Capítulo 18

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05 de Novembro

*Cecília Mitchell*

-LORENZO! –Gritei.

O tatuado havia acabado de espirrar tinta azul em mim.

Estávamos pintando o novo quarto do Luca, enquanto ele estava na escola.

-Foi sem querer. –Disse gargalhando.

-Foi é?

Ele assentiu.

Abri um sorriso de lado, peguei meu pincel e passei na bochecha dele.

-CECÍLIA!

-Ups... Foi sem querer... –Falei sorrindo.

Ele deu um passo em minha direção, e eu recuei para trás.

-Fique longe de mim, gostosão. Agora não é o momento para isso.

-Isso o que? –Fez uma cara maliciosa.

-Está invadindo meu espaço pessoal, Lorenzo.

-Engraçado... Ontem você não ligou quando eu estava invadindo seu espaço pessoal na cama... Pediu até mais, lembra?

Senti minhas bochechas esquentarem.

-Você é um pervertido. –Falei sorrindo.

Ele pegou meu pulso e me puxou para ele.

-Adoro ser um pervertido, sabia? –Falou esfregando a bochecha suja de tinta nos meus seios cobertos pela camiseta branca.

-AMOR!

-Opa... Parece que você terá que tirar a camiseta, Srta. Mitchell.

Revirei os olhos sorrindo.

-Nem sonhando.

De repente ele rasgou a peça de roupa.

-Lorenzo Pellegrini... Por que fez isso? –Perguntei fingindo estar brava.

-Por que sou pervertido.

Ele me jogou sobre os ombros e eu soltei um grito.

-Adoro quando sua bunda fica na minha cara... Dá até vontade de morder. –Disse e logo depois senti seus dentes cravarem¹ na carne da minha bunda que estava exposta por conta do short mega curto.

-Ai! Dói. –Falei emburrada.

-Não gosto de passar vontade. –Falou rindo e me levando para nosso quarto.

***

15 de Novembro

-Meu amor... O que você acha de nos mudarmos para o apartamento do papai? –Perguntei para Luca.

Ele tinha acabado de voltar da escola e almoçar. Estávamos na 432 Park Avenue. Sim, nós praticamente já moramos aqui, passo pouco tempo em casa.

Lorenzo estava sentado ao lado de Luca no sofá.

-SIM, SIM, SIM! VAMOS. –Gritou dando risada e correndo em volta da sala, todo feliz.

Eu e Lorenzo rimos.

-Ótimo, campeão. Temos uma surpresa para você. –O tatuado disse.

-O que?

-Vamos, querido. Você verá. –Falei estendendo a mão para o garoto de olhos verdes.

Ele pegou em minha mão e em seguida pegou a mão de Lorenzo.

Fomos caminhando em direção ao novo quarto dele.

Abrimos a porta e vemos os olhinhos do nosso filho brilhar. Ele abriu um sorriso gigantesco.

-É meu quarto? –Perguntou.

-Sim, campeão. É seu quarto.

-EBAA! OBRIGADO. –Gritou pulando em nosso colo. Nós rimos e beijamos suas bochechas.

O quarto tinha temática de pirata. Todas as paredes eram azuis exceto a que a cama estava encostada, era um papel de parede de um navio pirata navegando nas ondas. Imitava o desenho de uma paisagem, com nuvens e o sol no céu e as ondinhas desenhadas em baixo.

A cama parecia um navio pirata também. Ao lado da cama, a mesa de cabeceira parecia uma caixa de madeira, em cima dela havia uma luminária que projetava estrelas no teto. Os brinquedos estavam alguns em umas prateleiras que pareciam nuvens e os outros em um baú do "tesouro".

-QUE LEGAL! –Gritou correndo para a cama. –OLHA MÃE, OLHA PAI! EU POSSO NAVEGAR.

Nós rimos e corremos até ele.

Fizemos cosquinhas e distribuímos beijos por todo o roso do nosso filho.

Aquele era um momento mágico. 





Vocabulário:

¹Cravar- O mesmo que: espetarem, pregarem, fincarem. Significado de cravar. Fazer penetrar à força e profundamente.

Volte Para Mim. (New Beginnings - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora