Capítulo 3

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12 de Setembro

*Cecília Mitchell*

Hoje era quarta feira, já se passam das 19:00 hrs.

Eu estava deitada com Luca na sala, assistindo um desenho que ele escolheu. Meu filho estava deitado entre minhas pernas, e eu fazia carinho em seus cabelos castanhos.

-Mamãe... Por que eu não tenho um papai igual o Ethan? –Ele perguntou, olhando-me com aqueles olhos verdes que brilhavam.

Ethan é seu melhor amigo na escola. As vezes ele vem para passar a tarde brincando com Luca.

-Você tem um papai, meu amor... –Falei baixinho. –Mas ele é um anjinho que cuida de nós dois lá do céu. Você sabe como os anjinhos são ocupados, então ele não pode estar com a gente agora.

-Mas algum dia ele vai aparecer para ficar com a gente pra sempre? –Perguntou com uma expectativa no olhar.

-Não sei filho... Quem sabe? –Disse sorrindo.

Para fugir de mais perguntas, peguei-o no colo e o levei para o banheiro para dar banho nele.

Enchi a banheira e o coloquei sentado, enquanto ele brincava com a espuma.

Amanhã eu não trabalho, então vou levar Luca para a escola e limpar a casa. Provavelmente o Ethan vai vir junto na volta para casa. Geralmente eles ficam brincando no jardim e eu fico de olho neles. Quando os pais de Ethan chegam, eles ficam mais ou menos uns 10 ou 20 minutos aqui, conversando comigo, para depois levarem o filho de volta para casa.

Depois de banhar Luca, coloco um pijama nele e o ponho para dormir.

Sigo para meu quarto e entro no banheiro para tomar uma ducha também.

Deixo a água quente relaxar meus músculos. O dia hoje foi corrido.

Volto para o quarto com a toalha enrolada no meu corpo. Passo um creme hidratante corporal, retiro a toalha e deito na cama. Logo pego no sono.

***

-Mãe, você faz aquele macarrão branco para o almoço? –Perguntou Luca, enquanto tomávamos café da manhã.

-Sim, meu bem. Eu poço fazer macarrão ao molho branco para você e para o Ethan.

Ele abriu um sorriso de orelha a orelha, mostrando seus dentinhos brancos.

-Eu já acabei de comer...

-Ótimo, eu também. –Falo retirando os pratos da mesa e colocando tudo dentro da pia. –Pega sua mochila e vamos para a escola.

Luca saiu correndo para pegar sua mochila no quarto. Eu fiquei esperando ele com a porta aberta.

Assim que ele desceu as escadas, já foi correndo para a porta do carro. Eu dei risada e tranque a porta de casa.

Coloquei meu filho na cadeirinha e me sentei no banco do motorista, começando a dirigir.

-Mãe? –Chamou-me balançando as perninhas para fora do banco.

Olhei para ele pelo retrovisor.

-Sim, querido?

-Por que fica de noite? –Perguntou-me com aqueles olhinhos curiosos.

Luca estava na fase de começar a fazer perguntas sobre tudo o que tinha vontade. E eu, claro, respondia quando sabia dar uma resposta.

-O planeta Terra está sempre em movimento, querido. Ele pode girar em torno do sol ou girar em torno do próprio eixo. Então enquanto está de dia aqui, a noite chega no Japão, por exemplo. –Respondo com um sorriso. –Se chama rotação e translação, você irá aprender isso na escola quando for mais velho.

Ele arregalou seus olhinhos verdes.

-Que legal... O planeta Terra sempre existiu, mamãe?

Eu tinha acabado de estacionar em frente à escola.

-Não, meu amor... Já chegamos na escola, se você não ir agora, vai se atrasar. –Falei descendo do carro e abrindo a porta para Luca sair.

-Tchau, mãe! Amo você, não esquece do macarrão branco. –Falou correndo para dentro da escola, nem me dando tempo de responder.

Eu dei risada enquanto entrava no carro. Esse menino é minha vida. Amo ele mais do que a mim mesma... Nunca pensei que fosse possível amar alguém tanto quanto eu amo meu filho.

***

Quando cheguei em casa, comecei a faxina.

Ao som de "Foreva" da Card B, comecei a colocar os pratos do café da manhã na lava louças. Essa era o tipo de música que eu não escutava perto do Luca.

Enquanto eu escutava música e limpava a casa a campainha toca ao fundo. Abaixo o som e vou atender.

Eu estava toda desarrumada e suada quando atendi a porta.

Não tinha ninguém do lado de fora...

Estranho.

Já estava prestes a fechar a porta quando me deparo com um buque de rosas vermelhas misturadas com rosas brancas.

Olhei desconfiada.

Desde Lorenzo, eu não me relacionei com ninguém. Dediquei-me 100% ao meu filho e ao meu trabalho. Raramente saia com amigos, primeiro porque não tinha amigos, eu tinha colegas apenas. Segundo que converso só com umas 3 ou 4 pessoas. Não tenho intimidade com ninguém nessa cidade.

Peguei as flores e entrei.

Não havia nenhum cartão no meio. Só as rosas, que exalavam um aroma maravilhoso pelo cômodo.

Coloquei-as dentro de um vaso transparente com água, e as deixei no balcão da cozinha.

Não faço ideia de quem me entregou essas flores. Mas não posso mentir dizendo que não gostei. Nunca tinha recebido nada do tipo.

Volte Para Mim. (New Beginnings - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora