ele simplesmente se levantara para dar aula e deixara o corpo sentado numa poltrona diante da lareira da sala de professores; sua rotina não se alterara nem um pingo desde então.

Hoje estava chato como sempre. O Prof. Binns abriu seus apontamentos e começou a ler num tom monótono como um aspirador de pó velho, até que quase todos os alunos na sala caíram num estupor profundo, de que emergiam ocasionalmente o tempo suficiente de copiar um nome ou uma data e, em seguida, tornar a adormecer. Estava falando havia meia hora quando aconteceu uma coisa que nunca acontecera antes. Hermione levantou a mão.

O Prof. Binns ergueu os olhos no meio de um discurso mortalmente maçante sobre a Convenção Internacional de Bruxos de 1289 e fez uma cara surpresa.

— Senhorita... ah...?

— Granger, professor. Eu gostaria de saber se o senhor poderia nos contar alguma coisa sobre a Câmara Secreta — pediu Mione com voz clara.

Dino Thomas, que estivera sentado com a boca aberta, espiando para fora da janela, acordou de repente do seu transe; a cabeça de Lavender Brown deitada sobre os braços se ergueu e
o cotovelo de Neville Longbottom escorregou da carteira. Emy passou a prestar atenção, levantando a cabeça. O Prof. Binns pestanejou.

— Minha matéria é História da Magia — disse ele naquela voz seca e asmática. — Lido com fatos, Srta. Granger, não com mitos nem com lendas. — Ele pigarreou fazendo um barulhinho como o de um giz que se parte e continuou. — Em setembro daquele ano, um subcomitê de
bruxos sardos...

𝘁𝗵𝗲 𝗴𝗶𝗻𝗴𝗲𝗿, ronald weasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora