Seja um bom garoto Harry

34 - Sensações

Harry sempre teve alguns sonhos estranhos, ele sempre se via envolto em pesadelos ou sonhos infantis... mas naquela noite o sonho que povoou sua noite não era nenhum desses dois. Quando tinha pesadelos o garoto constantemente acordava de madrugada, segurando a serpente de pelúcia que nomeara Claire, ele apertava a pelúcia contra o rosto sentindo o cheiro que o acalmava e escorregava para a cama de Draco, o loiro o abraçaria estando meio acordado ainda e às vezes o acalmava com palavras cansadas e sussurradas.

Quando tinha sonhos infantis, dormia a noite toda e acordava com um sorriso leve. Mas naquela noite, o sonho que povoou seu sono foi um tanto quanto inusitado...

Parecia tão real e era tão bom. Constantemente ele sonhava com mão tocando seu corpo e sentia nojo, mas aquele toque era diferente, era... bom. Ele sentia dedos longos tocando seu cabelo em um carinho muito delicado, sentia lábios macios tocando a pele de seu pescoço em beijinhos que causavam arrepios. Harry se sentia quente, cada toque causando uma nova sensação boa, seus olhos lacrimejando de prazer contido, uma parte muito específica de seu corpo pulsando, implorando atenção.

Ele sentiu a respiração quente de alguém tocar sua bochecha e as mãos pequenas encontraram a pele levemente gelada de uma pessoa. Harry queria ver, queria abrir os olhos, queria conhecer a pessoa que causava tanto calor em si, mas quando a coragem o atingiu um toque firme em seu membro o fez arquear o corpo e fechar os olhos pela sensação maravilhosa.

O toque o manteve quieto, mesmo que suas pernas estivessem agitadas e os dedos pequenos se agarrassem firmemente ao tecido macio que achou em algum momento. Ele estava deitado, algo confortável e o cheiro forte que gostava espalhado pelo lugar, de quem era aquele perfume mesmo?

Harry sentiu a respiração da pessoa em sua bochecha e o garoto quase chorou ao querer um beijo, ele merecia ser beijado, beijado com carinho. Ele se viu implorando, as lágrimas quase escorrendo, quando sentiu os lábios sendo tomados e gemeu longamente pelo prazer do ato. Ele queria mais beijos, queria tanto...

— Harry...

Ele ouviu, a voz causando deliciosos arrepios por seu corpo, ele conhecia... mas de onde? Ele queria ver, queria saber... mas se sentia tonto pelas sensações que tomavam cada fibra nervosa de seu corpo. Por alguns segundos ele se permitiu estranhar a si mesmo, ele deveria implorar para parar certo?

Devia ter medo e querer fugir, devia estar com nojo... mas não... se sentia apenas bem... completamente bem... talvez uma parte sua soubesse que era só um sonho e por isso não foi ligado o alerta, talvez fosse pela pessoa misteriosa que o fazia sentir bem e tranquilo, tantos talvez... que ele não conseguia pensar no momento.

Ele gemeu alto, longamente e tudo que vislumbrou foi um brilho vermelho fascinante, antes de seus olhos abrirem para a escuridão do quarto, seu cobertor jogado no chão, o lençol bagunçado e sua serpente de pelúcia firme em seus dedos. No viveiro Liz e Niel dormiam enrolados e na cama ao lado Draco ressoando em sono tranquilo.

Uma dor o alertou para uma parte sua no meio de suas pernas, o pânico o tomando a medida que o desespero escorregava para sua mente muito facilmente. Ele correu ate a cama de Draco, o balançando insistentemente ate que ele acordasse e piscasse os olhos cor de tempestade em sono e confusão.

O loiro viu os olhos de esmeralda brilhando com lágrimas e sentou rapidamente na cama, espantando o sono, Harry o abraçou e ele o acolheu em seus braços, fazendo carinho nos cachinhos castanhos e tentando entender toda a situação, estava acostumado a ter Harry em sua cama depois de um pesadelo, ele sempre corria para si quando assustado e acabavam dormindo juntos.

Draco suspirou afastando o rosto dele de seu pijama e usando a voz mais calma que conseguia verbalizou uma pergunta recorrente entre os dois:

— Quer me contar o que aconteceu? — Harry desviou o olhar assim que a pergunta foi feita, escondendo o rosto quente e vermelho no ombro do loiro e tentando verbalizar o que aconteceu, sem saber exatamente como.