Capítulo 17

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25 de Outubro

*Lorenzo Pellegrini*

-Vou mostrar pra todo mundo que eu tenho um papai. –Luca disse entusiasmado.

Estávamos entrando na escola, ele estava de mãos dadas comigo e saltitando por todo o caminho com um sorriso no rosto.

Essa cena esquentou meu coração.

Quando já tínhamos entrado, as professoras indicaram o caminho para o lado de fora, era uma espécie de campinho de futebol.

-Bom, papais... É um prazer recebê-los aqui hoje. Vamos fazer várias brincadeiras de pais e filhos. –Disse uma das professoras.

A maioria dos acompanhantes das crianças eram os pais, mas tinham umas mães também. Que infelizmente não paravam de me encarar.

-Vou prender uma fita azul ou vermelha nos braços de vocês. –Disse a mulher que creio eu que seja a diretora.

Ela foi passando por cada criança e responsável amarrando a fita. Quando chegou em mim ela abaixou um pouco o decote da blusa, fazendo com que os peitos dela quase saltassem para fora.

Revirei os olhos.

-Parece que temos um papai novo por aqui... –Disse com uma voz maliciosa.

Não demonstrei nenhuma reação.

Ela amarrou uma fita azul no meu braço. Enquanto ela estava amarrando ela teve a audácia de passar a mão do meu pescoço ao meu ombro.

Segurei o pulso dela com força.

Dei uma olhada em Luca e percebi que ele não estava prestando atenção. Ótimo.

Eu via tudo vermelho.

-Você está aqui para trabalhar, e não para dar uma de puta para cima de mim. Tenha respeito por mim e pelo meu filho que está aqui na sua frente. A mulher que amo está esperando eu e nosso filho voltarmos para casa.

Ela me olhou assustada.

-E-eu não fiz nada... –Disse gaguejando.

-Fez. Você sabe que fez. E que fique claro, não preciso de nenhuma vagabunda como você quando tenho alguém que realmente vale a pena me esperando. Sugiro que pense duas vezes antes de dar em cima de mim de novo, pois eu não tenho medo de acabar com você e essa sua escola de merda.

Soltei seu pulso e vi de relance que ficou com a marca de meus dedos.

-Desculpe. –Murmurou e amarrou uma fita azul no braço de Luca também.

Ela continuou fazendo o trabalho dela e nem olhou mais na minha cara.

-Agora vamos brincar de cabo de guerra. –Disse uma das professoras.

-TIME VERMELHO DE UM LADO DA CORDA, TIME AZUL DO OUTRO. –Gritou um professor, provavelmente professor de educação física já que estava com um apito no pescoço e uma roupa de ginástica.

Quando o apito soou, começamos a puxar a corda.

Meu filho dava uma risada gostosa. Eu sorri com aquela cena. Ele com as bochechinhas vermelhas e um brilho nos olhos.

***

-Papai, eu tô cansado... –Disse Luca bocejando. –Quando vamos para casa?

Estávamos sentados no gramado comendo um sanduíche. Nosso almoço eram frutas, bolo, sanduíches, sucos e leite. Toda comida estava em uma mesa perto dos professores.

-Logo vamos para casa, garotão. Aguenta firme ai. –Falei. –Só vamos esperar dar o horário para sair.

Ele assentiu e deitou a cabeça no meu colo.

-O Céu é muito bonito, né papai?

-Sim, filho. É muito bonito mesmo. –Disse olhando para cima.

***

*Cecília Mitchell*

Estava deitada no sofá do apartamento do Lorenzo, assistindo um filme sem graça que estava passando.

Escutei a porta se abrindo.

-Oi, meu amor. –Disse Lorenzo me dando um selinho.

-Oi, mamãe. –Luca disse em um bocejo.

-Oi, meu amores. Como foi?

Luca estava quase caindo de sono, suas roupas estavam todas sujas e suadas. Lorenzo não estava tão diferente do filho.

-Foi legal, brincamos de cabo de guerra, pega-pega, caça ao tesouro, e outras coisas que não lembro, né papai?

-Sim, campeão. –Disse o tatuado sorrindo.

-Ótimo, então já pro banho vocês dois. Estão parecendo dois porquinhos. –Falei fazendo cosquinha no garoto.

Ele gargalhava.

Os dois foram tomar banho e eu peguei uma roupa mais confortável para Luca dormir.

Ainda eram 14:00 pm, mas ele estava quase desmaiando de tanto sono.

Quando eles saíram do banho, coloquei meu filho na cama e apaguei as luzes. Ele dormiu na mesma hora.

-Amor... A diretora da escola deu em cima de mim, mas eu não deixei ela continuar com aquela palhaçada porque eu te amo, não fica brava comigo. –Lorenzo falou rápido.

Eu tinha acabado de entrar na sala quando ele começou a falar.

Ele aparentava estar nervoso.

-Relaxa, meu amor. Confio em você. –Falei segurando a risada.

Ele soltou um suspiro aliviado. E me abraçou.

-Que bom. Pensei que iria ficar brava.

-Se eu estivesse na escola com você eu arrancaria o "mega hair"¹ daquela loira falsificada.

Ele riu.

Sentamos no sofá, eu estava entre as pernas dele, e ele fazia carinho na minha cabeça.

-Mora comigo. –Falou.

-Quê?

-Quero que você e Luca venham morar aqui comigo. O lugar é grande, podemos arrumar um dos quartos de hospede para ser o quarto do nosso filho. Fazemos uma surpresa para ele...

-Ainda é cedo, Lorenzo... –Falei baixo.

-Não é, meu amor. Passamos quatro anos longe um do outro, nós nos amamos, e o tempo não quer dizer nada. Vem morar comigo, neném.

-Está bem... –Sussurrei.

Ele abriu um sorriso lindo.

Levantou do sofá comigo no colo e me girou.

-EU TE AMO CECÍLIA! –Gritou rindo.

Eu ri junto.

-Shhh... O Luca ainda está dormindo.

Ele me colocou no chão e me beijou.

Um beijo apaixonado, cheio de amor e promessas.

-Amanhã quando Luca estiver na escola podemos comprar tinta para as paredes do quarto. Vamos procurar modelos de quartos na internet. Meu Deus... Estou ansioso.

Eu dei risada.

-Percebi... –Falei beijando sua boca.







Vocabulário:

¹Mega Hair- Método de alongamento de cabelos no qual pequenos tufos de fios de cabelo humano são fixados perto do couro cabeludo em várias camadas para dar um acabamento natural.

Volte Para Mim. (New Beginnings - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora